segunda-feira, 24 de agosto de 2015

padeço de um egoísmo atroz
de uma vontade arrebatadora de te sentir a meu lado
de te ouvir respirar
de partilhar o teu silêncio.

não preciso de te tocar

apenas de te saber ali...
ao alcance da minha devoção

penso muitas vezes que serás uma criação minha,
que não existes...
um mero sonho
ou uma alucinação provocada pelo abuso do álcool.

se fores um mero sonho, por favor, não me acordes
deixa-me dormir para sempre

se apareces por entre a neblina dos vapores exalados pelo álcool,
deixa-me beber até morrer

mas, sobretudo, perdoa o meu egoísmo
perdoa-me gostar tanto de ti

se é que existes...
se é que eu existo...

miragem de que afinal a vida não precisa de ser sempre tão fria, injusta e cruel

se és apenas uma dor imaginada
não deixarás de ser sempre uma dor...


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