domingo, 17 de outubro de 2010


Passam por mim paisagens devolutas, a velocidades estonteantes.
Eu consigo vê-las através de uma janela entreaberta algures na parede de silêncio que mais parece de betão armando.
Há pequenas rachas nessa parede e por lá sopram leves sussurros cultivados em campos agrestes de palavras outrora esperançosas.
As brechas vão aumentando assustadoramente de tamanho.
Como se esses leves sussurros ameaçassem transformarem-se em diálogos gritados a altos decibéis...
A viagem continua e outras paisagens se desenham a jusante.
Diferentes ou iguais, nada disso interessa. São apenas paisagens...
São apenas palavras....
São apenas sussurros...
São coisas sem significado
Meras observações...
Sou eu...
Sou apenas eu...

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