quarta-feira, 30 de setembro de 2009


Folhas caem de arvores despindo-as e correndo num frenesim imenso perante os passos de rostos cabisbaixos como se o outono despisse não apenas as arvores mas também todas as máscaras de alegria que os rostos envergam durante os meses de verão.
Está frio mas eu estou cheio de calor. Sao as ideias e pensamentos absurdos que fervilham dentro de mim.
Penso muito. Racionalizo todos os milésimos de segundo tentando atribuir-lhes significados profundos quando por outros são classificaods de banalidades.
Os meus pensamentos conspiram entre si. Antónimos uns dos outros mas com significaods iguais. Alianças poderosas.
Manifestam-se nas palavras que a caneta escreve.
Caem como as folhas das arvores e voam.
São pisads por alguns mas, mesmo assim eu reconheço-os na sua deformidade.
Pudesse eu ser criador prolifero de outras coisas.... Sei lá... Talvez de palavras faladas...
Crescendos de sofregos folegos entre magias de entregas carnais.
Corpos tornam-se um só expelindo as dores e inseguranças.
Os suores misturam-se e beijam-se ao mesmo tempo que os corpos contorcem-se em conhecidas mas sempre novas explosões atómicas que abalam as almas como que ressuscitando-as.
Climaxes antecipados e fugazes que duram uns meros segundos mas que sabem a eternidades.
Corpos fatigados distanciam-se das mentes enfortecidas.
Estranhos sentimentos dispares flutuam no ar.
Breves alegrias que eclipsam eternas tristezas. Como uma tempestade após anos de seca.
Doces nectares são segregados e bebidos revigorando desejos há muito adormecidos.
Segue-se o descanso dos guerreiros.
Sono calmo e intranquilo perante ameaças de almejadas atalhas futuras que eclodirão a qualquer momento.

Maldições estabelecidas pelas quais tanto suor e lágrimas foram vertidos. Encontra-se uma calma estranhamente adversa e suspeita lá fora que me recebe com um "bom dia".
As tréguas remporárias foram decretadas. Não por mim mas pelo mundo. Dizimei todos os meus adversários. Os bancos de jardim recebem as divagações que eu lhes dedico. Existencialismo presente neles. São dignos oponente em duelos filosóficos pois eles terão sempre vantagem e sairão sempre vencedores. Os bancos de jardim sabem o porquê de existirem. Eu não...
Sabem o que lhe sfoi estabelecido como sentido de vida. Eu não...
Existem para receber humanos e toda a plenitude de emoções.
Recebem poetas que escrevem obras-primas. Os maiores solitários que perdem o seu olhar olhar na imensidão mas apenas visualizam o nada.
Casais apaixonadas trocam votos de amores eternos que não passarão apenas disso: votos.
Crianças observam o mundo e consideram-no mágico planeando o que um dia serão na sua imensa ingenuidade que é o mais puro exemplo de felicidade.
Daqui a uns anos talvez essas mesmas crianças. já adultas de idade se sentem novamente neles e se lembrem do que um dia sonharam nesse mesmo local.
Os bancos ali estarão envelhecendo, aguardando novidades dos que a eles confessaram segredos desilusões e desejos. Está ai a sua felicidade e os seu designio de vida.
Talvez o meu seja relatar e engrandecer pequenas coisasou enormes sentimentos.
Não o sei. Se o for os bancos talvez o saibam apenas o não podem comunicar.
Pode ser que daqui a uns anos eu os encontre novamente e já tenha a resposta.
Pode ser... Ou não.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sou viciado em proverbios populares. Mais por que adoro contestá-los.
Aí vai mais um...

"Quem espera sempre alcança."

Eu sou o eterno esperador.
Espero não sei porquê. Algo indefinido irei alcançar. Mas, honestamente, estou farto de esperar.
Chegou a hora de esperarem por mim. O quê ou quem quer que seja irão agora para a zona de quarentena aguardar pelo meu aval. Logo decido se me alcançam ou não.
Lutei tanto tempo para deixar de ser escravo de sentimentos destrutivos. Chegou a hora de deixar de ser escravo do relógio e escravizá-lo eu.
Talvez o que esperei quando me alcançar, se o fizer, seja recebido com recebido com indiferença. A mesma com que pareceu tratar-me enquanto tive forças para esperar.

"Olho por olho, dente por dente."
Erros quem os não cometeu?
Fazem parte das metamorfoses da vida e oferecem-nos conhecimentos que estariam escondidos eternamente.
Todos os que possuem mentes, são um numero reduzido, são os seus próprios mestres.
Escrevem os seus manuais de como viver.
Palavras de outros ruem. Olham para o céu e, onde outros dizem estar o criador do Homem, vêm apenas a si próprios.
Construam o vosso próprio paraiso e inferno mas atribuam nomes diferentes.
Desenham os vossos mandamentos que não ireis respeitar.
Olhai para o vosso inimigo e, em vez de lhe ofereceram a outra face, presenteiem-no com uma gargalhada sonora.
Olhem com desprezo para aquela imagem representada numa cruz, de um suposto mártir. Não o foi em meu nome certamente.
Criem religiões devotas a vós próprios onde sereis os unicos seguidores. Espalhai a vossa fé em vós próprios. Criem orações para para vos ajudarem a ultrapassar as dificuldades. Peçam a vossa ajuda divina.
Construam doutrinas universais para ninguém.
Valorizem-se.
Libertem-se.
Afastem-se dos caminhos já marcados no chão e já tão gastos. Ao lado podem construir um novo. À medida que avançarem destruam o que ficar para trás. Ninguém pode seguir-vos e nem podeis voltar.
Só poderá existir o horizonte. Estabeleçam rotas e desvios para lá chegar. Nunca datas. É só necessário acreditar.

Tributo à Super Bock.


Vidas adquirem sentido
Quando os lábio te provam
O teu sabor é desmedido
E felizes são os que te adoram

Percorres todas as veias
Alojando-te nas almas
Com gelo glaciar és uma epopeia
Ou apenas fornecedora de Karmas

Todos os que tocas
Juram eterna fidelidade
As suas bocas
Em constante ansiedade

Comandas sonhos de poetas
Torna-los possiveis
Transformam-se em profetas
Com todos os teus encantos invisiveis

A mais perfeita das mulheres
Pavoneia-se provocante
Perante todos os seres
Desejosos de serem seus amantes.

Possuis-me com violência
E beijas todo o meu ser
Com reforçada veemência
Sucumbo a tanto prazer

Ergues-te na perversão
Subjugas todos os lamentos
Anulas qualquer depressão
E os execríveis sentimentos

És a minha confidente
Conselheira de devaneios
Tornas a dor dormente
Recolhendo-me nos teus seios.

domingo, 27 de setembro de 2009


Caem-me por entre os dedos os mínusculos grãos de areia. São metáforas de todas as palavras que escrevi para algo bem definido na sua indefinição.
Deixei-as escapar por entre os dedos na vâ esperança de que fossem apanhadas antes de chegarem ao solo e aí ganharem anónimato no meio das suas semelhantes.
As palavras são todas iguais como os grãos de areia. Ou, talvez, o que está a escapar por entre os dedos sejam sentimentos que me acompanham há já algum tempo. Parecem estar a esvaziar-se por muito que eu os tente apanhar.
Por enquanto vou tentando que se mantenham na minha mão, mas os grãos vão caindo lentamente.
Talvez, brevemente, tenha perdido as forças para os manter prisioneiros.
Poderei também considerar esses grãos que se escapam como sendo o masoquismo presente em mim querendo uma dupla liberdade: A dele e a minha.