quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sou um forasteiro na minha própria terra.

A minha terra é uma vilazinha pacata e acolhedora que dá pelo nome de Lousada.
É conhecida a nível nacional por ser a terra do Rui Pedro- o puto que desapareceu há muitos anos.
Quem visita acha-a uma vila encantadora, onde não existem as desordenadas florestas de betão tão comuns pelo resto do país.
Lousada tem tudo. Não falta nada. Tem quase tantos bares e hipermercados como o número de habitantes e essas hiperbólicas consequências do aumento desmesurado do capitalismo.
.... só que eu nunca gostei da minha terra...
Só lá estou quando estou em casa. Fora isso, ando sempre por outros lados errantemente.
Chego ao cúmulo de ser sócio do clube da terra mais próxima.
Passam-se meses de intervalo entre o simples acto de tomar café na terrinha.
Mas porquê?
porque  não gosto eu da minha terra?
Por coisas tão simples como esta que tive o privilegio de ver:
Ladeando um cartaz de uma peça de teatro sobre Fernando Pessoa estavam inúmeros cartazes dos bares a fazerem publicidade a uns quaisqueres concorrentes do bordel dos degredos. O cartaz da peça passa completamente despercebido.
Perante atrocidades como estas, sejam sinceros: ainda é suposto eu gostar da minha terra? 

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