segunda-feira, 14 de março de 2011

São velhas premonições que se trajam de monções.
E em palavras que ainda não foram escritas, forjam-se destinos.

Gostava que as palavras falassem...
Que tivessem voz própria para assim ganharem vida.
Elas formam-se rapidamente, com velocidades semelhantes a tempestades de verão, mas acabam por permanecer presas.
Não caem sob formas de dilúvios literários ou verbais.
As de carga negativa chocam com as suas semelhantes e antónimas de carga positiva.
Provocam tempestades eléctricas em tão reduzida amplitude.
No reflexo do olhar notam-se os relâmpagos de tão epopeica debandada de pensamentos.
E no silencio sente-se a chuva metafórica...
Mas os artifícios literários como metáforas e derivados são usados para embelezar ou complexar as palavras.
Para quê?
quando o seu significado é tão simples.
Tão simples como a chuva...
Mesmo quando se apresenta sob a forma demolidora de uma monção.
Só preciso deixa-las chover sobre mim.
Abrir a boca e beber da sua essência.
E talvez assim as consiga dizer...
E sejam sentidas como naturais.
naturais como a chuva...

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