domingo, 12 de abril de 2015

Perguntam-me frequentemente qual a vista entre a passagem das tempestades...
Não tenho resposta, estou sempre a dormir, seja quando uma tempestade eclode, ou, quando outra se forma no horizonte...
Acordo e tudo parece igual. Não há turbulência de qualquer espécie.
Mas sonho e muito, quiçá embalado pelos ventos das tempestades que não vejo.
Sonho que sou mudo, que ninguém alguma vez ouvirá o que tenho para dizer.
sonho que estou nú, vulnerável...
Sonho que sou violado, mas não em qualquer dos meus orifícios corporais.
Mutilado, decepado, mas que não existem culpados...
Outras vezes sonho com o teu toque,
Os teus dedos que me percorrem,
Essa mão que eu gosto tanto de juntar com a minha.
Esse toque de veludo que afaga o meu silêncio e a minha solidão.

Ninguém me consegue tocar como tu o fazes,
Mas também ninguém me consegue magoar como eu o faço.

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