sexta-feira, 1 de novembro de 2019
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
sábado, 17 de agosto de 2019
sábado, 1 de junho de 2019
terça-feira, 28 de maio de 2019
quarta-feira, 8 de maio de 2019
domingo, 28 de abril de 2019
terça-feira, 16 de abril de 2019
domingo, 14 de abril de 2019
quinta-feira, 11 de abril de 2019
Fernando Pessoa apoiava a escravatura dizem uns. muitos também dizem que deus existe...
Bernardo Soares
Estou num dia em que me pesa
Estou num dia em que me pesa, como uma entrada no cárcere, a monotonia de tudo. A monotonia de tudo não é, porém, senão a monotonia de mim. Cada rosto, ainda que seja o de quem vimos ontem, é outro hoje, pois que hoje não é ontem. Cada dia é o dia que é, e nunca houve outro igual no mundo. Só em nossa alma está a identidade - a identidade sentida, embora falsa, consigo mesma - pela qual tudo se assemelha e se simplifica. O mundo é coisas destacadas e arestas diferentes; mas, se somos míopes, é uma névoa insuficiente e contínua.
O meu desejo é fugir. Fugir ao que conheço, fugir ao que é meu, fugir ao que amo. Desejo partir - não para as índias impossíveis, ou para as grandes ilhas ao Sul de tudo, mas para o lugar qualquer - aldeia ou ermo - que tenha em si o não ser este lugar. Quero não ver mais estes rostos, estes hábitos e estes dias. Quero repousar, alheio, do meu fingimento orgânico. Quero sentir o sono chegar como vida, e não como repouso. Uma cabana à beira-mar, uma caverna, até, no socalco rugoso de uma serra, me pode dar isto. Infelizmente, só a minha vontade mo não pode dar.
A escravatura é a lei da vida, e não há outra lei, porque esta tem de cumprir-se, sem revolta possível nem refúgio que achar. Uns nascem escravos, outros tornam-se escravos, e a outros a escravidão é dada. O amor cobarde que todos temos à liberdade - que, se a tivéssemos, estranharíamos, por nova, repudiando-a - é o verdadeiro sinal do peso da nossa escravidão. Eu mesmo, que acabo de dizer que desejaria a cabana ou caverna onde estivesse livre da monotonia de tudo, que é a de mim, ousaria eu partir para essa cabana ou caverna, sabendo, por conhecimento, que, pois que a monotonia é de mim, a haveria sempre de ter comigo? Eu mesmo, que sufoco onde estou e porque estou, onde respiraria melhor se a doença é dos meus pulmões e não das coisas que me cercam? Eu mesmo, que anseio alto pelo sol puro e os campos livres, pelo mar visível e o horizonte inteiro, quem me diz que não estranharia a cama, ou a comida, ou não ter que descer os oito lanços de escada até à rua, ou não entrar na tabacaria da esquina, ou não trocar os bons-dias com o barbeiro ocioso?
quinta-feira, 4 de abril de 2019
quarta-feira, 27 de março de 2019
terça-feira, 12 de março de 2019
.” Como é ruim nos dizerem a verdade, sobretudo quando se trata de uma dessas verdades que evitamos dizer a nós mesmos até nos solilóquios matinais, quando acabamos de acordar e murmuramos bobagens amargas, profundamente antipáticas, carregadas de auto-rancor, as quais é preciso dissipar antes de despertarmos por completo e de colocarmos a máscara que, no resto do dia, será vista pelos outros e verá os outros!" in "a trégua" Mario Benedetti
domingo, 10 de março de 2019
terça-feira, 5 de março de 2019
sábado, 2 de março de 2019
domingo, 24 de fevereiro de 2019
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Aqui está todo racismo de Fernando Pessoa. fuck off you pc babies!!!
Fernando Pessoa
O imperialismo de expansão tem um sentido normal,
Introdução ao estudo do problema nacional (ou Império)
O imperialismo de expansão tem um sentido normal, para que cumpra os seus fins civilizacionais, em ir ocupar territórios, ou desertos, ou povoados apenas por povos fora da civilização. Esse imperialismo comporta três graus, sendo mais justificado no primeiro que no segundo, no segundo que no terceiro.
Há, em primeiro lugar, a ocupação - obedecendo à natural necessidade de o povo se expandir - de territórios ou desertos, ou povoados por populações ou primitivas ou selvagens. Neste caso estão territórios em que as condições climáticas são de ordem a não poder produzir uma raça autóctone capaz de se civilizar e progredir. O caso do Brasil é típico. Confirma, como já se apontou (J. M. R.) o conceito de Buckle, de que os territórios sujeitos a excessos climáticos, como o calor intenso e a humidade excessiva, não são aptos a criar raças autóctones susceptíveis de civilização. São estes os territórios que um imperialismo expansivo tem, absolutamente, direito de ocupar. O seu destino, mesmo, está na ocupação desses territórios. O imperialismo implica, conforme provámos, a criação preliminar de um ideal nacional; a criação de um ideal nacional envolve uma fixação racial. Por isso, nesses territórios por si incapazes de gerar uma raça civilizável tem, para que neles haja civilização, que aparecer um povo já civilizado - isto é, não apenas em processo de civilização, mas com uma nacionalidade psíquica inteiramente definida.
Em segundo lugar, há a ocupação de territórios habitados por povos, não já selvagens ou incivilizáveis, mas degenerados de uma civilização antiquíssima. É o caso da Índia - talvez, mesmo, o caso do México, tal qual os espanhóis o encontraram. Aqui, não há já a mesma simplicidade no direito, que o povo expansivo tenha, de ocupar estes territórios. Recordemo-nos sempre que o fim de colonizar ou ocupar territórios não é civilizar a gente que lá está, mas sim levar para esses territórios elementos de civilização. O fim não é altruísta, mas puramente egoísta e civilizacional. É o prolongamento da sua própria civilização que o imperialismo expansivo busca e deve buscar; não é, de modo algum, as vantagens que daí possam advir para os habitantes desse país. A escravatura é lógica e legítima; um zulu ou um landim não representa coisa alguma de útil neste mundo. Civilizá-lo, quer religiosamente, quer de outra forma qualquer, é querer-lhe dar aquilo que ele não pode ter. O legítimo é obrigá-lo, visto que não é gente, a servir os fins da civilização. Escravizá-lo é que é lógico, o degenerado conceito igualitário, com que o cristianismo envenenou os nossos conceitos sociais, prejudicou, porém, esta lógica atitude. Povos, como o inglês, hipocritizaram o conceito, e assim conseguiram servir a civilização.
Em terceiro lugar há aquela última forma do imperialismo de expansão que consiste em querer dominar povos ou igualmente civilizados, mas mais fracos ou menos hábeis em se defender ou fazer a guerra; ou povos menos adiantados na civilização, mas pertencentes ao mesmo esquema civilizacional que o pretenso dominador. É caso como o da Alemanha querer apossar-se da Holanda e da Bélgica. Aqui o imperialismo de expansão transforma-se em imperialismo de domínio. É de expansão, porque trato desse imperialismo, quando exercido por uma nação sobrepovoada.
s.d.
Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. Fernando Pessoa (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução organizada por Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979.
- 72.domingo, 10 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
I know, I alone
How much it hurts, this heart
With no faith nor law
No melody or thought
Only I, only I
And none of this can I say
Because feeling is like the sky
Seen, nothing in it to see
quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
domingo, 27 de janeiro de 2019
quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
terça-feira, 15 de janeiro de 2019
sábado, 5 de janeiro de 2019
sonhos são asas de borboleta
espuma das ondas
livres e encarcerados na mente
sentimentos desenhados
desejos retratados
fantasia capturada
uma voz muda que canta
sonhos são tudo aquilo que nós não somos
tudo aquilo que não temos
tudo o que insiste em escapar
almas impossíveis de se capturar
sonhos são medos
que não conseguimos tocar com os dedos.
miragens em desertos áridos
fantasias subversivas
masoquismo libertador
e quando abro os olhos para eles quero voltar
porque estás lá
sempre
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
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