quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Jamais digam que eu fujo da dor quando na verdade a procuro a qualquer custo.
Como um amante procura os lábios da sua amada pois não consegue respirar sem eles.
Quando passarem por mim e eu estiver a sangrar, reparem bem no meu rosto.
Substituirão imediatamente a palavra "coitado" por "felizardo" nos vossos lábios.
Pois quando o sangue jorra e a dor me abraça com os seus braços de veludo, eu sei que estou vivo...
E a cada corte (auto) infligido, novos horizontes se desenham, novos sonhos são concebidos, um novo ser corta a placenta social, um novo amanhecer eclode.
A Dor é professora, corrige os meus erros com castigos severos, tal como os meus professores da primária o faziam com a régua de madeira, mas regozija-se posteriormente com o que ajudou a crescer...

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