sexta-feira, 31 de julho de 2009

Criações de papel afogadas em tintas subtis.
Voo nocturno de almas em sufoco
Palavra que esconde o que realmente diz.
Pelo sossego anseia apenas um pouco.

Desenhos esculpidos no crepúsculo
Cravados na noite, bem no seu seio
O coração não é apenas um músculo
Não é só sangue que corre no seu meio.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Encontram-se dois amigos que já não se viam há muito tempo. A recordação que ambos tinham um do outro desse ultimo encontro era uma névoa espessa na qual reconheciam apenas particulas dos seus seres.



Amigo 1- Então caralho? Que é feito de ti?

Amigo 2- É um circundar de espirais de dor que me tornaram algo diferente do que antes fui.

Amigo 1- Vai-te foder com os discursos filosóficos.

Esgares de dor não conseguem mudar rostos nem corações e muito menos almas.



Amigo 2- Poder-se-ia discutir eternamente o quão necessária será a dor para o crescimento pessoal e a fomentação da vontade de viver.

Amigo 1- Quando se sente dor é o maior sinal de que se existe. Não podemos considerar dor, por exemplo, a sede? procuras anular essa dor bebendo, como eu vou fazer agora com esta cerveja fresquinha. AAAAAHHHHHHH. Tão boa!!! Mesmo no ponto...

Amigo 2-Então depois de se anular a dor deixámos de existir? Quando a cerveja acaba e a sede está saciada. A dor findou e nós deixamos de existir?

Amigo 1- Muito pelo contrário. Acaba a cerveja, arrotas e fumas um cigarro. Sabias que tinhas aquela dor e sentias-te angustiado para a anular. Dor que te consumia e agora que a anulaste sentes paz e pensas na dor passada e no presente como algo que te fez saborear por completo o que é viver.

Amigo 2- Então quem não tem qualquer espécie de dor e, consequentemente, não tem que a anular, não existe?

Amigo 1- Todos os seres são atormentados por dores em várias fases da vida. Quando ultrapassadas vive-se em paz, se bem que temporária. Pode perder-se a capacidade de dar valor às mais pequenas coisas, mas não se perde a existência. Aprecia-se e goza-se...

Amigo 2- Simplesmente acho que tenho uma sede insaciável. Não existe cerveja em abundancia para matar a minha sede.

Amigo 1- Compreendo. Se a tua sede é insaciavel tens que beber uma cerveja de cada vez. Não podes beber várias de uma só vez. Bebes uma e, por muito grande que seja a tua sede, ela adormece um pouco e aí já consegues saborear um cigarro.

Despedem-se pouco depois. Um com a sua sede física saciada. O outro com a sua sede mental por saciar. O segundo amigo pede mais uma cerveja...

terça-feira, 28 de julho de 2009

"Estou sujo. Corroído pelos piolhos. Os porcos olham para mim e vomitam..."
Cantos de Maldoror ou então Mão Morta, como preferirem...

Tal como subitamente o ceu de repente transforma o sol em chuva dissolvente, sou assolado por insónias brutais que desaparecem com a mesma facilidade como apareceram.

Talvez numa semana só tenha dormido duas noites. Não sei...

O relógio avança sorrateiramente. Segundos parecem horas e horas parecem milésimos de segundo. Perdi toda e qualquer noção do que é o tempo. Sei que existe um horário sagrado para cumprir para os demais, mas eu é como se estivesse num outro espaço temporal onde não esxiste nem dia nem noite. Apenas fragmentos de luz e de escuridão.

No seio do meu periodo aureo de insanidade médica, conheci alguém que tinha perdido a capacidade de dormir. Na altura fazia 3 meses em que tinha fechado os olhos pela ultima vez. Tinha o aspecto mais fresco e descansado do mundo. Eu estava completamente possuido por calmantes e soporíferos de toda a espécie, mais parecendo um fantasma do que anteriromente tinha sido. Lembro de partes de conversas que mantivemos. Essa pessoa acreditava que o seu corpo se recusava a dormir com o receio de perder algo de estupendo que lhe viria mudar a vida por completo e que poderia chegar a qualquer instante. Tinha a convicção que algo o procurava sem o encontrar.

Talvez eu procure algo, porque sei que nada me procura. Resta-me identificar exactamente o que procuro agora que a lucidez aparenta estar em mim.

Não sou nenhuma mente brilhante à qual surgirá a ideia de terminar com algum flagelo que assola a humanidade. O tempo de me preocupar com o curso da humanidade já foi levado com a maré. A humanidade também não se preocupa com o meu curso... Digámos que é uma indiferença reciproca.

Não posso inverter o curso do relógio, resta-me apenas olha-lo como um analfabeto olha para um livro porque o não consigo entender

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Estás sepultada...
Sempre pensei que quando chegasse a hora de te enterrar escolheria um sítio ídilico para o fazer. Algum local que fosse de extremo significado para mim. Algures entre as mais belas flores e arvores de frutos. Uma localização onde regressaria para te visitar e conversar contigo.
Mas não... A escolha recaiu por um lugar desolador, de impossível acesso e onde jamais conseguirei voltar. Não tens flores à tua volta, mas sim apenas o nada.
Não chorei como esperava fazer. Não senti absolutamente nada a não ser desprezo.
Enquanto escavava a tua sepultura não apareceram boas recordações para me impedir de continuar a escavação.
Depositei o teu corpo completamente absorto e vazio. Cobri-te com as pazadas repletas de terra árida, impossível de se criar alguma vegetação.
Completamente imersa pela paisagem desoladora a tua sepultura desapareceu imediatamente como se não tivesse sequer existido.
Permaneci alguns minutos procurando alguma emoção que viesse chocar comigo, mas ela não compareceu. Então vi as flores do ódio e da maldade a nascer no meio desta imensidão de vazio.
Sei agora onde estás. As flores cresceram monstruosamente em tão pouco tempo.
Foi a confirmação do que suspeitava. A maldade floresceu dentro de ti durante tanto tempo e agora mesmo sem haver possibilidade fisica para neste local se criarem, a maldade floresce na terra.
Assim te deixo, sepultada no meio da tua maldade.
Adeus. Até nunca mais...

Perdem-se os numeros das palavras que foram contadas e narradas na esperança de fazer desaparecer os receios e dores momentáneas de quem me é próximo.

Envredei por uma cruzada de combate a tudo o que é nocivo para o pensamento.

Não quero a extinção de outros credos e dos supostos infíeis como era o objectivo das cruzadas originais.

Apenas desejo extinguir os males que vos afectam, se não o conseguir então canaliza-los-ei para mim.

Talvez eu seja a reencarnação de cristo, que supostamente morreu para salvar a humanidade.

Não ando sobre a água, nem estou pregado a nenhuma cruz. Mas talvez seja um carregador de cruzes profissional. Carregarei as cruzes de quem gosto para não terem de sofrer.

Não direi para deixarem vir a mim as criançinhas porque a minha orientação sexual não vai para esses caminhos tortuosos. Direi apenas para deixarem vir a mim todos os flagelos, que eu ja estou preparado para os suportar.

domingo, 26 de julho de 2009

As melhores duplas de sempre....











Cuidado que eu faço de ti uma esfregona!!!

Faço de ti uma esfregona
Recentemente disseram-me que a minha maior virtude e, ao mesmo tempo, o meu maior defeito é a minha bondade infinita. É o de dar sempre tudo e nunca esperar receber nada em troca.
Excesso de altruismo era algo que nunca pensei ouvir.
Nunca são premiados todos os que lutam à sua maneira para tornar o mundo melhor.
Talvez tenha chegado a hora de me tornar egoísta. Não dar nada e querer receber tudo.
É a hora de me tornar um ditador insensível e dominar tudo e todos.
Varrer para debaixo do tapete todas as emoções e transformar-me no super-homem de Nietchze.
Algo impensável para mim, mas porventura a unica maneira de triunfar.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Adoro o cheiro da erva molhada pela manhã.
Tem o mesmo cheiro do teu corpo.
Doce aroma flutuante pela brisa
Emprenha-se na mais profunda particula do ser.

Corre junto com as tuas lembranças
Penetra no sangue, tornando-o doce
São tão belas estas danças
Neste amor ainda precoce.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Rebenta a fúria anteriormente comprimida por entre paredes de melancolia. Expande-se como um tsunami a observar a costa com um riso sarcástico. Furia descendente da frustração, prima em primeiro grau da desilusão.
Furia tranquila e pacifica. Vou cortar os pulsos da solidão. Vê-la esvair-se em sangue... E vou sorrir com malícia... Gargalhadas descomunais e ancestrais formam-se no meu rosto contorcido pela loucura.
Cuidado com a besta dentro de mim! Não faço mal a ninguém, só a mim próprio...

São incertezas e inquietações à minha espera em mais um dia em que o sol está ausente. Volto a ter problemas em adormecer e piores ainda ao acordar.
As leituras voltam a estar ausentes, a musica volta a não soar como soava, mesmo as minhas palavras são um parto dificílimo de efectuar.
Permaneço deitado olhando o silêncio. Observando a sua esguia forma movendo-se sem preconceitos sobre tudo o que se lhe depara.
Saio de casa e no lugar do passageiro vai o silêncio. Encontro amigos envoltos nos seus rituais normais de beber cerveja, fumar e dizer barbaridades. Planos para futuras bebedeiras, concertos que hão de chegar. E eu ali ao lado, absorto, silencioso, a aspirar vagarosamente mais um cigarro. Observo todos os seus rituais de pedir sempre mais uma cerveja. Não tenho dinheiro- não há problema- mandam vir sempre para mim também. Ali estou eu seu lado, imóvel, sereno e silencioso. Já me conhecem bem. Estou ali, mas não estou. Ando algures...
Saber que alguém me vê torna-se um alívio porque é sinal de que existo realmente. Pelo menos na forma fisica.
Vejo as horas... Faz exactamente 3 horas que estou aqui e não disse uma unica palavra, como se tivesse perdido a capacidade da fala. Só consigo comunicar com o silêncio...
Está na hora de ir para um novo sítio. Desta vez é o silêncio que vai no lugar do condutor. Conduz-me para locais familiares mas ao mesmo tempo desconhecidos. Entro algures numa amálgama de almas e corpos faladores e estridentes. Olho novamente as horas. 6 horas completamente envolvido pelo mais puro silêncio... E aí vai mais uma e outra... O silêncio diz-me que está cansado e quer ir dormir. Regressamos ao ninho e aí adormeço tranquilamente com o silêncio a embalar-me. Nos sonhos sou confrontado com visões do silencio em muitissimas formas variadas. Já está tão entranhado em mim que até se torna o dono dos meus sonhos. E sei que ao acordar ele ali estará ao meu lado.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

I´m waiting for you...

A sea to suffer in


The fields of blood I'd left
They mean nothing to you
That war left scars on me
Without you now, I'm free
I'd found out what you'd done to me, girl
I hate with as much passion as I love
And so now, your time's come, for me girl
The end. Your end. And my birth
Walk away. Laughing away
Remember you always, and wonder why?
I'll suffer in your sea
Your ocean bleeds into me
I'll fall through your endless sky
But never, ever cry
Wounded by your cruelty
Yes, I'll suffer in your sea

Camilo Pessanha

Meus olhos apagados,
Vede a água cair.
Das beiras dos telhados,
Cair, sempre cair.

Das beiras dos telhados,
Cair, quase morrer...
Meus olhos apagados,
E cansados de ver.

Meus olhos, afogai-vos
Na vã tristeza ambiente.
Caí e derramai-vos
Como a água morrente.






Perguntaram-me quais os livros que já tenha lido os quais conseguisse enquadrar neles o que é a minha vida.



Resposta simples: A Divina Comédia de Dante, O Paraíso Perdido de John Milton e o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa.



Estupefação geral com as minhas respostas. A Divina Comédia e Paraiso Perdido são livros de alto conteúdo religioso e sendo eu uma pessoa sem qualquer tipo de crenças religiosas não fazem qualquer sentido.



Fazem pelo contrário todo o sentido. Sou uma alma condenada e percorro todos os níveis de punição presentes na Divina Comédia e existe a permanente batalha pela conquista do "paraíso" entre as divindades e potestades existentes dentro de mim.



O livro do desassossego não merece qualquer contestação.



terça-feira, 21 de julho de 2009

Hoje foi a primeira vez que falei contigo e que só tinha vontade de dizer: ODEIO-TE!

Estou sempre entre a tempestade que passou e a vindoura.

Não existe bonança depois de uma tempestade. Apenas mais uma a caminho.

Prevejo já no horizonte ela a formar-se. Os ceus negros céus com os seus trovões ameaçadores a ribombar até ao sítio mais longinquo.

Vou barricar-me no meu bunker para desta vez não ser apanhado totalmente de surpresa.

Cá a espero refugiado nos meus sonhos e ilusões. Eles ajudar-me-ão a suportar a chuva fustigadora.

Demorei tanto tempo a reconstrui-los. Penso que agora estarão fortes o suficiente para suportarem todas as calamidades que me estão destinadas.

Se ainda não fui levado na inundação nem atingido por raios fulminantes, desafio os elementos a tentarem novamente...

CÁ VOS ESPERO!
"Põe-me as maõs nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.

Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.

Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabe-lo."

Tudo o que me rodeia tem tatuado o teu rosto.
Afogo-me no mar tranquilo que é o teu olhar.
Penso que serás só mais uma criação minha,
Da mesma maneira que crio estrofes.
Duvidas do que é real e irreal sempre me trespassaram
E tantas foram as palavras que me magoaram
Talvez perdidas as horas de todos os que já amaram.

Espero por ti na esperança de que não sejas apenas uma ilusão.
My burden is more than I can bare
This suffering has stripped me to the bone
Shacking in utter pain, at death I have stared
My aching soul can't ache anymore
The countless years I have lived have brought me nothing
The only gift I have ever received is a lifetime of suffering
I cannot let another day pass to torture me further
I slit my throat with broken fervor
The weight of my pain could collapse me
This deadening depression eats me whole
Pulsating agony has forever trapped me
My soul just can't take it anymore
The driving minutes pass so slowly with dread
The only comfort of mine is the surrounding death
I just can't bare my burden any longer
I just can't conjure the will to be stronger
My burden is more than I can bare
This suffering has stripped me to the bone
Shaking in utter pain, at death I have stared
My aching soul just can't ache anymore...

Corpus Christii- Lifetime of suffering

Tributo ao Black Metal.


Obras primas da morbidez,

Correndo nas veias com soturna rapidez.

Hinos da destruição

Domínios da desolação

Absolvição de todos os pecados

Invocação de deuses irados

Envenenamentos nocturnos

Pensamentos nocturnos

São sons eternos

Sem gestos ternos

Negrume infinito

O inferno descrito.



Ou simplesmente algo que procuro para quando quero fazer cara de mau.


"O inferno são os outros"- Jean Paul Sartre

"Não há outro inferno para o homem, além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes." - Marquês de Sade


Quando deixamos de ser os criadores do nosso próprio inferno, aparecem sempre alguns demónios vindos do passado, presente e futuro para nos conduzir novamente para o purgatório. Torturam almas com todo o sadismo possível e imaginário. Gostava de eliminar todos esse demónios. Já não suporto o cheiro a enxofre.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Para todos os que alguma vez me foderam na vida.

Podem ser só palavras mas todas elas tem um significado eterno. Para mim não existem palavras sem sentido ou vazias de conteudo. Há certas pessoas que lhes deveria ser retirado o dom das palavras, que se escondem atrás delas, escudando com elas todo o seu vazio. Dão muito mau uso ao melhor atributo que os seres humanos podem ter. Deixem as palavras para quem as sente e sabe fazer um uso correcto delas.

domingo, 19 de julho de 2009

Rescaldo do regresso a concertos 7 tortuosos anos depois


Amplifiquei gritos e desilusões tudo expulso pela minha voz em sons bestiais

Foram gemidos, grunhos, sussurros e uma alma completamente lavada de fresco.

Obrigado a todos que tiveram a paciência de me ouvirem ontem e aos meus companheiros de banda por fazerem a banda sonora para as minhas declamações doentias.
Quero ficar com toda a dor que te atormenta...
Expulsá-la de ti e sofrer eu em teu lugar.
Já sei lidar com dor, sempre me procurou e encontrou
Agora sei onde se fixou depois de me abandonar
A sua pior vingança possivel foi ter encontrado alojamento
Precisamente no meu lugar favorito
E atormentar quem não deve.
Prefiro que ela volte para mim.
Podes voltar...
Abandona esse local sagrado
E fixa-te de novo em mim.
Já conheces os cantos à casa...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sinto-me preso dentro de mim.


Where were you tonight?

"Where are you tonight?
Wild flower in starlit heaven
Still enchanted in flight
Obsesion lament to freedom
A Timeless word, the meanings changed
But I'm still burning in your flames
Incessant, lustral masquerade
Unengaged, dimlit love didn't taste the same
And I still wonder if you ever wonder the same
And I still wonder..."

Cenário apocalíptico envolto em alcool etílico.


Creativas revoluções

Assentes em desilusões

Hinos de debandada

E nós de mão dada

Ecoam as tempestades

Provocadas pelas potestades

Refúgio procuramos

Nós que amamos

Na corrente dos destroços

Vão também os remorsos


Agora nada resta

Podemos fazer a festa

Só nós e apaz

E o desejo que apraz

Designios são construidos

Outrora foram banidos

Beijos são edificados

Em terrenos excomungados

E feitas juras de amor

Agora despidas de dor.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Acordo com um dia cinzento, daqueles convidadores a uma rápida imersão na melancolia suprema. Dura 5 minutos a apatia e a vontade de não ter acordado. De repente oiço o cavalgar de algo parecido com um exercito de orcs vindo com ordens de matar. Abro os olhos e vejo os meus 2 gatos sedentos de festas guerreando entre si qual terá o privilégio de ser o primeiro a saltar-me para cima. Acabam por não chegar a consenso algum e aterram os 2 violentamente em cima de mim ao mesmo tempo. Criaturas tão dóceis os meus gatinhos! Insaciáveis por apenas se roçarem em mim e miarem de satisfação. Um belo "bom dia" que recebi.
A seguir toca o telefone com visões animadoras em relação a um futuro emprego.
Eh pá isto, hoje está a correr bem.
Se bem que me faltem os mais doces lábios para completar este quadro que começou a ser pintado de tons escuros e neutros e depressa se tornou em algo relativamente belo, não peço mais nada. Mais tarde ou mais cedo sei que voltarão a ser meus.
Foram tantos os dias e noites submerso pelo terror e angústia que sinto-me bem com pequenas guloseimas que me são oferecidas como se de uma criança eu me tratasse.
Se existe algo que aprendi a muito custo é a dar pequenos passos. Deixar passar a ansiedade de querer o mundo todo sobre o meu dominio no momento e trabalhar arduamente segundo a segundo para o conquistar mais tarde.
Foi-me restituida a capacidade de amar que se encontrava exilada algures em parte incerta e esta é a minha melhor ferramenta que tenho para a construção de todas as infraestruturas para a conquista do meu mundo e do vosso.

quarta-feira, 15 de julho de 2009


Existe um admirável mundo novo onde se sente a leveza do ser.

O meu ser está tão leve que basta um pequeno sopro teu para planar nas nuvens.

Viajar a quilómetros de altitude sustentado por pequenos gestos que funcionam como o meu combustível nesta viagem.
Tenho o suficiente para completar uma volta ao mundo e no regresso paro junto a ti e um simples beijo é o que basta para conseguir chegar aos fins do universo.


Icaro queria voar até ao sol. Eu sou mais ambicioso, quero o universo todo.

Enquanto estiveres a meu lado terei a força e um dia conquistá-lo-ei.

Irei baptizar mundos novos e corpos celestes com o teu nome.

Quando estiveres a olhar a noite estrelada perguntando-te onde eu estarei, eu aparecerei de surpresa para te oferecer todas as conquistas.

Não procuro agradecimento, só a visão das estrelas com o teu nome reflectidas no teu olhar.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O adeus à dor


Onde andas tu esta noite?

Procurei-te no sítio do costume, mas estavas ausente.

Perguntei aos sentimentos teus companheiros de copos, mas não sabiam de ti.

Pagaste uma rodada e saiste com lágrimas no olhar.

Para sempre quiçá desapareceste, sem um unico adeus.

Da mesma maneira como apareceste sem um "Olá".

Não vou dizer que sinto a tua falta, mas já eras parte de mim.

Espero que nesta empreendedora viagem que te leva a rumo incerto a sorte te acompanhe.

Por muito que dissesse que queria que me abandonasses, devias ter te despedido de mim.

Acabaste por ser o que mais me fez sentir vivo. Eu sabia que existia algo de bom em ti.

Custa-me ver sair de mim algo que me pertenceu durante tanto tempo, por muito mal que me tenhas feito, aprendi a gostar de ti e a compreender-te. Espero que sejas feliz.

Obras!


Ocorre a osmose do ser.

A transferência de competências.

A ruptura do pensamento dos convalescentes do tempo.

A ressaca do que se perde no momento.

O renegar do que nunca se voltará a ser.

A procura do que se perdeu conscientemente.

O que se quis perder e o que se quis ganhar.

As variações tempestuosas e calmas.

Obras de reconstruções demolidas.

Edificações sem licensa.

Perimetros de insegurança.

Melodias em desafino.

Ocorre nestas incertezas a reconstrução do meu ser. Os alicerces já se encontram plantados mas eu insisto em começar pelo telhado.
"TIVE UMA IDEIA, TIVE UMA IDEIA; VAMOS FUGIR.
TIVE UMA IDEIA, TIVE UMA IDEIA; FOGE COMIGO.
TENHO UM PRÉMIO NOBEL,UMA AMANTE INSACIAVEL, UM SERIAL KILLER, DEUS DISFARÇADO, SOU O MAIOR DEALER QUE SE ENCONTRA NO MERCADO."

O que são os teus lábios?

São viagens belas onde os sonhos são caravelas.
São destinos avistados a perder de vista
São os cemitérios de odio moralista
São desenhos lindos de aguarelas.

Marés que conduzem barcos à deriva
Estrelas cadentes permanentes
Desejos de qualquer alma viva
E mistérios surpreendentes

São estrofes perfeitas
E rimas exemplares
Poesias nunca antes feitas

Encarnações do desejo
Perdidas pelos mares
Tudo isto só no teu beijo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Discussões filosóficas não levam a resultado algum. Sou erracional e com muito orgulho.
Penso em moscas e transformo-as em Adamastores. Assim como pego em demónios e os transformo em formigas.
VIVA A LOUCURA! Vivam as mentes livres de censuras que a polícia dos pensamentos nunca irá reprimir.

Muitas vezes choro sem saber o porquê. Talvez pelos que não estão presentes, ou pelos que estão no meu coração. Eu continuo aqui. Eu ainda choro. As guerras chegaram ao fim, mas as noites continuam com lágrimas. Algumas bastante boas outras bastantes más.

Há sempre os sentimentos que me povoam e que me tornam unico a manifestarem-se. Dias e noites houve em que me sentia insensível mas eu não sou nada sem sentimentos.

Vazio de sentimentos jamais estarei, talvez o meu mal é que os levo aos extremos. Em mim não existem sentimentos pequenos, são todos gigantes, mesmo aqueles que parecerão insignificantes ao mais comum dos mortais em mim ganham dimensões abissais.

Confissões em vagas horas nunca nulas de sentido. Nas palavras escritas e gritadas me encontro e procuro assim gerir os meus sentimentos.
Palavras ficaram ausentes, nos sentimentos presentes.

Os sentidos respeitadores serão os seus narradores.

E a vida que se derrama nos meus lábios

Com os teus encantos belos e sábios.

No longo beijo encontrei-me

E voltei a perder-me

Perdido neste mar de emoções

Encontro mil e uma ilusões

Os teus lábios são as razões

De agora parecer ter mil corações.

"Yes, there will be vomit..."

No próximo dia 18 de julho, sábado,o armagedão chegará finalmente ao nosso tão amado planeta. Reunidas estarão todas as forças do mal para assistirem ao ínicio da tour "Punkx and drunkx" com as bandas Quebra Cabeças e Esguicho Biliar. (Nota: primeira e provávelmente ultima data desta mega digressão mundial) Concerto tão aguardado que as próprias bandas recusam-se a fornecer o horário das actuações devido à sua elevada ética profissional, já que no mesmo dia o Deus da Escuridão Tony Carreira fará a sua aparição na mesma cidade. O receio de converter os milhares de adeptos ferverosos desse nosso ícone musical faz com que as 2 bandas andem refugiadas algures dentro de uma Adega Cooperativa das redondezas. Só no próprio dia e sempre rodeadas por um secretismo imenso, é que as duas bandas serão lançadas para a multidão sedenta da sua musica.
A pacata cidade de Paredes será então palco de um histerismo nunca antes visto e o exército de Deus invadirá o planeta para destruir toda a raça humana. Deus não criou o mundo e o Homem em 6 dias para ser tão desrespeitado e com muita tristeza ordenará o genocidio da sua mais bela criação.

www.myspace.com/quebracabecaspunk
www.myspace.com/esguichobiliar

domingo, 12 de julho de 2009

o dia depois de hoje.



A nova era chegará amanha.
Qual apocalipse disfarçado,
É o inicio do tudo e o final do nada.
É o lançar na corrente do Douro o meu passado
e vê-lo despedir-se de mim compeltamente irado.
É o acreditar em mim e no que valho.
Lá onde as velas se apagam com sopros contidos,
No sítio onde renascem os meus sentidos.

Amanha será o eclipse do ontem
E o semear do futuro vindouro.
Será o dia onde sentir-me-ei alguém
E os sorrisos irão florescer.
Será equiparado a um renascer
Uma nova oputunidade para amar
Quando os teus lábios beijar.

"Always remains a part of you even when you´re caught in the dark side of the force." Star wars

São apenas ensejos de querer o que se rejeitou. Os desejos mudam ás vezes com ritmo alucinante, mas alguns ficam eternamente. Podem ter sido desviados do caminho e consequentemente ficado perdidos, mas encontram sempre o caminho de volta a casa.
Quando regressam são recebidos com lágrimas de saudade e de felicidade por não se terem perdido para sempre. Os filhos são recebidos com as mesmas lágrimas pelos pais quando regressam a casa e perdoam tudo , mesmo quando se cometeram actos horrendos.
Os desejos voltam sempre e por vezes mais fortes e indestrutíveis como nunca.
Regressaram a mim os desejos que andaram a monte por demasiado tempo. E liderando esse pelotão está o enorme desejo de viver.

sábado, 11 de julho de 2009


Regras de boa conduta e etiqueta nos versos escritos. A polícia dos bons costumes literários anda por aí executando rusgas aleatórias em blogs anónimos ou identificados. Munidos com punições exemplares e críticas mordazes anseiam pelas mais sentidas quadras ou frases autuar. Censura hipócrita e regras incompreensíveis.
Nada se aplica nestas frases e páginas extensas que tenho o enorme prazer de criar. Não procuro nem aprovação ou reprovação de quem quer que leia as palavras por mim escritas. Apenas desejo transmitir tudo que me vai na alma e como este humilde espaço é de minha autoria e total responsabilidade estou-me simplesmente a cagar se alguém catedrático ou licenciado na nossa linda e materna língua portuguesa me acusa de infringir "regras consagradas e sempre presentes na escrita dos nossos grandes escritores portugueses. Continuarei a violar essas mesmas regras e todas as outras que se me depararem simplesmente por que escrevo o que quero e sou totalmente contra todo o tipo de censura na arte. Porque acredito que o que escrevo é arte independentemente de ser considerada boa ou má.


P.S- Este pequeno texto é apenas um mero desabafo a um e-mail que recebi relativo a um texto que enviei em Janeiro para ser publicado numa pequena publicação a cargo da Universidade do Minho subordinado ao tema "Todas as formas de poesia.". É incrivel como pessoas que estão responsáveis em educar os futuros professores da nossa bela lingua tem pensamentos tão retrogadas e desajustados da evolução da escrita. De salientar que essa pessoa deu-se ainda ao trabalho de procurar este meu humilde blog para críticar a minha maneira de escrever e o tipo de temáticas abordadas.
Como sei que voltará a este blog porque nem me darei ao trabalho de responder ao seu e-mail tão politicamente correcto enviado deixo-lhe apenas esta mensagem : VAI PRA GRANDE PUTA QUE TE PARIU!!!! E peço desculpa por eventuais erros ortográficos ou de construção gramaticais existentes nestas sete palavras...

Lutar por algo que se acredita é uma saga inglória quando o que se acredita é dependente de terceiros. Formular objectivos individuais por mais utópicos que sejam é unica maneira de se atingir o sucesso. Conflitos de personalidades, ideais e vontades é uma batalha da qual nunca haverá vencedores apenas derrotados. Caí finalmente a unica réstia, mas era uma réstia muito fininha, microscópica mesmo, de crença em humanos. A partir deste dia só existo eu e a minha musa, definitivamente e para sempre...
Fecharam-se os portões da fortaleza e soltadas as ferozes bestas. Ninguém é benvindo.
THOU SHALT NOT PASS.

Vida errante em que tudo muda conforme a velocidade do vento.
Malefícios dos benifícios do ser humano que não consegue sua forma alterar.
Quantas almas não desejam rasgar suas peles e sua força revelar?
Renegadas cavalgam por entre retrógadas lembranças futuras
É a vida que se desenha na nossa frente por um lápis e mão invisiveis.
São contornos que desejariamos eliminar mas a borracha foi apagada.
Há quem seja presenteado com desenhos fabulosos, verdadeiras obras de arte.
Outros recebem rabiscos indecifráveis e vazios.
A arte jamais deixará de ser subjectiva.
Quanta beleza eu encontro naqueles papeis amarrotados com os seus rabiscos tristonhos mas que se tornam os mais felizes.
Vagabundo de artes e letras que felizmente parecem não se esgotar.
Vou escrevendo as legendas no desenho da minha vida.
Palavras abstratas que escrevo com o meu sangue incolor.
São escritas nunca sem rascunhos indolores,
E raramente também com cores.
Posso não conseguir o desenho mudar
Mas as minhas legendas também não as irão apagar.

Rescaldo do fogo de destruição que lavrava dentro de mim.
As chamas consumiram até á extinção a incredulidade, deixando em cinzas toda a maldade.
Novos focos instigados pela violenta paixão são reacendidos perante a estupefação humana já totalmente descrente em tal impossivel acontecimento.
Observo este fogo portador de voz tão sedutora e sem querer reagir deixo-o lavrar.
O fogo declama o meu nome.
Seduz-me com as suas chamas de desejos carnais e com o crepitar de amores eternos.
Cercado agora estou e as chamas crescentes dançam a tua dança.
Dançam comigo e beijam-me com o sabor dos teus lábios.
Consumem o meu corpo que grita extasiado.
Imolado pelo fogo do meu próprio desejo assim perecerei.
Mas que sublime maneira de arder....

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Armistício.


Chegou ao fim a mais sangrenta e longa guerra de sempre. Ao longo de vários meses tivemos relatos de toda a violência e morbidez desta desumana guerra. De um lado o enorme exército dos mais extremos sentimentos negros lutando por anexar totalmente o meu ser e do outro a parca resistência do pouco que restava de bom em mim.
Foram batalhas demolidoras em que sempre saiu vencedor o exercito das trevas, em várias delas chegou mesmo a vislumbrar-se o fim como podem constatar relatado ao longo das várias páginas deste blog. As batalhas foram decorrendo mas a resistência, já quase sem soldados, aguentando sempre as investidas ínimigas nunca capitulou.
Ao longo de várias noites, enquanto o exercito invasor se encontrava descontraído controlando os seus territórios conquistados, vários aliados se juntaram na luta da pequena resistência. Assistiu-se então numa bela noite ao contra ataque. O desembarque de incontáveis soldados munidos com a vontade de expulsar o exercito invasor apenas é comparavel com o desmbarque dos aliados nas praias da Normandia na segunda guerra mundial. Irei denominar essa noite como a Noite M.
Presentearam-nos com uma investida fulgurante da resistência, aniquilando todos os inimigos que se lhes depararam no caminho. Completamente desprevinidos e já confiantes na vitória final os exercitos invasores acabaram por ser dizimados. Alguns dos seus lideres ainda estão refugiados algures tentando organizar eles uma mílicia para defender a sua perdida causa. O território foi recuperado com apenas danos no exercito dos sentimentos negros. Não houve lugar a baixas cívis e os principais monumentos neste território permaneceram intactos.
Completamente derrotado não restou oura alternativa ao General Dark Blizard Beast a não ser aceitar a rendição total e a retirada das suas poucas tropas restantes. A paz, ainda armada por enquanto, foi decretada e assinado o armísticio sobre a forma de belos poemas. Procede-se agora à reconstrução do que ficou destruido e à recuperação do enorme numero de feridos desta guerra desumana e sangrenta. A paz e o regresso ao poder do que de bom em mim existe ficou assim consumada. É tempo de festejar.

Garbage- Number one crush

"I would die for you
I would die for you
I've been dying just to feel you by my side
To know that you're mine

I will cry for you
I will cry for you
I will wash away your pain with all my tears
And drown your fear

I will pray for you
I will pray for you
I will sell my soul for something pure and true
Someone like you

See your face every place that I walk in
Hear your voice every time I am talking
You will believe in me
And I will never be ignored

I will burn for you
Feel pain for you
I will twist the knife and bleed my aching heart
And tear it apart

I will lie for you
Beg and steal for you
I will crawl on hands and knees until you see
You're just like me

Violate all The love that I'm missing
Throw away all the pain that I'm living
You will believe in me
And I can never be ignored

I would die for you
I would kill for you
I will steal for you
I'd do time for you
I would wait for you
I'd make room for you
I'd sail ships for you
To be close to you
To be a part of you
'Cause I believe in you
I believe in you
I would die for you."


A lua reflectida no oceano azul com a sua magificência implorando pelo império das tuas carícias.

Vastos continentes e mares conquistarás com as tuas malícias.

Florestas de beijos que eu plantei para serem arrasadas nos teus lábios.

Conquistado já está o território onde floresce o desejo.

Usurpado com as minhas lágrimas cadentes,

Penetrado com o meu finado desespero.

Roubado e pilhado ficará para sempre o mau ensejo.

Venerado sentimento é espalhado pelos ventos.

E as armadas anunciam ao mundo a boa nova,

Nos seus canhões a polvora é substituida por petalas de setim

E as estrelas sorriem quando tu chegas até mim.






quinta-feira, 9 de julho de 2009

Para a minha musa

Imersa no meio das palavras desconexas e sem sentido.
Embrulhada por entre as mais belas estrofes.
Vestida pelas suaves palavras de veludo,
Apareceste e com o teu beijo fico rendido.

Emergem agora todas as verídicas rimas
Que se refugiavam no fundo do mar
E para a minha musa são destinadas
Com sua alma e ternura belíssimas

Imagino o teu cabelo ao luar
Iluminado pelas sombras
E o teu rosto mais que perfeito
Inspirar as palavras que vou narrar

Na tua silhueta respiro
E com teus lábios escrevo
Humildes devaneios
Ao ser que admiro

Amo-te ao ponto de enlouquecer
As letras serão insuficientes
Mas sempre eterna a paixão
E o desejo de te ver.

Pearl Jam- Wishlist

I wish I was a neutron bomb, for once I could go off
I wish I was a sacrifice but somehow still lived on
I wish I was a sentimental ornament you hung onThe Christmas tree,
I wish I was the star that went on top
I wish I was the evidence,
I wish I was the grounds for 50 million hands upraised and open toward the sky
I wish I was a sailor with someone who waited for me
I wish I was as fortunate, as fortunate as me
I wish I was a messenger and all the news was good
I wish I was the full moon shining off a Camaro's hood
I wish I was an alien at home behind the sun
I wish I was the souvenir you kept your house key on
I wish I was the pedal brake that you depended on
I wish I was the verb 'to trust' and never let you down
I wish I was a radio song, the one that you turned up
I wish...I wish...

Passeiam em mim emoções familiares, contraditórias mas que estavam ausentes. Sou um caminho longo e sinuoso, com várias zonas assombradas. A ver vamos se elas não se perderão...

São recebidas com alguma desconfiança e bastante receio. Sempre pensei que seriam recebidas em clima de festa, com direito a fogo de artificio, fanfarra e com os braços abertos. Mas são recebidas como se de um ex-condenado por crimes muito graves se tratassem.

Os olhares desconfiados e apreensivos das outras emoções que já fixaram residência em mim são perfeitamente justificados. Conviviam em paz e harmonia com enormes festas de convívio bem dentro da minha alma. Sentem-se ameaçadas que as novas emoções procurem fixar-se a seu lado e pertubem a sua qualidade de vida. Receio que se tornem ditadoras e que com novas emoções aliadas destruam o seu habitat idílico.

Gostaria que as "novas" emoções realmente optassem por viver em mim, assim poderia expulsar alguns inquilinos indesejados. Inquilinos que ocuparam o seu espaço sem autorização prévia e por lá se deixaram ficar. Se realmente forem essas as suas vontades, colocarei uma clausula de rescisão no contrato. A simples contrapartida de não me voltarem a destruir.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sugestões para hoje:
Doce agonia e incerteza injustificada.
Por um instante... A realidade não será tão negra quanto o narrado.
Por um instante... Todo o negrume eterno será abandonado.
Por um instante... As desilusões mudarão para euforia.
Por um instante... A noite não dará lugar ao dia.
Por um instante... Mágoas deixarão de fazer sentido.
Por um instante... Nada parecerá perdido.
Por um instante... Todo o caos estará ordenado.
Por um instante... Sentir-me-ei amado.
Por um instante... Adormecerás a meu lado.
Por um instante... As palavras terei rejeitado.

Instante que saberá a eternidade...

O que são estes textos?

Sons de esperada novidade. São ventos animais, sons de risos perdidos algures saídos de almas desconhecidas. Viajam pelo mar ecoando junto com o barulho das ondas. São solstícios sonoros e eclipses de nuvens.
São sons de de revolta e de conformidade. São gritos desesperados e calmos. São letras esvoaçando perdidas algures dentro da jaula.
Ou são apenas palavras ambíguas, cujo significado ficará indecifrado para sempre.
São desejos reprimidos e anunciados. Confissões incompletas. Insanos pensamentos refugiados na suposta sanidade. São orações a nenhuma e todas as divindades.
São grunhos de amor e poemas de ódio. Divagações já estudadas. Jam sessions de palavras com o reportório já bem ensaiado.

Honestamente não sei responder, mas sinto-me bem ao escreve-los.

Vou escarrar palavras de amor bem em cheio na tua cara.

Vê-las a deslizar suavemente e a entrarem na tua boca.

Semearei o que ainda restar dessas palavras nos jardins de malmequeres.

Ficarei lá a ve-las crescer e florir. A tornarem-se as mais belas flores.

Serão flores imponentes e o seu perfume corrosivo.

Embriagarão as pessoas sonhadoras como eu.

As sombras iluminarão as suas belas pétalas.

E o vento espalhará a sua essência.

Chegará até ao fim do mundo.

Eu cortarei um pequeno numero dessas flores

E oferecerei a belas almas transeuntes

De que valerá ter flores se as não poder oferecer?

Parto rumo ao desconhecido munido apenas com um sorriso.
Nada desejo talvez do que irei encontrar.
Não sei o que procurar nem o que a mim procura,
mas parto rumo a esse destino algures aparecido.
Quando lá chegar o meu sorriso irá encontrar irmãos que para sempre julgava perdidos.
Será um reencontro emotivo e uma imagem a preservar, ver sorrisos a chorar.
As suas lágrimas de alegria formarão um pequeno lago onde afogarei as minhas incertezas.
E nesse lugar desconhecido rodeado de sorrisos irei talvez encontrar o que pensava perdido.

terça-feira, 7 de julho de 2009


Espero por ti na esquina da felicidade com a da desilusão.
Olho todos os vultos que se cruzam comigo, na esperança que sejas tu.
Estás a demorar tanto...
O que te terá acontecido?
Estarás arrependida?
As palavras no momento...
Espera tortuosa mas talvez recompensada.
A chuva acompanha-me na espera. Antecipa as lágrimas. Tu não vens...
Tempestuosa agora a noite, eu sentado na calçada esperando a minha amada.
A noite transformou-se em dia e eu sempre à sua espera...


Imóvel permaneço nesta rua deserta e já passaram 100 anos.
Os vultos continuo a olhar com a esperança de te encontrar.
Perdeste-te algures no caminho mas eu sei que virás.
Com o poema na mão sempre estive.
As palavras que te escrevi estão aqui para serem recitadas.
Agora que sinto a Morte a chegar na minha lápide irão estar.
Porque eu sei que um dia me irás encontrar.






Hostilizar os momentos. Denegrir o futuro. Espreitar pela janela e escarrar nas pessoas que anónimamente se acomodam nesta modorra imensa. Esperar pela agressão de algo que gosto que me agrida. Ficar com a cara em papos de tantos socos. Sangue a escorrer por todo o meu corpo e depois vou a correr para os teus braços na esperança que me cures as feridas. E de repente fica tudo bem e as lesões desaparecem...

A mascara da sanidade caiu. Tudo que era humano em mim acabou por me abandonar. Existe uma ideia errada do que eu sou, do que o meu nome inspira. Debaixo desta pele, carne e osso esconde-se algo de terrível que recuso a compartilhar com o resto das pessoas. É algo demasiado horrível para se conseguir traduzir em palavras. É a soma de todos os males conhecidos e desconhecidos. É uma vontade luteriana de destruição.
Escondo-me entre aquelas palavras. Deixo escapar um sorriso por entre o desejo de te torturar.
Olho para as pessoas e desejo comer-lhes a alma. Provocar dores infindáveis e arrancar os olhos para substituir os meus. Talvez o problema seja o que os meus olhos avistam, por isso desejo substitui-los. Se me deres os teus olhos talvez veja as coisas de outra forma. Talvez veja o arco-íris e o nascer do sol. Talvez veja algo de belo como tu.
A beleza está proibida de desfilar perante mim. Por isso esta enorme vontade de desfigurar e desmembrar o que é considerado belo. É a constante procura de preencher este vazio. É o eterno desejo de deixar de ser cego. É a justiça sob a forma de injustiça. É o extermínio do que me atormenta...
É a simples vontade de não querer ser eu...
"When i meet a girl half of me wants to be kind to her, take her out to dinner, make her laugh and fall in love with her. The other half just wonders how her head will look in a stick..." Ed Gein
Prevejo um motim de sentimentos. Eles irão entrar em ebulição e destruirão tudo que se lhes depare. Prevejo que os sentimentos amotinados e irados terminarão o saque de emoções quando já não restar alguma. As emoções estilhaçadas e mutiladas jazerão no solo junto com os destroços.
Esta rebelião dos sentimentos é tentada controlar pela mílicia do pensamento. Vislumbres negros são arremessados contra a multidão de sentimentos. Tamanha violência entre os sentimentos, emoções e pensamentos. Batalha campal, guerra sangrenta. Emoções saem desta batalha totalmente aniquiladas. Nenhuma resta... Genocidas de emoções, os sentimentos armados apenas com a sua enorme vontade de destruição, atacam sem piedade os pensamentos. As palavras disparadas pelos pensamentos não causam danos. Completamente imunes e indestrutíveis os sentimentos deixam um rasto enorme de sangue e de cadáveres. A seus pés jazem mutilados e estilhaçados pensamentos e emoções, muitos dos quais abraçados. Receberam o ódio dos sentimentos abraçados e assim esperaram a morte.

Vencedores desta revolta localizada, vangloriam-se. Chegaram ao poder e não estou a ver exercito com artilharia suficiente para os destituir. Se alguém conhecer...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

"E VER PASSAR A VIDA FAZ-ME TÉDIO..."tédio..."

PROCURA-SE:
A minha identidade. A ultima vez que foi avistada trajava de negro e recitava palavras apaixonadas. Agradece-se a quem a encontrar o favor de a destruir ou de contactar a brigada de combate aos corações partidos. Procedam com extremo cuidado pois é fácilmente inflamável e podem ser vítimas de torturas kafkianas com as suas palavras suaves e enamoradas.

Cozinha para os depressivos


Aqueles murmúrios sombrios ecoando bem dentro de ti. Sabem a personalidades empaladas que gritam por ajuda. São exclamações de tudo combinado com aquele toque especial do nada.


Modo de preparação:

Corte os murmúrios sombrios em fatias bem fininhas, quando ouvir os sussurros de dor em altos décibeis é sinal que as fatias estão no tamanho exacto.

Para o tempero basta que sejam apimentados com apenas uns granzinhos de desespero, essa tão doce especiaria. Bem cozinhados em sofrimento brando e mexidos constantemente com a mágoa. Depois de cozinhados o melhor acompanhento são os gemidos de extase servidos a ferver. Podem ainda ser combinados com os melhores beijos apaixonados que tiver. Atenção que existem muitos beijos, mas neste caso só se devem usar os que são mesmo apaixonados senão corre-se o risco de estragar o doce paladar do prato confeccionado.

Para sobremesa sugiro uns abraços sentidos ou então umas lágrimas de profunda alegria. Como digestivo para este prato de murmúrios sombrios não há nada melhor de que um cálice de 305 Forte ou se preferirem um cálice de Cianeto.

Para todos os que me fazem sorrir. Os acusados sabem bem quem são.


De vez em quando aparece uma luz a iluminar os meus passos, uma luz mais forte que a da lua. Uma luz que me guia e me afasta dos abismos sucessivos que se escondem camuflados ao longo do caminho. Guia os meus pés cegos e errantes até terra firme. Ilumina-me enquanto enterro a caneta no meu caderno para que as palavras sejam mais claras e não deixam a escuridão eclipsa-las por completo. Obrigado a todos os que acendem as velas e as colocam no castiçal...
E se depois...
Eu acordasse um dia e sentisse-me em plena harmonia com o mundo.
E se depois...
Eu não me recriminaria de todo o mal que existe.
E se depois...
Todas as pessoas fossem puras de alma como eu.
E se depois...
Eu perdesse a vontade de não ter vontade.
E se depois...
Eu amasse todas as pedras que estão na calçada.
E se depois...
Eu abraçasse toda a gente como de melhores amigos se tratassem.
E se depois...
Eu conseguisse enterrar a angustia no cemitério onde está o meu amor
E se depois...
Eu fosse capaz de gritar ao mundo o que me vai na alma.
E se depois...
Eu riria até ás lágrimas...
E se depois...

Se este depois vier, não vou ter saudades minhas.

domingo, 5 de julho de 2009


Discorrem palavras sobre folhas anteriormente em branco, como se a caneta fosse um pincel a colorir uma branca tela. Pinto quadros soturnos sobre a forma de palavras. É inevitável e mais forte do que eu. Gostaria de substituir as paisagens negras e obscuras por belas paisagens com arco iris e rostos felizes a cantar belas melodias. Não me consigo afastar do lado negro como o Darth Vader também não o conseguiu. As nuvens carregadas e negras continuam a ser as minhas paisagens favoritas para pintar. Não há nuvens iguais por isso todos os meus quadros são diferentes. Irão sempre existir palavras negras e depressivas para escrever e eterna miseria para explorar. Nunca se extinguirá e aqui estarei eu para a descrever.


Para alguém que lê este blog.

Gostava de te poder confortar neste dia em que a tua alma está dilacerada. Mais não posso fazer a não ser escrever. Dedico-te palavras de solidariedade e de compreensão. Espero que a tristeza não substitua a tua enorme bondade. Sinto os golpes que as pessoas que me são queridas sofrem como se a vitima fosse eu. Não quero ninguém que me rodeie triste e a sofrer, eu sofro por todos. Qual Cristo reencarnado, eu venho para este mundo para suprimir as tristezas dos meus amigos.
Ao meu sofrimento já estou imune, mas desvasta-me o sofrimento de outrém. Gostava de ter dado um abraço muito apertado e dizer que tudo vai correr bem. Era apenas uma maneira muito humilde e pequena de agradecer a quem me ajudado e a quem muito devo.


FUCK OFF AND DIE!!!!!!
Isto é para o filho da puta que me bateu no carro e fugiu...
"Só
Só por existir
Só por duvidar
Tenho duas almas em guerra
E sei que nenhuma vai ganhar

Só por ter dois sóis
Só por hesitar
Fiz a cama na encruzilhada
E chamei casa a esse lugar

E anda sempre alguém por lá
Junto à tempestade
Onde os pés não têm chão
E as mãos perdem a razão

Só por inventar
Só por destruir
Tenho as chaves do céu e do inferno
E deixo o tempo decidir

E anda sempre alguém por lá
Junto à tempestade
Onde os pés não têm chão
E as mãos perdem a razão

Só por existir
Só por duvidar
Tenho duas almas em guerra
E sei que nenhuma vai ganhar
Eu sei que nenhuma vai ganhar"

Jorge Palma
Gostava de encontrar a paz assim ao virar duma esquina como quando encontramos alguém que já não nos lembramos. Convidá-la para ir beber uma cerveja e perguntar-lhe por onde tem andado...

Mas talvez eu estivesse errado. Talvez eu estivesse certo. Restará para sempre a incerteza do que fui e do que poderia ter sido. Presente apenas a certeza do que sou e do que sinto. Sinto e existo com demasiada intensidade... Ponham-me um travão ou qualquer coisa para eu ficar um pouco mais moderado e menos precipitado. Retirem-me as palavras e a capacidade de raciocinar. Roubem-me as ideias megalomanas e destruam todos os textos algumas vezes escritos pois foi com eles que me encontrei e simultaneamente me perdi... para sempre.
As palavras são lançadas para o ar para quem as quiser alcançar. Posso escrever palavras para toda agente que me é querida e para todos os menos queridos. Por vezes a capacidade de escrever torna-se até insuportável.Gostava de voltar a escrever aquelas palavras especiais embora o destinatário já não exista ou simplesmente não as queira receber.
Não existem palavras dentro da minha mente, só sentimentos.

sábado, 4 de julho de 2009

Quero passear de mão dada contigo nesta noite pacífica.
Absorver o nascer do sol enquanto observo o teu belo rosto gelado.
Sorrir apenas porque estou contigo.
Sentir-me vivo com o teu toque.
Expulsar o receio de que me irás magoar.
Apenas quero sentir a tua presença e preencher o silêncio com palavras mudas.
Apenas olhar para os teus olhos e, mesmo sabendo que és uma miragem, dizer que és tudo para mim.
Sei que quando abrir os olhos não estarás ao meu lado, por isso eles permanecerão fechados até ouvir a tua voz angélica acordar-me e sentir o calor do teu beijo no meu corpo.
Enquanto não chegares não os abrirei.
Eles existem só para te ver...


Mais uma noite passada. Mais uma noite em que o vazio me substituiu. Mais uma noite em que estava onde não estava. Mais uma noite em que o rubor do álcool não conseguiu anular esta dor de existir. Mais uma noite em que as conversas se perderam antes de chegarem ao seu destino. Mais uma noite em que me espera uma cama vazia. Mais uma noite em que chorarei até adormecer. Mais uma noite a juntar ao numero infinito de noites. Mais uma noite para esperar um novo dia. Mais uma noite... Mais uma noite que desejo perder. Mais uma noite de eterna angustia. Mais uma noite em que clamo por alguém. Mais uma noite em que espero por ninguém. Mais uma noite que me abraça e depois me expulsa. Mais uma noite de sofrimento. É só mais uma... A noite de amanha será melhor e na noite de amanha tudo fará sentido e verei que afinal o universo é belo. Amanha tudo irá mudar...

sexta-feira, 3 de julho de 2009


"Pela estrada fora vinha um homem
Encoberto pelas sombras da noite
Alguém lhe perguntou o nome
"Sou uma miragem, dizem que semeio o caos e a destruição
Como o vento semeia as papoilas
O meu nome é... Liberdade"
Vinha pela estrada fora a Liberdade
Encoberta pela noite das sombras
"Sabes quem eu sou?" perguntou ao candeeiro
"És uma miragem E pertences ao livro dos sublinhados
provocadores"
O que são os poetas?
Almas sonhadoras...
"Anarquista Duval:
Prendo-te em nome da lei?
Eu suprimo-te em nome da Liberdade!"
Sublinhados provocadores, iam pela estrada fora
Carregando o livro das sombras
Da noite só restava o candeeiro
Encoberto "

Anarquista Duval- Mão Morta

Adolfo Lúxuria Canibal

"Luxúria da parte da mãe, Canibal da parte do pai." Ignorado pelas massas completa no dia de natal 50 anos. Para além da sua carreira com Mão Morta, que completou este ano 25 anos de existência, colaborou como compositor em ínumeras bandas portuguesas tais como: Quinta do Bill, Clâ, Wraygun, Moonspell, Diva, Pop dell´art, Mundo Cão, etc. Admiro ,para além da sua voz, a sua capacidade literária. "Estilhaços" é dos melhores livros alguma vez escrito em Portugal. Personagem caricata e, ao mesmo tempo, de uma humildade assombrante não procura o reconhecimento do seu excelente trabalho pela crítica preferindo antes tocar ao vivo e espalhar as suas palavras corrosivas. A seguir a Braga, sua cidade natal, o Porto é a cidade que melhor o recebe. Todos os concertos de Mão Morta no Porto esgotam e fiquei muito triste numa cidade a que faz tributo no album Mutantes s-21 (Lisboa) ser recebido por apenas 50 pessoas num concerto de entrada gratuita. Como todos os grandes génios, continua sem ser reconhecido pelo seu trabalho ao serviço da cultura portuguesa. Fica aqui uma pequena mas sentida homenagem a este grande senhor.
"Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
O teu sexo pelado
Faz de mim um escravo
Animal desvairado
Ansiando o teu travo...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero-te a urina na boca
Dilacerar-te a valer
Até ficares c'a a voz rouca
Quero matar e morrer!
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!...
Quero morder-te as mãos!... "
Ando um pouco inclinado para os sonetos. Estes não seguem as regras clássicas da métrica mas o que conta é a intenção.

Guardo para alguém
Palavras escondidas
Lidas por ninguém
Quiçá até perdidas

Banidas do além
Ao amor rendidas
Resta haver quem
As julgue sentidas

Sussurros envolventes
Nas rimas privadas
Carícias eloquentes

Só para ti guardadas
Nas noites quentes
Entre almas amadas


.....

Pudesse eu beijar
Os lábios do pecado
E o amor ofertar
Ao ser venerado

Jamais irei desertar
Perecerei a teu lado
Lágrimas irão murchar
No rosto agora amado

Sentimento etéreo
Os beijos extasiados
Conquistando o imperio

Dos amores inconfessados
O desejo não é impropério
Entre corpos amados.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ode à Lua.

Perco-me constantemente no teu olhar.
Encontro-te na nocturna brisa.
O teu manto aprendi a venerar.
Minha alma quando conforto precisa,
Na tua pálida luz o vai encontrar.
Tranquila e altiva te elevas
Com as estrelas a teu lado
Outros suplícios negas
Sou o teu filho amado.
Quando a noite me abraça
E as nuvens te revelam
Fico em estado de graça
Tuas palavras por mim velam.
Confidente e amante etérea
O teu rosto para mim sorri
Apagas toda e qualquer miséria
E esqueço-me do que sofri.
Quantas palavras minhas guardaste
No teu seio para a eternidade
A mim que sempre amaste
Com a tua devota piedade.
Ao teu lado triunfarei
Neste planeta que te esquece
Os teus lábios beijarei
Enquanto minha alma adormece.

Descendo ás profundezas do meu ser encontra-se de tudo um pouco. Uma espécie de lixeira radioactiva em que podem surgir vindos do nada os sentimentos maléficos que corroem tudo o que se lhes depara pela frente. Sentimentos vis que não tem dó nem piedade nem remorsos de qualquer espécie. Arrasam todas as palavras que ousam combater contra eles. Nas suas trincheiras apetrecham-se com as suas munições repletas de descrença e de repulsa. Combatem por uma causa que não sabem se conseguirão levar avante. Pergunto-me se compreenderão essa mesma causa. Máquinas de guerra demoniacas que combatem até à morte para instalar a miséria.
Continuando a mesma viagem, uns quilómetros á frente, refugiados e escudados por entre os destroços, temerosos, podemos encontrar, mas muito furtivamente, o que resta de sentimentos belos. Mutilados, feridas expostas, eles vão tentando recuperar as forças para uma nova batalha. Ficaram cercados várias vezes e alguns foram mesmo extintos mas admire-se a coragem destes poucos soldados. Vão resistindo e acreditam sempre na vitória. Neste momento limitam a defenderem-se das investidas inimigas enquanto tentam recuperar os feridos. Alguns acabarão por falecer. É inevitável... Mas esta resistência jamais se renderá. A vontade de triunfar é imensa. O seu sonho é ver restabelecida a paz e ver subir novamente ao poder o seu lider supremo que é a capacidade de amar. Assisto a esta guerra sangrenta impotente e espero apenas o fim. Seja qual for o exercito vitorioso. And so the batle goes on...

Ode a ninguém!

Quero desenhar o contorno do teu corpo com os meus lábios.
Percorrer todos os centimetros da tua pele pálida com os meus dedos.
Embriagar-me com o teu doce perfume.
Viajar sem destino por entre as tuas incertezas.
Deliciar-me com a bela paisagem que são os teus olhos.
Perder-me no oceano tempestuoso que é a tua alma.
Cantar-te palavras de eterna devoção.
Simplesmente olhar para ti e sentir-me vivo.
Expulsar todas as mágoas cravadas em mim.
Substituir os lamentos com os teus beijos.
Afogar as lágrimas nos teus braços.
Pintar belos quadros com o teu cabelo.
Sussurrar-te os mais belos poemas.
Usar-te como musa inspiradora.
Correr para ti e simplesmente amar-te...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

"Eu amava a ponto da loucura, o que é chamado de loucura, para mim, é a uníca maneira sensata de amar." François Sagan


E ao acordar sou recebido com toda a pompa por palavras crueis. Não que as palavras fossem ofensivas ou denegridoras mas são aquelas palavras que me fazem mal. Já não as ouvia desde tempos que agora quase me parecem pré-históricos, mas elas voltaram e devastaram-me totalmente como sempre o fizeram. Quando finalmente tenho um pouco de paz, aparecem e com elas a vontade de não ter acordado. As lágrimas voltaram a deslizar e a desenhar o contorno do meu rosto. Mal afortunado sou, quando penso estar a recuperar basta uma simples brisa que lá me estatelo no abismo novamente. Eu sou o culpado de tudo. Este sentimento que teima em não me abandonar e que por vezes fica dormente que até esqueço-me que ele está alojado em mim, revelou-se imediatamente trazendo com ele a tristeza para me reconfortar. Gostaria de mudar e estava convicto que o estaria a fazer mas aparecem aquelas palavras que me agridem com uma brutalidade tremenda e me pregam ao solo para continuarem com o assalto.
Gostaria de não ser tão frágil! Sou grande e pesado mas fácilmente fico reduzido a cacos como a mais fina porcelana.Prevejo um belo dia pela minha frente não haja duvida.