O teu olhar na noite fixo
Do seu desejo quero ser escravo
Blasfémias a um obsoleto crucifixo
E eu ardendo pelo teu travo.
A memória do teu corpo adormecido
A arder-me no peito
Eu pelo fogo consumido
Renuncio ao humano despeito.
Perdido em sonhos imortais
Deambulo pelo teu corpo
Ausente de pecados imorais
Absorvo o teu sub-humano sopro.
Consumidos pelo fogo fátuo
Os corpos desfalecem
Refugiam-se do infinito vácuo
Onde os medos para sempre desvanecem.
Nos meus braços adormeces
Protegida dos teus medos infundados
Perante o meu olhar pereces
Junto com os teus pensamentos amordaçados.
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