quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Atira as palavras em espiral para me atingires.
Envolve-as em celofane para não poderem ser tocadas.
Coloca-lhes um rotulo de frágil para ninguém as partir.
Embrulha-as em papel de seda para quando as sentir nos dedos sejam agradáveis ao toque.

Poderá que renegou a vida observar e senti-las?
Ou quando se sentiu em demasia perde-se essa capacidade?
Dizes que as palavras tem o aroma de folhas cadentes mas eu não fico embriagado.
Dizes que as palavras foram criadas por auto-denominados poetas, mas eu contraponho que um poeta jamais se considera como um, meramente um sonhador.
As palavras pintadas em aguarela e lápis de carvão só ganham vida nos lábios dos outros.
São irreais e só ganham forma quando inspiradas como se de um mero opiácio se tratassem.
Mas eu perdi essa capacidade, supostamente inata.
Foi a condição a que tive de aceder para escrever as únicas palavras que realmente me interessam; o meu nome no armistício que assinarei com o meu espelho.

1 comentário:

Sofia disse...

já fizeste mesmo as pazes contigo? Espero que consigas agora ver um bocadinho que seja a pessoa cativante que és.