segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Quando tudo isto perecer e não voltar a parecer o que nunca necessita de parecer,
Crema as ilusões que se constroem à volta do meu ser mitológico e antipoda do filosófico.
Mergulha bem os teus dedos na urna com as cinzas das utopias que jamais saíram de belos versos e lança-as ao vento.
Ele encarregar-se-á de me levar ás profundidades dos seres que vagueiam em paisagens distantes, mas, para mim, sempre perfeitas.
As minhas cinzas tocarão os lábios e rostos desses seres que alguma vez na vida amei.
Beijá-los-ei como outrora, na hora em que as ilusões me trespassavam com ávida destreza e arrebatavam a apatia com um golpe certeiro de eufemismos. Quando a verdade surgia despida para depois desaparecer sem rasto deixando apenas o seu véu para eu cheirar e sonhar . Talvez não fosse a verdade verdadeira. Talvez apenas a minha crença fanática de que o era.
Mas as minhas cinzas tocarão os poros de todos os corpos que se desnudaram perante mim... Será mera sujidade. Fácil de lavar com lágrimas falsas. Como eu...

3 comentários:

nocturnidade disse...

tocou-me.

Blizard Beast disse...

Thanks!!!! Escreves pouquinho escreves!!!!

nocturnidade disse...

Tenho escrito muito, mas parece-me só quantidade.