Estamos aqui num palpitar do coração e noutro desaparecemos.
Recusámos a ser meros passageiros na viagem do tempo.
Arriscámos e podemos perder tudo, mas pelo menos tivemos a ausência do nada ali tão perto.
As lágrimas tão acres que abriram sulcos nos rostos petrificaram e deixaram esculturas imponentes de homenagem a soldados conhecidos em guerras sem armas..
O silêncio esconde-se à espreita em sombras que esperam pelo amanhecer.
Um amanhecer que traz consigo todos os pensamentos do que ficou para trás e foi edificado a muito custo e cujas intempéries do cérebro jamais conseguiram amolgar.
Sentimos o olhar do céu estrelado cravado em nós. Olhos penetrantes estes que reluzem e empalidecem perante a nossa passagem.
Sentem a nossa catarse que se disfarça sob a forma de um mero sorriso.
O nosso inspirar é cristalino, e o expirar é feito de sonhos maiores do que a mortalidade.
A vida maior do que a vida bafeja no nosso pescoço.
E a existência despida de preconceitos aguarda o nosso toque. Um toque frio repleto dos tormentos de um ser completo.
A perfeição está ao virar da esquina.
Está na hora de seguir em frente.
Alguns não conseguirão conter a curiosidade e contemplarão por breves segundos a sua imagem perfeita reflectida no espelho redutor do conformismo.
Não se deixam iludir pela mais bela das ilusões.
Continuam o caminho em sentido inverso aos ponteiros do relógio...
Rumo à imperfeição.
Ao que os faz sentir humanos...
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