segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Para uns a bíblia é sagrada e irrefutável, para mim é o que este senhor escreveu.

"Poucos são talhados para a independência- é um privilégio dos fortes.
E ele que nela se aventura, tendo o absoluto direito de o fazer mas não sendo forçado a isso, prova assim que provavelmente não só é forte como também ousado até à imprudência.
Aventura-se num labirinto, multiplica por mil os perigos que a vida como tal já traz consigo, dos quais não é menor o facto de ninguém poder ver como e onde se perdeu, está isolado dos outros e é feitoem pedaços por um qualquer minotauro de caverna da consciência. Se um destes for destruido, isso ocorre tão longe da compreensão dos homens que estes nem o sentem nem o lamentam- e ele já não pode regressar! Já não pode regressar sequer à piedade dos homens!"

FRIEDRICH NIETZSCHE

Para quem não amo, já amei e talvez um dia voltarei a amar.

Hoje envergas um belo vestido de lágrimas que envolve todo o teu corpo.
Outrora usaste o mais belo vestido que era o teu sorriso.
Quero despir-te essas lágrimas de veludo.
Curar as chagas que abundam no teu corpo e vestir-te de sonhos macios e sedosos.
Despe o luto do que já foi sepultado e incendeia o universo com a beleza do teu rosto.
Ela jaz algures por entre os sulcos cavados pelas lágrimas.
Talvez só eu a vislumbre ainda por entre os destroços que te transformaste.
Não tem hora marcada o teu renascimento, mas quando ele eclodir, aí poderei retirar-me escondido na escuridão da mesma forma como surgi.
Aí sim, direi que o meu trabalho está completo. A mais bela obra esculpida por humanos terá um toque meu, mas nunca desejarei esses créditos e ovações.
Porquê? Bastar-me-á ver-te ao longe e saber que o que é agora tão luzídio um dia foi meu.
Nem que apenas nos meus sonhos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

"All shall fall"



Esta é a imagem da capa do ultimo álbum dos demónios do gelo, Immortal.
Com um titulo de "All shall fall" que parece uma profecia de Nostradamus tendo em conta o que se passou com o papa Bento XVI recentemente, acho que a capa deveria ser substituida imediatamente por esta:


Ele bem tenta disfarçar, mas a influência da juventude Hitleriana nunca o deixou. A mão está sempre em riste. Hail Fuhrer! Sieg Hail!



Um pouquinho de humor corrosivo para esta quadra tão festiva.
A palavra esperança contém em si a palavra espera. Esta é, por sua vez, sinónimo de paciência que incorpora em si a palavra ciência.
Antes houvesse uma ciência que conseguisse reduzir tudo de modo tão simples como esta autópsia de palavras que eu realizei aqui…
Todas as palavras significam não apenas o que nos embate frontalmente, mas tem também mensagens subliminares ou não… Depende da interpretação de cada um.
Os meus textos são acusados de conterem em si mensagens escondidas. Faz-me lembrar aquelas teorias de que ouvir um vinil de Led Zeppelin em sentido inverso produzia uma oração de invocação a Satanás. Tanto no meu caso como no dos Led Zeppelin parece rídiculo. Mas aí está a beleza da arte. Acho que o que escrevo tem o seu quê de arte, pode ser má ou boa. Assim como existe boa e má musica. Interpretem da maneira que acharem mais justa. Eu sei o que significa cada uma das palavras que escrevo.
A essência do artista não está apenas na preocupação da absorção do significado da sua obra. Muitas vezes, as melhores obras, são apenas exorcismos de demónios interiores que agonizam pela liberdade e esses mesmos demónios são directos na sua malvadez. Não necessitam ser dissimulados ao contrário da malvadez inerente nas pessoas que se veste com todas as peles da bondade.
O teu corpo é um templo de oração e veneração a todas as musas do erotismo e sensualidade.
Em cada recanto escondido encontram-se novas encarnações de prazeres ainda inexplorados.
O doce aroma do contacto dos meus dedos com a tua pele gélida embriaga todas as almas perdidas que são os espectadores deste teatro de emoções espirituais e físicas.
Tudo encenado e decorado ao mais ínfimo pormenor mas não devia ser assim.
Neste palco de entregas físicas e meta-físicas deveria haver lugar ao improviso.
O guião deveria ser suprimido e os actores deixarem de o ser e serem sim eles próprios…
A apoteose carnal final é mais intensa e deleitosa quando o que se entrega não é apenas o teu corpo mas também a tua alma.
Pega na minha mão e deixa-me guiar-te pelos caminhos da eternidade dos prazeres que nunca te foram apresentados.
Só precisas de ser a tua alma e não apenas o teu corpo para embarcares nesta viagem sem regresso.
Verás que os meus lábios ao beijarem cada milímetro do teu corpo estão a penetrar bem dentro de ti e a possuírem majestosamente a tua alma.
A escolha é tua. Viver ou Morrer?

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

As armas de conquista são ínumeras mas quase todas alicerçadas em putrefacta honestidade.
A tinta que escorre de escritos ancestrais é eclipsada pela total e irreversível perda do valor da palavra.
A palavra, assim como a honra, foram removidas de toda a sua imponência.
Ela já não move montanhas nem é mais poderosa que a espada.
Tantos séculos de boa poesia e literatura parecem desperdiçados quando tudo fica reduzido a escombros do que era considerado o mais importante bem do Homem.
Escreve-se e fala-se para nada. Tudo perde a essência... menos quem a tem tatuada na alma.
Existem pessoas que ao verem reflectidas nos espelhos as suas almas, refutam que essa imagem negra seja a sua mas sempre de outras pessoas.
Para essas pessoas recomendo veementemente que façam primeiro as pazes consigo próprias antes de declarar guerra a outras.
É tão fácil apontar os nossos próprios defeitos aos outros. Isso acaba por ser apenas uma fuga da realidade. É preciso enfrentar tudo o que é auto-infligido.
Só assim almas que irradiavam fragrâncias belas poderão voltar a enfeitiçar novamente.
O natal tem coisas boas e más.
Não, não vou escrever mais um texto reindivicativo das minhas crenças religiosas, ou, neste caso em concreto, a total ausência delas.
Começando pelas coisas boas do natal:

Férias- Uma semaninha de férias em pleno Inverno são sempre benvindas. Posso adormecer e acordar tranquilamente com o som da chuva. Absorver toda a sua melodia em plena paz e sem obrigatoriedades de espécie alguma.

Prendas-A certeza de receber um enorme arsenal de boxers e meias nesta data sognifica que raramente gasto dinheiro com essas peças de roupa.
Parafraseando o melhor comediante de todos os tempos, Jerry Seinfeld: " Os homens usam a sua roupa interior até ela se desintegrar. Por mais buracos que tenha só nos desfazemos dela quando o ultimo átomo que a compõe desaparece." Isto é a mais pura verdade e portanto são sempre benvindas as dezenas de peças de roupa intima que me oferecem. Pelo menos tem sempre utilidade até cumprirem a sua tarefa de implodirem.

Álcool- A quantidade de álcool que é ingerido e nos é colocado à disposição nesta altura ultrapassa qualquer grande sonho de um álcoolico. Nesta quadra é salutar apanhar grandes bebedeiras e o álcool é nos imposto quase como um mandamento que temos que cumprir religiosamente. Talvez por ser tão inconformista e sempre contra o que me é estabelecido, o natal e a passagem de ano são os dias em que menos bebo.

As estradas completamente vazias. Isto é do melhor mesmo. Faz-me sentir como se fosse mesmo a unica pessoa no mundo.

Black Metal-Sem o suposto nascimento de cristo não existiria certamente este estilo de musica que eu tanto adoro.

Coisas más do natal:
- Ser bombardeado com a música "Last Christmas" dos Wham! ainda por cima a letra até não é lá muito festiva.

-Receber mensagens de pessoas que são ou foram más para mim com conteudos de bondade e eterna esperança. Quanta hipocrisia!!!!!

-Ter apenas um reduzido numero de pessoas disponíveis para sair nesta noite.

-Ter um numero ainda mais reduzido de sítios abertos onde possa ir tomar café tendo mesmo que viajar uns bons quilómetros.

-Tentar telefonar para alguém sobre algo importante e não conseguir porque as redes estão todas congestionadas.

-A quantidade de operações stop da polícia.

É sem dúvida uma altura diferente. Se é boa ou má, não o sei. Como tudo, tem os seus prós e os contras mas o que interessa é que cada um à sua maneira tire o máximo partido não apenas desta época mas de todas.
CARPE DIEM

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Anatemas rodeando as já inconstantes espirais de apatia encrustradas sobre o que significa o que já é conhecido.
Não existem razões aparentes para tamanha apatia e desleixo perante o que foi conquistado.
Talvez a melancolia seja um heterónimo meu. Mas não dos que existem apenas na escrita mas em todo o lado. Não é uma tristeza profunda mas sim subtil a que contorna o meu rosto. Sem razão de lá estar. Ela é me bastante intíma. Não precisa de pedir licença para entrar nem para sair. Tem o seu cantinho bem arrumado e arejado dentro de mim e usa-o a seu bel prazer.
Talvez seja mais uma das minhas drogas. Consumi tristeza em overdoses.
Permaneci sóbrio algum tempo e se calhar estou a ser fustigado por uma ressaca. Levezinha, daquelas fáceis de suportar, mas que causa algum incómodo por não ter razão aparente.
Apenas uma das estações do ano que me assolam em cada dia.
A intensidade com que os acontecimentos se desencadeiam em mim é propícia a todo este furacão que varre tudo. Enfim, é apenas mais uma forma de criar manifestos literários inócuos sobre mim próprio. É tão fácil dizer para não pensar, mas eu fervilho actividade cerebral mesmo quando esta resulta em absolutamente nada nem justificações plausíveis.
Hoje estou melancólico, amanhã estarei noutro estado, ou não. Não quero saber. ou quero e digo que não quero.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Benvindo sejas Inverno
As tuas chuvas são redentoras
Que o teu reino seja eterno
E as tempestades minhas tutoras

Recolhe no calor do teu gelo
Esculpe estátuas bestiais
Todo e qualquer flagelo
Eclipsado pelos teus belos temporais.

Submete toda a humanidade
A toda a tua violência
Jamais com humildade
E sempre com pestilência

Escondes demónios de outros infernos
Protegidos pelos irados trovões
Todos os receios não são efémeros
Ao contrário de todas as paixões.

Amotinadas estão as nuvens
Efemérides sem o serem
Não passam de uma ligeira penugem
Para os olhos que as amam verem

Torna a Noite mais sombria
Mais bela e resplandecente
Que o mundo alguma vez veria
E reacende o que em mim sempre foi ardente.
Os ultimos batimentos cardíacos do ano de 2009 já ecoam em todas as mentes. É a altura de fazer balanços, mas não para mim. O tempo é uma medida súperflua. É tudo regido por números e não passa tudo disso mesmo.
Só dou conta do tempo passar pelas estações, apesar delas já estarem completamente difusas e, às vezes, irreconhecíveis.
Chegou a altura de formular novos desejos para mais uma página do calendário que vai ser rasgada e substítuida por outra exactamente igual.
Tudo irá ser diferente e considerávelmente melhor! Como se numeros diferentes mas sempre iguais tivessem ímplicito em si boas novas e felicidade!
Pensava eu que era o único que habitava permanentemente no planeta da ilusão, mas, afinal, talvez, sejam todos os outros e eu habite noutro sitio inclassificável e inexploravél.
Sei que existe dia e noite e basta isso. Existe um sol e uma lua.
E a lua não influencia apenas as marés maritimas mas também o que eu sou e penso.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A pureza é apenas uma película que pode ser removida.
Ela não está entranhada. É apenas como o celofane que envolve algo. Pode ser removida, mas assim que o é fica irremedíavelmente arruínada.
A desvirginização da pureza é igual à desvirginização genital. Não é uma sensação agradável.
A pureza da alma está alheia da ausência da mesma a nível físico.
Ela permanece em quem recusa a penetração das ideias corruptas.

O que é ser puro? É exactamente não saber o que é a pureza.
Só quem não o é, consegue reconhecer outrém como puro.
Estou com uma ressaca tão grande que só tenho vontade de beber futilidades para o meu corpo ficar saciado.
Sou o que penso e o que deixo de pensar.
Sou o que serei e não o que já fui.
Sou o que faço por muito errado que esteja.
Sou o que não querem que seja.
Sou tudo o que amas ou tudo o que queres odiar.
Sou uma conjugação de adversidades juntas por nulidades.
Sou as palavras que debito e o leitor ávido por elas.
Sou uma constante errática.
Sou... e serei.
Sou aquele que não muda quando todos os outros o tentam fazer.
Goste-se ou não, aqui estou. Amem-me ou odeiem-me. Indiferente ninguém fica.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Afinal não é só o governo que quer mudar a maneira como eu escrevo.

Na empresa onde trabalho, estou inserido no departamento de exportação.
Passam por mim centenas de encomendas destinadas a todo o mundo. Uma das minhas funções é fazer guias de transporte para os transitários que posteriormente fazem a distribuição a nivel mundial.
Hoje chega o meu chefe, à boa maneira nortenha e diz-me:
-"Nuno, tens que mudar a maneira como escreves!"
Eu:- "Porquê, Senhor ....? Não percebe a minha letra?
-"Não é isso. Não percebo é um caralho do que tu escreves para aqui. Usas cada palavra que eu sei lá a puta que pariu significam."
Eu:-" Dê-me um exemplo."
-" O seguinte documento é rectificativo do anteriormente emitido com o numero x.
Pedimos encarecidamente que procedam à anulação do mesmo para os efeitos legais em vigor." "Foda-se! não estámos aqui para escrever poemas aos burros dos transportadores."
Existem segredos camuflados na aurora.
Segredos que são pleonasmos de desejos.
Eles jazem a descoberto pelo que neles ímplicitamente está coberto.
Eles gritam para rasgarem a pele escamada que usam como vestuário.
Segredos imemoriais vítimas de eterna e interna repressão.

O planeta continua a sua trajectória mas eles remam em sentido inverso.

Anti-existêncialistas, vivem nas sombras de quem os nega.
Quiçá, numa noite tempestuosa, eles surjam com todo o seu esplendor e fragrâncias sedutoras e sejam bem recebidos por todos os outros, excepto para quem lhes serviu de casulo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A verdade e a mentira são conceitos muito arbitrários e subjectivos.
É tão fácil uma mentira ser considerada uma verdade universal.
Não existe aquele conceito em que a justiça se apoia: Inocente até prova em contrário. Isso é algo demasiado utópico para as mentes mais comuns.
A posição social interfere em muito sobre o que considerámos verdadeiro ou falso.
Por muito que as pessoas se sintam verdadeiras, é tão fácil ficarem desacreditadas. Basta alguém dizer que é mentira e lá se vai todo e qualquer espectro de verdade que poderia pairar sobre nós.
O importante é fazermos a nossa própria verdade porque não há meio de derrotar dogmas errados que entram nas mentes dos indíviduos.
A verdade é niilista no nosso mundo. Não é a existência que carece de sentido mas sim o que considerámos verdade. Pois, ela permanecerá junto a nós e neste caso só fará sentido aos nossos ouvidos. Sim , a nós que dialogámos constante connosco próprios. Antes de se tentar perceber outra pessoa é necessário essa compreensão ser derramada por nós próprios.
Um rumor causa hecatombes. É uma arma profissional usada em muitos negócios. Um rumor falso pode significar lucros ou prejuizos de milhões às empresas. Veja-se o exemplo das bolsas de valores...
Para todos os que não se consideram fraudes, resta o sono descansado do guerreiro.
Novas batalhas virão mas, por mais que se percam, a vitória será sempre de quem é verdadeiro. A sua essência reluzirá eternamente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Como pode o mais belo sonho tornar-se o mais horrível pesadelo quando se acorda?
Excluindo a maior evidência de ele não ser realidade, mas sim pelo facto de ele não ser possível porque assim o determinamos e optamos que ele apenas não passaria disso mesmo, de um sonho.
Belo sonho que ressuscita antigas questões. Neste caso foi mesmo um sonho desecrador de campas. Retira esqueletos dos seus caixões tentando transportá-los de volta a vida.
Sonho bom e vilão que se anuncia com trovões no seio desta paz, aparentemente, temporária. Faz conjunturar sobre realidades fictícias ou que poderiam não o ser. Ou apenas lançar mais uma duvida para o céu negro e carregado. Às vezes queria não ser tão sonhador.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


Está um frio glaciar capaz de congelar almas e mentes.
Este desertico ártico se propaga até mim.
Eu possuo um fogo intenso em mim capaz de derreter todo o gelo que ainda sobrevive nos polos terrestres.
Uma labareda mulicolor gigantesca que expele o que vaidentro de mim e que se revolta bem nas minhas entranhas.
Ejaculações verbais.
Secreções espamódicas de conhecimento outrora tormentos.

Quero sodomizar o desconhecido.
Espalhar a minha semente pelos 4 ventos e ver nascer novos sonhadores algures no universo.
Profetizações do que apenas permanece no pensamento e que nunca ganha vida através de sons proferidos dos meus lábios.
Com a minha chama apocaliptica desejo derreter o gelo que envolve as pessoas.
Deixá-las menos frias e capazes de aceitar almas errantes como a minha.
Quero consumir toda a gente no doce sofrimento de serem imoladas por mim.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Para os que acreditam em porcos voadores.

Encontro cds muito estranhos na minha caótica biblioteca sonora. Um deles é de Farmer Boys que não me lembro do porquê e quando o comprei. A música is not my cup of tea. Mais uma coisa estranha que fiz.
Só falo disto porque esta música tem um refrão muito curioso:
"Her angelic face, her immaculate grace
Are shining through the night
Like the stars in space and the moon in the sky
But loving you is like when pigs fly."
Realmente, é mais provável que os porcos comecem a voar do que alguns amores se concretizarem.


"Faith divides us, Death unites us"

Não gosto do Natal, mas acho que já tive direito a uma prenda enorme no meu sapatinho; o regresso potentoso de Paradise Lost, provávelmente a banda com mais videos aqui no meu blog. Há uma década a banda entrou numa grave crise de identidade que os levou a percorrer caminhos perigosos, mas felizmente encontraram o excelente rumo que ameaçava estar perdido para sempre. Como sei muito bem o que é uma crise de identidade, aqui estou eu a recebê-los de braços abertos como fazem as pessoas que amam verdadeiramente. Não vou dizer que estão perdoados, pois não sou ninguém para julgar opções pessoais, mas que sabe bem voltar a ouvir estes montros do Doom\Gothic metal sabe.
Voltaram os cabelos compridos e as letras existencialistas à banda.
Talvez isto seja o sinal que eu precisava. Por muito que tente mudar, acabarei por voltar ao que sempre fui. Paradise Lost demoraram uma década para perceberem quem eram, eu preciso de duas ou três eternidades. Pelo menos gostava que voltasse o meu cabelo gigantesco também.

Anyway, esta música acaba por ser um pouco azeiteira(adoro esta expressão tão nortenha, tão nossa!) e mesmo a pior do álbum, mas pronto... O que conta é a intenção.

O que existe para além do horizonte?
Na demanda de reconquista dos desejos profanados e vandalizados, junta-se a procura do que bom esconder-se-á no fim do horizonte.
Quando o horizonte termina o que existirá?
Existirá vida e\ou existência?
Tudo tem um fim e o horizonte não é excepção.
Lá onde o sol se põe espera-me algo.
Caminharei para o fim do meu horizonte.
Talvez seja apenas uma caminhada em circulos.
Volta-se sempre ao ponto de partida e não se encontra o fim desse horizonte.
Ele ri-se sarcástica e desafiadoramente, mas eu gosto de desafios.
Já derrotei o que parecia invencível, não será o horizonte que me fará desitir.
E no julgamento do qual serei o juiz irei condenar o horizonte a ser reformulado e reconstruido, para atrair os olhares dos restantes humanos pois estes encontram-se sempre fixos no chão. Muito gostava de saber o que existe de tão belo no asfalto para cativar tanta gente.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"Admitindo ser a verdade uma mulher- não será bem fundada a suspeita de que todos os filósofos, ao serem dogmáticos, mostraram conhecer mal a mulher?". Assim começa o livro "Além do bem e do mal" de Nietzsche. E esta frase não podia fazer mais sentido. Eu como não percebo as mulheres estarei sempre arredado da verdade.

Nunca uma musica retratou tão bem o Outono.

Esta música fenomenal de Nargaroth é a resposta para quem diz que Black metal é só barulho. Preconceitos à parte, oiçam esta obra de arte.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Odisseias de um trabalhador há já uma decada.

Por quase todos os empregos por onde passei, nesta atribulada vida profissional, deparei-me com pessoas que ostentam os seus titulos universitários como se fossem eles toda a razão das suas existências.
Não me importaria absolutamente nada com isso não fosse o facto de essas pessoas se acharem superiores a todos os semelhantes humanos e os tratarem com a máxima falta de respeito.
Uma notícia para todos vós doutores e engenheiros que se cruzaram e cruzam comigo no trabalho: Os canudos universitários não fazem automáticamente de vós excelentes profissionais.
Talvez falte nas nossas universidades uma cadeira chamada " Humildade e respeito."
Eu sou douturado por mim próprio e sendo assim vou deixar-vos um bom recado.
IDE PRÁ CONA DA VOSSA TIA!

Gosto de ver as folhas das árvores a cair.
A fazerem o primeiro e derradeiro voo da sua existência.
Nascem, crescem, sobrevivem a temporais, mudam de cor e quando cumpriram todo o propósito de vida desfalecem em etéreas danças com a brisa.
O voo das folhas acastanhadas é uma metáfora de tudo em que nós nasce, cresce e morre.
É necessário vermos a beleza do voo final.
Não ficaremos despidos como as árvores, pois, quando de nós voa algo, imediatamente outro algo floresce e cresce em nós.
Porventura, até mais belo do que o que possuiamos anteriormente.
Tudo depende em exclusividade dos nossos olhos...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Existe um tempo para viver, outro para morrer e outro para renascer.
Falo de sentimentos neste caso. Aplico a eutanásia a sentimentos moribundos que perderam toda a vivacidade e saude da qual sempre disposeram. É triste e constrangedor ve-los definhar e sofrer. Chegou o momento de os ver partir enquanto ainda réstias de dignidade os envolvem.
Sei que ao morrerem hoje renascerão um dia mais fortes do que nunca.
Custa vê-los partir mas é para garantir a sua eternidade que visto o papel de carrasco.
Adeus e até um dia destes. Que seja para breve o vosso renascimento.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Qual destes Hulk´s sou eu? Ou serei um pouco deles todos?




Numa destas noites, alguém que conhecera há apenas umas horas, completamente envolta no seu torpor alcoólico, disse que eu sou parecido com o Hulk.
Não obtive resposta ao perguntar qual deles, visto conhecer 3.
1- Hulk- O super heroi verde.
2- Hulk- Futebolista do F.C. Porto.
3- Hulk Hogan- Lutador, ou melhor actor de wrestling.

Tento dissecar cada um deles para tentar perceber quais os que posso eliminar, ou se os posso eliminar.

1- Hulk- o Super heroi. Que eu me lembre não fui atingido por raios gama e me transforme num ser poderosissimo e indestructivel. Não sou nenhum cientista que use alter-egos e que deseja salvar o mundo. Não sou verde, mas às vezes visto-me dessa cor. Ora aí está a primeira coisa em comum. Talvez, até seja mesmo um super-heroi. Pelo menos, às vezes sinto-me como um, capaz de derrotar tudo e todos não para salvar o mundo mas sim a mim próprio.
Hum- começo a encontrar algo parecido em mim com este Hulk.

2- Hulk- o futebolista. Ainda me resta algum jeito para jogar futebol. Vestígios de quando eu tinha um futuro radioso à minha espera nesse mundo. Como em tudo, acabei por me perder sem saber como, mas nunca voltei a encontrar-me.
Tenho uma paixão assumida desde o ínicio da minha vida, a unica que ainda subsiste nos dias de hoje e estará comigo até a eternidade: O Benfica.
Como em todas as paixões que tive, os desgostos foram imensos, mas perdoo tudo porque é superior a mim e transcende todo o universo. Paixões por pessoas, demore o que demorar, passam. Esta é a minha verdadeira e eterna paixão.
Este Hulk joga no arqui-rival da minha paixão. Um ponto negativo nesta análise intrinseca que faço. É totalmente inculto como quase todos os futebolistas. Não sou a pessoa mais inteligente do mundo, mas habita em mim alguma inteligencia. Mais um ponto negativo.
Hum- deste Hulk acho que só me revejo na paixão pelo futebol.

3- Hulk Hogan- Wrestler.- Nunca tive jeito para andar à pancada. Sou a pessoa mais pacifica do mundo. Também não tenho jeito para ser actor. Sou eu mesmo e a minha honestidade é das minhas caracteristicas que mais prezo. Todas as situações de violência em que estive envolvido ao longo da minha vida acabei sempre por ser o fustigado por todos os ataques adversários. Talvez tenha sido sempre masoquista. Gosto de ser punido. Gosto de sofrer. Nunca fui aclamado em nada na minha vida. Nunca ganhei trofeus ou titulos de qualquer espécie.
Hum- este Hulk só tem pontos negativos.

Características semelhantes com os 3: Sou um homem entroncado, com um caparro considerável. No alto dos meus 83 kg imponho respeito. e... pois, não vejo mais nada sinceramente...

Conclusão: Sou um homem com super-poderes de gostar da coisa mais parva do mundo que é o futebol e que tem capacidade de arquitectar duvidas filosóficas sobre estupidezes. Tenho a imagem mental de eu vestido de verde a correr com uma bola ao mesmo tempo que tento decifrar qual o sentido da vida. Por enquanto remato sempre ao lado. Haverá uma bola que entrará um dia e eu para festejar vou rasgar a minha camisola e em vez de mostrar uns abdominais perfeitos e uns peitorais super-desenvolvidos, mostrarei todas as cicatrizes que guardo em mim. Esses talvez sejam os meus trofeus. A prova de que ganhei alguma coisa. Pelo menos a capacidade de ver tudo com olhos irónicos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

É por estas e por outras que Anathema é aquela banda.


Está tudo pincelado de cinzento.

A combinação perfeita entre negro e radioso.

Colorida a ausência de intento

E o conflito entre o bom e tormentoso.


É um espelho reflector de mim.

Pelo criador capturado

Talvez tenha sido sempre assim

No futuro, presente e no passado.


Encontram-se no cinzento

As cores para fazerem-se as demais

Presente em cada momento

Como as lágrimas imortais.


Cabe a mim compor outra cor

Para voltar a tudo colorir

Mistura-la com todo o ardor

Para nunca mais regredir.





quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Consegues sentir o crepúsculo a esvair-se?
A ausência de guerra não significa paz.
Longe está a vontade de querer.
Longe está tudo.
Longe dos olhares cobiçadores.
Tu também estás longe.
Eu? Eu estou sempre perto.
Perto de onde não quero estar.
Estou demasiado perto de mim.
Certas vezes tenho medo de mim.
Outras tenho medo de ter medo.
Instantes em que a harmonia faz a sua visita.
Tudo está reflectido na atmosfera circundante.
Tudo é espelho do que não sou.
Não sou a nuvem negra ameaçadora.
Não sou um raio de sol que aquece alguém.
Não sou a vida nem a morte.
Sou algo.
Sou uma coisa.
Sou o que ninguém quer que seja.
Sou a encarnação da nulidade,
Sou o sonhador inveterado de quem os sonhos fogem.
Sou poeta malfadado inundado por palavras que não me obedecem.
Sou o que alguém gostaria de ser.
Claro que não.
Eu carrego em mim demasiada escuridão.
Tenho em mim todas as soluções para os teus problemas.
Apenas eu sou uma equação matemática sem resolução.
Mas no meio de tanto sou e não sou encontra-se o verbo ser.
E eu consigo conjugar a primeira pessoa no presente.
E também pretendo conjugar no futuro...
No presente está seguido de reticências, já não de pontos de interrogação.
No futuro, o presente será acompanhado de uma palavra.
Qual? Eu.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Formam-se lagos gelados na queda de palavras glaciares.
Elas congelam toda a vegetação rebelde que cresce abritáriamente.
Acredito na criogenização.
Tudo o que estiver congelado não está morto, apenas adormecido.
Permanece inalterado e preservado até que os raios de sol incidam um dia.
Nesse dia tudo voltará a ser como era...
Demorem o quanto demorarem, os raios de sol, a beleza permanecerá intacta.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Freedom is only a hallucination
That waits at the edge of the places you go when you dream
Deep in the reason betrayal of feeling
The mistakes that I made tore my conscience apart at the seems "

ANATHEMA
Confesso os meus pecados no portão de Deus. Ele está ausente. Encontra-se enclausurado nas mentes primitivas. Quem é que vai absolver-me?

Sou um navio embalado pelas marés.
Vagueio livremente para onde me levarem.
Os oceanos vastos são o meu domínio.
Estou perdido sem nunca o estar.
As estrelas acenam à minha passagem.
Serenidade nas ondas que me beijam.

Sou navio de carga.
Transporto o que sinto.
Como todos os navios tinha um destino.
Um porto de descarga.
Mas este encontra-se fechado.
Não posso deixar tão preciosa carga.

Continuo perto desse porto.
Na vã esperança de ele me receber.
A mercadoria não tem validade.
Tempestades não me viraram
Ou destruíram a carga.
Apenas desejo descarregar.
E assim poder voltar…
Conduzido novamente pelas marés nómadas como eu.