sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Só a morte te tornou grande, Aguardela.




Como um raio a rasgar a vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma cidade secreta
a levantar-se do chão, como água, como pão

Como um instante único na vida, como uma flor
a florir desmedida, como uma pétala dessa flor
a levantar-se do chão, como água, como pão,

Assim nasceste no meu olhar, assim te vi,
flor a florir desmedida, instante único
a levantar-se do chão, a rasgar a vida,

Assim nasceste no meu olhar, assim te amei,
vida, água, pão, raio a rasgar uma cidade secreta
a levantar-se do chão, flor a florir desmedida.


José Luís Peixoto.

2 comentários:

Sofia disse...

Pensei que não gostavas do Peixoto. Muita musica portuguesa para aqui.

Blizard Beast disse...

O facto de não gostar da maior parte da obra dele não significa que ele não tenha boas coisas escritas, como este poema brilhantemente interpretado pelos Naifa