sábado, 7 de março de 2009

"Dizem que semeio o caos e a destruição como o vento semeia as papoilas."



Ontem o Sá da Bandeira recebeu a melhor banda portuguesa de todos os tempos, Mão Morta. Lotação quase esgotada nesta sala mais conhecida por ser um cinema porno do que própriamente pelos concertos. Respira-se antiguidade naquela sala. Ela recebe os presentes com a sua imponência que não deixa ninguém indiferente. Excluindo o obvio e desaparecido Hard Club, o Teatro Sá da Bandeira é a melhor sala para espectáculos em que estive.
Mão Morta entram em palco perto das 23:00H e iniciam o concerto com a musica "ventos animais". Logo ai fiquei com a sensação que iria assistir ao melhor e ao, mesmo tempo, pior concerto da minha vida. Adolfo é o verdadeiro frontman e a sua voz acaba por me levar tanto à satisfação como à profunda tristeza. Aliás Mão Morta subiu ontem a um patamar onde apenas se encontravam os Metallica para mim. Fizeram-me chorar... Aos primeiros acordes de "Anarquista Duval" as lágrimas começaram a deslizar. Esta é uma musica muito especial para mim. Para além de ser a minha preferida do grupo, transportou-me para uma certa noite em que consegui pôr alguém a conversar com um candeeiro. Velhas recordações que me comprimiram contra a parede e me esbofetearam com uma violência nunca antes vivida. Saí do concerto com uma sensação pesada. Parecia que o vazio tinha voltado a atacar-me em força.
Amei e odiei... Mas essa é mesmo a reacçao que Mão Morta sempre criou no público em geral. Foi esgotante para mim mas valeu a pena...

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