O cansaço disfarça-se nas olheiras de um velho sonhador noctívago.
os seus olhos prendem-se num ponto perdido no soturno horizonte.
o ponto aparece e desaparece como as margens vistas de um barco que transporta as ilusões.
Talvez esse velho sonhador hoje esteja aí.
Talvez esteja em qualquer lado.
Está em todo o lado menos no seu corpo.
Sente espíritos de outrem a pulsarem de vida, mas ele permanece inerte...
Toca nas suas veias na vã esperança de as sentir pulsar.
Mas hoje ninguém o encontra, muito menos ele próprio.
Partiu algures à deriva em marés desafiadoras de conformidades...
Mas hoje, o sonhador fechará os seus olhos e no emaranhado de pensamentos abstractos que habitam os sonhos procurará uma breve centelha do que é, do que foi ou do que voltará a ser.
E para o fim de semana...
sexta-feira, 18 de março de 2011
segunda-feira, 14 de março de 2011
São velhas premonições que se trajam de monções.
E em palavras que ainda não foram escritas, forjam-se destinos.
Gostava que as palavras falassem...
Que tivessem voz própria para assim ganharem vida.
Elas formam-se rapidamente, com velocidades semelhantes a tempestades de verão, mas acabam por permanecer presas.
Não caem sob formas de dilúvios literários ou verbais.
As de carga negativa chocam com as suas semelhantes e antónimas de carga positiva.
Provocam tempestades eléctricas em tão reduzida amplitude.
No reflexo do olhar notam-se os relâmpagos de tão epopeica debandada de pensamentos.
E no silencio sente-se a chuva metafórica...
Mas os artifícios literários como metáforas e derivados são usados para embelezar ou complexar as palavras.
Para quê?
quando o seu significado é tão simples.
Tão simples como a chuva...
Mesmo quando se apresenta sob a forma demolidora de uma monção.
Só preciso deixa-las chover sobre mim.
Abrir a boca e beber da sua essência.
E talvez assim as consiga dizer...
E sejam sentidas como naturais.
naturais como a chuva...
E em palavras que ainda não foram escritas, forjam-se destinos.
Gostava que as palavras falassem...
Que tivessem voz própria para assim ganharem vida.
Elas formam-se rapidamente, com velocidades semelhantes a tempestades de verão, mas acabam por permanecer presas.
Não caem sob formas de dilúvios literários ou verbais.
As de carga negativa chocam com as suas semelhantes e antónimas de carga positiva.
Provocam tempestades eléctricas em tão reduzida amplitude.
No reflexo do olhar notam-se os relâmpagos de tão epopeica debandada de pensamentos.
E no silencio sente-se a chuva metafórica...
Mas os artifícios literários como metáforas e derivados são usados para embelezar ou complexar as palavras.
Para quê?
quando o seu significado é tão simples.
Tão simples como a chuva...
Mesmo quando se apresenta sob a forma demolidora de uma monção.
Só preciso deixa-las chover sobre mim.
Abrir a boca e beber da sua essência.
E talvez assim as consiga dizer...
E sejam sentidas como naturais.
naturais como a chuva...
quarta-feira, 9 de março de 2011
... E assim a Noite transformou-se em mim.
Tem aquela cor incolor como eu.
Tem aquele desejo infinito de desejar como eu.
Ontem morreu assim como eu.
Hoje nasceu como eu.
Remove cordões umbilicais que a ligavam ao dia.
Eu corto placentas de antigos credos.
E no planar de nuvens de incertezas, sei que ontem tinha uma.
A certeza de que eu transformei-me em Noite...
Tem aquela cor incolor como eu.
Tem aquele desejo infinito de desejar como eu.
Ontem morreu assim como eu.
Hoje nasceu como eu.
Remove cordões umbilicais que a ligavam ao dia.
Eu corto placentas de antigos credos.
E no planar de nuvens de incertezas, sei que ontem tinha uma.
A certeza de que eu transformei-me em Noite...
terça-feira, 8 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Cinzento e tristonho como auroras boreais vulcânicas, assim é o pensamento que invade e se derrete por mim consumindo o meu corpo em erupções espamódicas.
Tanta soturnidade porquê? Porque sim...
Porque hoje acordei assim.
Como não questiono o porquê do sol e da lua nascerem e morrerem no horizonte todos os dias, também posso eu nascer morto um dia e nascer vivo no dia seguinte...
Não faz sentido.
Nada faz... Mas amanhã talvez tudo faça...
Tanta soturnidade porquê? Porque sim...
Porque hoje acordei assim.
Como não questiono o porquê do sol e da lua nascerem e morrerem no horizonte todos os dias, também posso eu nascer morto um dia e nascer vivo no dia seguinte...
Não faz sentido.
Nada faz... Mas amanhã talvez tudo faça...
sábado, 5 de março de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
Recessão económica vs recessão humana.
O mundo está mergulhado numa profunda crise económica a que nenhum país escapa, embora, alguns tenham menos mazelas do que outros.
Não estou a dar nenhuma novidade, eu sei. É apenas uma frase inócua como tantas outras.
Serve, neste caso apenas para uma introdução a mais um texto meu.
Ora bem, passando ao que interessa:
Já aqui falei que o mundo do trabalho é cruel. De uma malvadez e sadismo imenso.
Ditam as regras da empresa onde trabalho que este mês de Março é o mês dos aumentos salariais. Nada contra, como é óbvio. Eu, como todos, quero sempre ganhar mais no emprego.
O que sou contra é o atropelo constante a que sou sujeito na minha empresa por parte das pessoas que agora , de repente, ficaram hiper-competentes e super-zelosas.
Um exemplo: Na minha secção somos 3 pessoas. Cada um tem o seu trabalho definido e não existe qualquer chefe. Apenas reportámos directamente ao patrão. Cada um tem a sua secretária onde pode lá colocar o que quiser e bem lhe entender. A minha está sempre arrumada. Sou desleixado mas apenas em part-time. Cada um tem 3 gavetas na sua secretária. As minhas estão quase vazias. É lá onde deixo o telemóvel, carteira, chaves do carro, tabaco e um caderno para escrever os devaneios que me trucidam durante o dia. Obviamente, não estou sempre a espreitar para todas as gavetas, pois sei como as deixei. Mas, hoje, por mero acaso precisei de ver uns papeis que lá tinha guardados e qual não é o meu espanto quando vejo as gavetas a abarrotar de papeis dos meus colegas!
Questionei-os sobre este facto. Resposta:" Oh pá, já sabes que não gostamos de fazer arquivo. Tínhamos as mesas a abarrotar de papel e para o patrão não ver enfiámos nas tuas gavetas já que tinhas lá montes de espaço."
O que dizer em relação a isto? É tão estúpido que nem merece resposta.
hoje parece que foi o dia das revelações. Entrei mais cedo na hora de almoço e vejo um dos meus colegas a reclamar a autoria de um trabalho que eu fiz perante o big boss.
Depois do chefão sair expludo: " Mas que merda foi esta?"
-"Desculpa lá, mas sabes como é. Este é o mês dos aumentos."
A cegueira é sinónimo de ambição. Os valores pelos quais as pessoas se regem podem ser postos em stand by durante um mês. Mas é por uma boa causa: É o mês dos aumentos. Em Abril voltará tudo ao normal. Ou não...
Não estou a dar nenhuma novidade, eu sei. É apenas uma frase inócua como tantas outras.
Serve, neste caso apenas para uma introdução a mais um texto meu.
Ora bem, passando ao que interessa:
Já aqui falei que o mundo do trabalho é cruel. De uma malvadez e sadismo imenso.
Ditam as regras da empresa onde trabalho que este mês de Março é o mês dos aumentos salariais. Nada contra, como é óbvio. Eu, como todos, quero sempre ganhar mais no emprego.
O que sou contra é o atropelo constante a que sou sujeito na minha empresa por parte das pessoas que agora , de repente, ficaram hiper-competentes e super-zelosas.
Um exemplo: Na minha secção somos 3 pessoas. Cada um tem o seu trabalho definido e não existe qualquer chefe. Apenas reportámos directamente ao patrão. Cada um tem a sua secretária onde pode lá colocar o que quiser e bem lhe entender. A minha está sempre arrumada. Sou desleixado mas apenas em part-time. Cada um tem 3 gavetas na sua secretária. As minhas estão quase vazias. É lá onde deixo o telemóvel, carteira, chaves do carro, tabaco e um caderno para escrever os devaneios que me trucidam durante o dia. Obviamente, não estou sempre a espreitar para todas as gavetas, pois sei como as deixei. Mas, hoje, por mero acaso precisei de ver uns papeis que lá tinha guardados e qual não é o meu espanto quando vejo as gavetas a abarrotar de papeis dos meus colegas!
Questionei-os sobre este facto. Resposta:" Oh pá, já sabes que não gostamos de fazer arquivo. Tínhamos as mesas a abarrotar de papel e para o patrão não ver enfiámos nas tuas gavetas já que tinhas lá montes de espaço."
O que dizer em relação a isto? É tão estúpido que nem merece resposta.
hoje parece que foi o dia das revelações. Entrei mais cedo na hora de almoço e vejo um dos meus colegas a reclamar a autoria de um trabalho que eu fiz perante o big boss.
Depois do chefão sair expludo: " Mas que merda foi esta?"
-"Desculpa lá, mas sabes como é. Este é o mês dos aumentos."
A cegueira é sinónimo de ambição. Os valores pelos quais as pessoas se regem podem ser postos em stand by durante um mês. Mas é por uma boa causa: É o mês dos aumentos. Em Abril voltará tudo ao normal. Ou não...
Subscrever:
Mensagens (Atom)