quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Recordações que estavam encaixotadas e armazenadas, repletas de pó no sótão da infininidade do meu pensamento, ganham novo alento e saem caminhando da morgue onde estiveram confinados.
"Quando não há mais espaço no inferno os mortos caminharão na Terra."- Premonição presente em "Dawn of the dead" de George Romero.
Caminham as recordações ainda com as chagas das queimaduras do inferno bem vísiveis.
Desfiguradas por intervenções não-divinas, deambulam por entre paraísos artificiais construidos com muito esforço pelas minhas próprias mãos.
Tudo parece ter vida eterna e renasce vezes sem conta. O inferno não é suficientemente grande para conter em si o que nele eu quero ver condenado.
Mas em mim jaz o assassino do que insiste em não morrer. E perante o meu sorriso vou ver essas fétidas recordações voltarem a ser o pó ao qual foram reduzidas anteriormente.

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