sexta-feira, 30 de julho de 2010


Estou de férias desde as 17 horas da tarde.... Yessssssssssss
Seguem-se duas semanas de boémia, deboche, degredo, bebedeiras e tudo o que de mais depravado poderá existir.
Vamos a ver quanto tempo aguento sem o meu blog.

Hasta!!!!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mar de tranquilidade que absorve a plenitude do ser. Não existem fronteiras a dividir os pensamentos. Tudo é pacífico. Tudo é pleno. Tudo é uno.
Mas eis que surge uma reviravolta teatral e, num piscar de olhos, tudo desaba com epicentro na mente.
A mente humana é sublime... Sublimemente pobre... ignora as riquezas infinitas do pensar. Tão condicionada que ela se encontra. Um ínfimo detalhe, pode marcar a emersão em águas profundas e negras. mas não será um ínfimo detalhe capaz de um resgate.
O que destingue, e denigre, das restantes espécies... Pensar. Ou a falta disso...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Segue a sombra que deambula entre as luzes tórridas das virtudes auto-proclamadas.
Segue a sombra sem forma conhecida que serpenteia em tentação.
Segue a sombra, as trevas, a obscuridade que se anuncia sem se anunciar.
Lagos sombrios e gelados, repelentes para os demais, banham a tua desconfiança.
Engole a sombra e reconhece novos deuses refundidos nos cantos do subconsciente.
Sê a sombra.
Sê a plenitude do teu ser.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mulheres de armas V. Este é um ataque triplo...



Belezas helénicas estas Astarte. Longe vai o tempo do corpse paint... e ainda bem.
Black metal exclusivamente feminino e adorava ver esta banda por cá. Teria que ser num recinto bastante grande para escoar a baba que sairia de mim.

Black mighty goddesses from Greece...
Corro pelo horizonte sem fim com passadas decididas e ar herético.
Caminho lentamente pelo por do sol em dias cinzentos e subitamente torno-me um com ele.
Paro junto a penhascos que me observam intrigados ou meramente deleitados e absorvo a vista que se vestiu de gala para me ver.
Tudo isto é supérfluo e apenas arquitecturas flutuantes do que jamais será inaugurado com pompa depois de construido.
As ruínas não podem ser restauradas. Novas fachadas serão atribuídas, mas jamais será o mesmo casulo, a mesma incubadora de ideias.
E o horizonte é sempre diferente todos os dias.Despede-se com revelações inócuas de melodias perturbadas e atrocidades narradas quando a noite o aglutina em pura gula.
Eu sou o horizonte...
"Busco-me nas profundezas do meu eu, onde o mais profundo sentimento encontra-se com a essência da essência...
Que de tão transparente e puro assemelha-se á fragilidade do cristal. Basta um leve toque. Um simples choque e ele desfaz-se... É aí que me encontro, que me confronto, que me estilhaço, que me perco e acho-me, Desabafo das tensões do dia, dos meses sem fim, do ano que não termina, do novo que nunca vem... Soluço de mansinho para não me fragmentar e junto com o meu pranto tento deixar rolar as dores já vencidas, as mágoas corroídas e todo o desencanto da estupidez da vida"


C.V

domingo, 25 de julho de 2010

"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende."

"Para muitas pessoas, os filósofos são noctívagos inoportunos que as perturbam durante o sono."
Arthur Schopenhauer

Crónica alcoólica versão concerto punk.

Voltou o calor em força. Logo agora que eu pensava que me tinha livrado dele. Nunca mais chega o inverno e as suas chuvas demolidoras e o seu frio atroz!
Fim de semana com concertos... Já não tenho noção do ultimo a que fui assistir. Esses espaços são o meu habitat predilecto, onde vagueiam as espécies cada vez mais ameaçadas de extinção.

Hoje é dia de ir de comboio. Sabendo de antemão que vou beber umas cervejas valentes, nunca pego no carro. Fica sossegadinho e em merecido descanso este guerreiro de lutas absurdas...

Está fresquinho no comboio. Os valores apresentados no ecran das informações do comboio acusam uns incríveis 37 (????) graus exteriores!!!!! Foda-se!, não há cerveja que consiga eliminar tanto calor!!!
Já bebi um pouco antes de entrar no comboio. Estou assim para o alcoolicamente bem disposto. Enceto uma conversa um pouco absurda com os amigos que vão comigo. Tanto tempo e dinheiro gasto em bares e é nos comboios que se vêem mais e melhores mulheres! Vou começar a passar os meus fins de semana a andar de comboio. Compro daqueles pacotes de 10 viagens e ando para trás e para a frente, porque realmente vi coisas muito belas nesta curta viagem.

Chegados ao Porto, essa cidade sublime e apenas a mais bela do mundo com a sua aura carregada de cinzento. O calor abate~se em vagas infernais novamente. Ainda temos que andar um bom bocado até chegar ao bar. Para ganhar coragem, um saltinho ás esplanadas da Avenida dos Aliados para beber uma e tentar decifrar as nacionalidades dos muitos turistas que torram ao sol nortenho.

Foi num ápice a fresca. Toca a seguir caminho. Adoro andar pelas ruas do Porto. São mágicas e respiram aquele sentimento de invencibilidade que tanto orgulha a cidade.

Chegados á rua do concerto é preciso descobrir o resto da matilha. Não é difícil. onde estão cabeludos com correntes e outras pessoas com penteados muito estranhos e roupa rasgada em mil bocados, encontro sempre quem procuro.
Só quero ver uma banda e toca em terceiro lugar, portanto toca a atacar as cervejas nos cafes porque são bem mais baratas do que no local do concerto.
A cerveja muda de preço a cada 5 minutos. Que estranho! Não se pode contar os trocos porque não se sabe quanto custará a a próxima.

Dentro do bar...
Muitas vezes questiono-me o porquê de se insistir em ser musico nos estilos mais marginais e alternativos. As pessoas que acompanham a cena são sempre as mesmas e os sítios para tocar tem quase sempre condições deploráveis. É preciso gostar mesmo muito!!!!
Os concertos foram razoáveis tendo em conta a qualidade péssima do som. Ao fim de não sei quantas cervejas, dou por mim em pleno crowd surfing. Assusta-me o tecto estar tão próximo! Devem ter perdido a cabeça, pois os meus 80 quilos sempre pareceram desmoralizar todas as anteriores tentativas.

O bar também muda constantemente o preço da cerveja. Bem, isto será alguma moda nova no Porto??? É um pouco ridículo. Tudo bem que não gosto muito de coisas pré estabelecidas, mas isto é um exagero.

De repente, acabou tudo. Tou com uma fome titanica! São 11 da noite e só comi a cevada que vem na cerveja durante o dia todo. Sugiro o mítico 77 para comer, mas nínguem quer ir. Preferem andar ás voltas nas ruas á procura de algo bom e barato que esteja aberto a estas horas. Já tinha ouvido falar de quimeras. Isto é uma delas.
Acaba toda a gente por ir ao sítio que tinha sugerido. DAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!

Come-se e bebe-se e está na hora de apanhar o comboio de volta. Estou com vontade de ficar a noite toda, mas isto é fim do mês e a coisa está um pouco complicada.
A vida nocturna do Porto está bem e recomenda-se apesar da quantidade de betos que asfixiam o ar.
Sou abordado por umas universitárias por causa da minha camisola. Já estou atrasado para o comboio. Porque é que isto não me acontece quando tenho a noite toda???? Ainda troco uma conversa bastante interessante com uma delas, não fosse ela estudante de filosofia. Até lhe disse que me casava com ela se já tivesse lido os livros todos de Nietzsche. E não é que ela leu??? Ou diz que leu. Mas fala com muito conhecimento de causa, portanto acredito. GGGGGRRRRRRRRR. Tenho que me ir embora quando tou no meio de uma conversa deveras agradável. Enfim...

Acordo no outro dia e penso sempre no que aprendi na noite anterior. Nada. Nunca aprendo nada. Devia poupar dinheiro para quando for pai de familia. Mas aqueles momentos em que uma pessoa se sente tão bem sem razão aparente quase sempre de noite não tem preço. e é sempre bem gasto os euros que gasto nestes devaneios nocturnos.

sábado, 24 de julho de 2010

Matar a vontade de morrer ou apenas a resignação a estar confinado a uma forma estranha de existência da qual se não retira nenhum proveito filosófico?
Como sempre, tudo é relativo e questionável e as conclusões desertam sempre na hora em que são convocadas para a guerra...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Gostava de um dia, ou noite tempestuosa, conseguir decifrar estes enigmas ancestrais que a falta de personalidade das pessoas grava nas pedras filosofais. Embora os paralelos das calçadas contenham em si mais filosofia do que as próprias pessoas, mas mesmo assim gostava de perceber...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Para lá da foz onde desaguam os pensamentos, encontras os poetas, esses fingidores.
Artesãos das palavras, moldam-nas à sua maneira e revestem-nas de significados únicos ou variados. Tudo depende dos teus olhos, da forma como as vês.
Nada depende dos poetas, eles escrevem para si. Escrever é o acto supremo de egoísmo, porque nas suas palavras vai apenas o que eles compreendem e tu tentas perceber. Eles riem-se porque criam em ti sentimentos forçados e esculpidos com canetas em folhas de papel.
Eles são fingidores porque fingem sofrer por ti...

terça-feira, 20 de julho de 2010

"Seria um grande triunfo para a filosofia se conseguisse iluminar a obscuridade das vias de que a providência se serve para alcançar os fins que se propõe em relação ao Homem e traçar a partir daí um plano de conduta que desse a conhecer a esse infeliz individuo bípede- joguete perpétuo dos caprichos do ser, que segundo dizem, o dirige tão despóticamente- a maneira de interpretar os desígnios dessa providência para com ele, o caminho a seguir para evitar os caprichos singulares dessa fatalidade a que se dão vinte nomes diferentes sem se ter conseguido defini-la."

Assim começa "Os infortúnios da virtude" de Marquês de Sade...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Doce sabor a decadência,
Exala e pode ser colhido.
Doce sabor a demência
Nesses lábios a que fico rendido.

Doce sabor a tristeza
Que vagueia e atormenta
Quão subjectiva é a beleza
Que na Noite se lamenta.

Doces e solitárias odes
Escritas em noites desertas
Perseguidas por um moderno rei Herodes
Em busca de estrofes incertas

Doce sabor a dissabor
Que sabe a não saber
Doce sabor a despudor
Que não nega o prazer

Doce sabor a tempestade
Que eclode bem dentro de mim
Acorda a adormecida irmandade
de sofrimentos que tiveram fim

Doce sabor que me adormece
Em noites sôfregas
novos amanheceres tece
Sem auroras funestas.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mulheres de amas IV


Tenho um grande fraquinho por mulheres italianas. A super deusa será sempre Monica Belucci, mas esta Cadaveria até que não lhe fica muito longe. E tem uma voz potentosa já desde os tempos de Opera IX.

Sou uma espécie de vampiro que voa em redor dos corpos pulsantes de vida para deles extrair alimento para a alma. Ou talvez seja apenas uma espécie de abutre que faz um festim nos despojos humanos.
Os corpos femininos exangues e mutilados amontoam-se num armário metafórico do qual eu perdi a chave.
O porquê desta minha insaciabilidade é um mistério cuja resolução aparenta estar soterrada junto com os restantes escombros do que resta da minha humanidade.

A capacidade de questionar está com vivacidade extrema, ao passo que a capacidade de responder jaz moribunda fazendo ténue companhia aos corpos eviscerados da sua essência.

A morbidez do meu toque está envolta com volátil capacidade enfeitiçadora e ecoam nos negros céus esses bizarros véus que anseiam por cobrir os corpos que se manifestam á minha passagem como que. de repente, eu, que rejeito a humanidade, me tivesse transformado no príncipe encantado, o messias encarnado, o príncipe das trevas, o ser supremo de Patrick Suskind.

A perfeição é demasiado humana.
A decepção vem no pacote incluida.

Este descendente do cio animalesco com repercussões sobre a minha humana forma, dá origem a hedonistas premissas.
Estranha esta corrente filosófica, antígona do todo e nenhum sentido.

terça-feira, 13 de julho de 2010

"Todo o homem saudável consegue ficar dois dias sem comer - sem a poesia, jamais." Baudelaire

Chuva em pleno verão!!!


A chuva gosta que me mantenha imóvel enquanto me banha com a sua sabedoria. Suaves pingos de compreensão correm pelo meu rosto outrora banhado por ditadores laivos de desgraças.
Em pleno verão, ela faz a sua aparição contestando assim os rumores de deserção.
Purificadora e santificadora de um corpo desnudo de florestas funestas.

Chuva que eclipsas o sol; derrama-te sobre as vãs consciências apelidadas de demências que se ousam mostrar nos instantes breves das suas sonolências.
Arrefece este corpo contaminado de pecado e ouve sem questionar este ténue desabafo...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Partes rumo ao desconhecido
A bordo de pensamentos transcendentais
Para trás fica o que nunca foi tido
Juntamente com os erros demais.

Não existem fronteiras
São meras invenções
Psicológicas rasteiras
Metáforas de ilusões.

Canta cantigas de embalar
Aos sonhos cobertos de pó
Novos está na hora de projectar
Entre a vontade de estar só

Não existem estradas ou mares
Subjugadores e manipuladores
Todas as terras e ares
Foram removidas de clamores

Um pequeno sabor a liberdade
Em tal viagem te aguarda
Só o Homem é capaz da crueldade
E de dar sentido ao nada.

Apenas fugir...
Apenas correr...
Apenas sorrir...
Antes de morrer...

domingo, 11 de julho de 2010

Crónica alcoólica versão Festas sebastianas- Freamunde.

Sábado á noite e há concerto de Jorge Palma de borla. Este senhor da musica portuguesa merece todo o respeito e com todo o gosto desloco-me para a terra dos capões, Freamunde.

Que imensidão de gente! Sempre me disseram que estas festas populares eram das melhores do país. Nunca gostei de festas e esses tipos de romarias. Sim, eu sou misantropo, eu sei...

Ainda falta um pouco para o concerto, é hora de abastecer combustível para a minha máquina do amor. Há uma imensidão de barraquinhas de cerveja, mas todas vendem só Sagres. Beeeerrrrrghhhhh! Odeio Sagres!
Há um café que tem Super Bock fresquinha. Nada mais nada menos do que a casa do F.C Porto! Estranham eu querer entrar lá visto a minha cor ser assim mais para o encarnado fervoroso, mas eu por cerveja decente faço tudo. Só espero que nenhum dos meus amigos se descaia e diga a um dos matulões que eu sou do arqui-rival. Confusões a esta hora, não obrigado.

Jorge Palma começa entretanto, e que grande concerto que este homem deu! Sempre alcoólicamente bem disposto como é de seu timbre, mostra o quão fantástica é a língua portuguesa e ao mesmo tempo faz-me amaldiçoar o país por nao reconhecer o enorme talento que este homem tem. Já destrocava grandes letras antes do 25 de abril, mas parece que é um musico recente porque só se conhece a "Encosta-te a mim."
"Ai Portugal, Portugal! De que é que estás á espera????" para coroar este poeta como um embaixador da língua portuguesa?
As filas da frente do concerto pareciam as de um típico festival de verão, com muita cerveja e substancias dopantes por todo o lado. Ja sai toda a gente bem animada no final do concerto. Está na hora de voltar á casa dos andrades para beber mais umas quantas cervejas e ficar com a mente dormente....




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De repente ja são 8 da manha e dou por mim no meio de uma improvisada pista de dança no meio da rua a curtir pah caralho a musica "I will survive" (?????!!!!!!)
Tudo bem até ao momento em que um cigarro aceso me acerta em cheio no olho. Foda-se que dores horríveis!!!!!! Lá me conseguiram tirar a cinza incandescente que ficou a colorir o branco do meu olho após várias tentativas. Estou completamente possesso, mas mais uma cerveja e isso passa.


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7 da tarde

Acordo na minha cama. Hum optimo!!!! Há aqui um espaço de horas em que nao me lembro de nada. Que terei feito eu? Declamado poesia a alguma mulher? Discutido filosofia com bancos de jardim? Questionado pássaros sobre a liberdade de voar??

Gostava de der espectador para me observar. Devo ser bastante engraçado de se ver. A cambalear e a dizer coisas sem sentido a audiências incrédulas. Bem, vou mas é dormir outra vez....


Em dias de overdoses de modorra, resta sempre a certeza que ao piscar os olhos, nessa fracção de segundo, tudo parece ter sentido e a harmonia aparenta existir.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Estranho este silêncio que brota da minha mente.
Mas também confortador.
A ausência da escrita, não me faz entrar em pânico.
Não me faz sentir absolutamente nada.
não se extinguiu este rio que tantas palavras levou a uma foz fictícia e meramente figurativa.
Ele corre no seu leito normalmente, impávido e sereno, alheio a todos os súplicios que sangram á sua volta. Canalizou-se para outro mar, não aquele a que o condenaram a desaguar. Canalizou-se apenas para o pensamento e por lá fica, inerte e longe dos olhares.
Ele está lá sempre, com correntes fortes. as palavras não nadam contra as correntes.
Deixam-se fluir. Apenas uma ligeira modorra de as transpor para o papel. Como se só assim ganhassem vida! Elas merecem ter uma liberdade que jamais terei.
Correm livremente entre prados verdes flamejantes onde florescem utopias em cada borda onde o sol não ousa ostracizar com a sua presença.
Não temo por elas. Não temo por mim. Não temo por nada.
Eu sou as minhas palavras e ando por aí... sei que o vento tem estado ausente, quiçá com desilusão amorosa, mas eu oiço-me em eco muito vagamente ao longe. E sei que ando por aí algures a beber copos com as minhas palavras. Estranhas bebedeiras estas, de sentido nulo, como aparentam ser todas as bebedeiras. Mas produtivas ao ponto de vómitos corrosivos de verdades supremas encobertas de poesias.
Sem as minhas palavras, nada restaria de mim.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O raiar de um novo dia não marca o fim desta noite.
O que tem esta noite de tão diferente das demais, todas diferentes mas todas iguais?
Esta noite veste-se com o veludo da eternidade e acaricia as suas curvas voluptuosas ao som dos breves suspiros que lanças bem de dentro do teu corpo.
Sons desconexos, aparentemente sem significado aos ouvidos dos comuns mortais.
Esses sons, desconhecidos para ti, marcam o inicio da viagem sem regresso do teu corpo por entre os emaranhados de recordações que te cumprimentam á medida que passas por elas a velocidades orgásmicas.
Andarás perdida por entre meteoritos que voam em circumnavegação á tua volta?
Estás em sítios dos quais nao desejas regressar. Eles desenham-se no teu sorriso à medida que adormeces e nos sonhos anseias por novas viagens siderais.
Astrólogos juntam-se em discussão, nunca em comunhão pela descrença na presença deste novo astro que ilumina a Noite. Não a de todos, mas apenas a minha.

domingo, 4 de julho de 2010

Observemos com muita atenção a forma que nos cumprimenta no espelho. Certas vezes parece um demónio, dependendo da incidência da luz que brota das pequenas frinchas das persianas das recordações. Certas vezes parece um tirano que exerce domínio total sobre territórios apenas espirituais.
Todas as formas são subjectivas e não tem ligações aparentes com a realidade.
Mas o que é a realidade? Uma construção com alicerces ás vezes de mentiras, isentas de qualquer sobriedade.
A forma torna-se muitas vezes disforme. Dependendo totalmente dos olhares que a vislumbram. Olhares diferentes, muitas vezes tementes.
Por vezes renegadores, outras reconciliadores.
Existe beleza em certas alturas nessa forma reflectida no espelho, reconhece-la é que é o grande desafio. Apenas os fortes de espírito estarão á sua altura. A beleza e a fealdade estão apenas á distancia de um pensamento.