segunda-feira, 24 de setembro de 2012

António Damásio escreveu "O erro de Descartes", eu vou escrever "O erro de Miguel Relvas."

O grande irmão está sempre atento.
Uma semana depois do país ter saído à rua em protesto contra a actual governação, Miguel Relvas orquestrou um plano diabólico para tentar abstrair os portugueses deste dia em que o governo se reuniu com os parceiros sociais para discutir as medidas de austeridade que quer implementar.
O primeiro elemento deste plano que faria Maquiavel corar de inveja foi dado ontem à noite em Coimbra com o roubo descarado e sem princípios de qualquer espécie que o Benfica  sofreu pela mão do árbitro no jogo contra a briosa.
O objectivo foi atingido na perfeição: hoje não se fala de outra coisa. Ninguém fala de política, apenas de futebol. Uns a defender o árbitro e outros a atacarem-no sem dó nem piedade.
Para acalmar os corações benfiquistas e aumentar o sorriso estampado nos restantes portugueses numa segunda-feira cinzenta, é usada a cartada de mestre: baixar os combustíveis em 3 cêntimos.
O plano parecia brilhante, mas Relvas cometeu um erro fatal; decidir o campeonato de futebol à quarta jornada será um tiro saído pela culatra para o governo. É mais que óbvio que o campeão será o mesmo dos últimos anos. Resultado: o futebol perderá o interesse em breve. As pessoas já não perderão tempo a discutir algo que já está decidido à partida e poderão usar esse tempo em contestação ao governo.
É que o campeonato só termina em Maio e  não há competições envolvendo a selecção nacional posteriormente.
É muito tempo para o povo estar sem nada para ocupar as conversas, senhor ministro. As consequências poderão ser catastróficas...
Agora que a sua saída da cena política encoberta pela suposta renovação governamental para administrador de uma qualquer empresa está iminente pergunto-me se não terá sido traído pela sua ambição desmesurada.
A não ser que vá baixando o preço dos combustíveis todos os dias, o brilhante plano será a desgraça do seu executivo.
A não ser que seja mesmo esse o seu objectivo....
Hum; parece-me que subestimei  a sua inteligência. Realmente, nem parece meu. Eu que sempre defendi que não era preciso estudar para ser-se inteligente....
  

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