terça-feira, 5 de março de 2013

Se há algo para mim extremamente incómodo é levar o meu Opel Corsa ao seu "médico".
Quando lá chego,  o senhor doutor dá sempre uma volta completa e consegue dar com amolgadelas novas que eu não faço ideia como lá foram parar. Não diz nada, mas o seu olhar cheio de censura deixa-me logo a contemplar o chão.
Curioso o facto do homenzinho pôr sempre a mão de forma muito carinhosa no capot conseguindo eu ler o seu pensamento que diz sempre algo como " este gajo não te merece ter. É tão negligente contigo. Não te trata com o carinho que mereces."
Após me perguntar quais os sintomas que padece o meu bichinho, o clínico insere-se no interior do bólide e quase lhe vejo as lágrimas perante a desarrumação e o pó que reina por lá. E eu ainda tive o cuidado de aspirar o interior após mais de um ano a acumular todo o género de detritos...
É uma tortura assistir ás reparações por mais rápidas que sejam. É que levo sempre com reparos como:" ainda não tinhas reparado que já não tinhas água para o vidro?" ou " sabes que convém ver a pressão dos pneus com alguma regularidade?"
mea culpa em toda a linha. Prometo sempre que vou tratar melhor do meu "menino", mas se nunca o fiz mesmo depois dele ter estado em situação quase vegetativa, sei que não engano o "médico".
O profissional despede-se sempre do carro efusivamente com um "até já" e a mim limita-se sempre a  entregar a conta...
Venho sempre para casa em silêncio e a pensar que vai ser a partir de agora que vou tratá-lo bem.
Sim, e deus existe...

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