domingo, 27 de setembro de 2009


Caem-me por entre os dedos os mínusculos grãos de areia. São metáforas de todas as palavras que escrevi para algo bem definido na sua indefinição.
Deixei-as escapar por entre os dedos na vâ esperança de que fossem apanhadas antes de chegarem ao solo e aí ganharem anónimato no meio das suas semelhantes.
As palavras são todas iguais como os grãos de areia. Ou, talvez, o que está a escapar por entre os dedos sejam sentimentos que me acompanham há já algum tempo. Parecem estar a esvaziar-se por muito que eu os tente apanhar.
Por enquanto vou tentando que se mantenham na minha mão, mas os grãos vão caindo lentamente.
Talvez, brevemente, tenha perdido as forças para os manter prisioneiros.
Poderei também considerar esses grãos que se escapam como sendo o masoquismo presente em mim querendo uma dupla liberdade: A dele e a minha.

1 comentário:

Carina disse...

Deixa sair cá para fora o masoquismo. Não acredito sinceramente que gostes de sofrer, mas só te acontece e conheces pessoas que te fazem sofrer.