quarta-feira, 9 de novembro de 2011

David Lynch: o louco que é génio ou vice-versa.

Após uma reputada carreira como realizador, David Lynch lançou-se numa carreira musical.
Surpreendidos? Eu também fiquei. Mas se há alguém que merece o termo "artista" é este senhor.
Dizem que a arte é subjectiva. Então que dizer dos filmes de Lynch? As poucas pessoas que conheço que viram filmes deste senhor tem interpretações totalmente dispares. Não é esse o objectivo da arte? Cada um atribuir um significado pessoal ao que vê.
Os filmes são completamente tresloucados. No caso de Mulholland drive, só à quarta visualização é que consegui elaborar uma teoria, muito rebuscada, mas uma teoria, do que para mim era a estória do filme.
Eu adoro David Lynch, porque ele faz-me sentir completamente estúpido. Os seus enredos são tão complexos que eu perco-me totalmente. O ultimo dos seus devaneios, chamado "Inland empire" atingiu o máximo do sadismo e no meu caso masoquismo. Não vejam um filme de Lynch nas ultimas sessões nos cinemas. Se a minha opinião conta para alguma coisa para vós, respeitem-na neste caso. "Inland Empire" é uma tortura psicológica de 3 horas. No fim do filme perdi a capacidade total de falar. Se alguém me perguntasse o nome na hora que se seguiu ao filme não saberia responder. O nó no cérebro era demasiado grande...

Agora tenho perante mim um álbum musical de David Lynch. O que pensar? É um álbum à David Lynch. Por muito que soe a Pop xunga, o psicadelismo inerente a Lynch está sempre à espreita. Basicamente soa a bandas sonoras dos seus filmes. Acho que resumi tudo nesta frase. Enigmático e tortuoso que baste, com rock n roll, ou rockabilly sempre com acordes dissonantes. Destaque para a colaboração de Karen O dos yeah yeah Yeahs em muitas das músicas. O seu tom de voz tem aquele toque lascivo e ao mesmo tempo intocável que todas as actrizes nos filmes de Lynch sempre tiveram.
Quem gostar de David Lynch identificar-se-á com este trabalho. Quem não gostar, é mais um álbum estranho...

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