domingo, 31 de janeiro de 2010

Eu sou o teu labirinto.
A infindável rotação de paredes onde te perdes e jamais consegues encontrar-me.
Onde eu estou?
Não no reflexo emitido sofregamente pelo espelho, esse não sou eu.
Estarei no topo do universo a observar-te?
Talvez...
Estou sempre onde tu estás. Estou entranhado em ti. Sabe-lo perfeitamente, não tens como negar. Ou a negação é apenas uma forma de absorção...
Quando conseguires encontrar-te, talvez me encontres também.
Estou mesmo a teu lado só que não me consegues ver. Estás privada da visão.
Eu sou o silêncio nocturno, o frio que te envolve, sou tudo... Apenas em espírito, a minhas vestimentas carnais estão na tua posse e um dia poder-me-ás vestir da maneira que quiseres. Basta encontrares-te!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Agora que o que eu escrevo irá ser editado sobre a forma de livro, resta esta pergunta:

QUEM ESCREVERÁ O MEU POSFÁCIO?

A obra estende-se abrangente por campos tão dispares e tão semelhantes.
Existêncialismo ou a falta dele, Locus Horrendus ou a exaltação à luz e à claridade.
Simples devaneios sem sentido ou com todo o sentido percéptivel apenas pelas trevas após terem derrotado o dia.
Cada texto mergulha numa anarquia impossível de controlar. Jaz, por entre as palavras, a minha harmonia e paz tão voláteis e ao mesmo tempo tão estáveis.
A certeza das dúvidas eternamente presentes.
Textos contraditórios e quiçá repetitivos sobre as batalhas de pensamentos e emoções na estabilidade do instável. A predominância do negativismo é contestada aqui e ali por sentimentos por vezes tão reais que parecem brutais alucinações.

Escrevo quase sempre de manhã, como se almas de poetas vagabundas me embalam para o sono e me recitam os textos que escrevo.

Talvez eu não deseje um posfácio, pois isso significaria o fim da obra e eu quero escrever até ao fim da minha humana existência...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Escavam a sua sepultura os anos de lágrimas que nunca levaram na enxurrada visões de raiva e ódios descomunais.
Uma nova era de dores orquestradas e conduzidas por maestros isentos de tormentos.
Arqui-inimigos fornecem as pás para a escavação arqueológica.
O que morreu não deixa de viver.
Esqueletos de novas espécies agarram-se à visão de luz.
Estão livres e cederão todos os confortos dos seus aposentos a toda a luta que começou sem sentido e que se revestiu de causas erradas.
Caem atadas as declarações de guerra apocalíptica a inimigos desertores bem de dentro. Sobreviveram a pelotões de fuzilamento. Invólucros de balas de acusações jazeram no solo até serem decompostas e aglutinadas por criações que ganham forma e espectro por requiuns de negações pomposos.
Nos corpos possuídos por orgasmos literários resta a solidão de um sorriso ao voltar as memórias de tais coistos filosóficos. Agora, ele acompanha as lágrimas quando são baixados para a sua morada póstuma.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sombras codificadas ocultam os astros que perderam o brilho no horizonte.
Estranhas e complexas melodias de sopros de vida narram o que é asqueroso e negado por poetas.
Nas sombras revelam-se todos os ancestrais medos disfarçados de solidão.
estrofes de escuridão suprema são recitadas por potestades controladoras de mentes que choram lágrimas de compaixão por quem por elas se cruza.
Personificações do inpersonável.
Odialatrizações do indomável.
Neste circo de todas as negatividades estão desejos em cativeiros carnais e os condenados brandem com mestria o seu chicote.

Sem lei, o esquadrão do inaceitável reprime e oprime angústias e desolações. A auto-estima é fustigada por decretos imemoriais e a acomodação e insatisfação nunca foram tão antónimas como agora.
O adorável rima com o abominável.
Poucos são os que me adoram e legiões os que me abominam.
Bíblicas batalhas de davides contra Golias e apenas nessa obra de ficção vence o mais fraco.
Compaixão... A segunda e terceira silabas não são verbos nem adjectivos, são miragens...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nada é em vão
Todo o passado
Traz o futuro na tua mão
O mais belo é sempre o inacabado

Na violência dos décibeis
De todos os gritos por gritar
Há sentimentos para sempre fieis
Na efemeridade infinita do acreditar

Nas miragens que sonhas
Há sempre palavras nunca escritas
na nova colorização das folhas
Não existem cores malditas

Basta estender a mão
Eu estou lá para a agarrar
Sou fraco substituto para a solidão
Aquele que ninguém soube amar

Nas viagens siderais
Propulsadas pelo pensamento
E as maneiras de fuga demais
Está explícito todo o intento

Quem corre na harmonia
Algo fica sem ser visto
As palavras que eu dizer.te queria
Soariam como as de um novo cristo.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Banda sonora para uma tarde de ressaca.

Buzzcocks, a banda que fez a primeira parte do concerto de Nirvana em Portugal em 1994.
Se já me apaixonei por quem não devia? Muitas vezes.
Apaixono-me perdida e exageradamente pelo conteúdo de garrafas e copos. Depois o romance acaba sempre mal para mim como em todos que tive.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um pouquinho de publicidade.


Pode ser pequenino e aparecer em ultimo lugar, mas finalmente um cartaz com o nome da minha banda!!! Vale a pena lutar contra a corrente e finalmente as coisas em que acredito começam a dar os seus frutos. Apareçam!!!!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Deixa a tua pele respirar e expirar o doce aroma que ainda resta bem dentro de ti.
Ondas extasiantes de fragrãncias ainda não classificadas e totalmente desconhecidas pelos fabrificantes de perfumes rebentam atrozmente e o épicentro é em mim.
Ondas de choque sublime abalam toda a minha estrutura reconstruida para ser anti-sísmica.

Se te anuncias como uma catastrofe pronta a abater-se sobre mim; vem, eu estou preparado.
Faz ruir estes medos que ainda permanecem como alicerces. Destroi e deixa irreconhecível esta nova desconfiança por todas as formas humanas que me dá esta cor tão característica.
Abate-te sobre mim com toda a tempestuosa luz que irradias.
Negatividade da irrelatividade e tudo o que possas conjecturar em termos de calamidades parecerão apenas breves pingos de chuva que arrefecem as noites escaldantes.
Dá-me o teu gelo glaciar, consigo derretê-lo com o meu olhar.
Faz o mar revoltar-se contra mim que eu domino as marés e elas serpenteiam sobre as minhas ordens.
Desafio todos os teus elementos naturais ou artifíciais mas nunca o teu perfume deixar-me-á de embriagar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Palavras que são ignoradas e depois hiperbolizadas...

Bem no cimo do altar dos sacrifícios encontra-se o que resta dos sonhos mutilados.
Estranha esta devoção que implica a entrega voluntária do bem mais precioso que as almas envoltas em denso nevoeiro estão sujeitas.
Filas intermináveis de almas carregando os seus sonhos os verem a ser estropiados e violentados sem a mínima piedade!
Suícidios obrigatórios da mais bela parte do ser. Em nome de quê?
A ausência do questionar torna-se o mais mortal dos pecados.
Mas quando se ama , a palavra sacrificio não existe no dicionário dos amantes. Essa e todas as outras palavras com conotações negativas são formatadas e revestidas por outros significados.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A brutalidade de lamentos perdidos e encontrados abate-se sobre toda a humanidade. Hecatombes desnecessárias despidas de todas as verdades.
Cessam os disparos em todas as direções dos turbilhões hipnóticos de todos os medos contidos em tão frágeis invólucros que são os corpos decadentes e sem rumo.
Todos clamam por mais uma oportunidade de viver uma outra vida do que aquela que lhes foi atribuida.
Bem de dentro saem os gritos de incontinências filosóficas.
Destroem o casulo onde foram mantidas em cativeiro.

A solidão beija apaixonadamente a melancolia do nada saber.
Que mundo este a que fomos condenados a habitar!!
O armagedão esconde-se à espreita.
Batalhões de súplicios amontoam-se esperando ordens supremas de aniquilação mundial.
Supremas palavras desprovidas de sentidos do criador do criador.
O Homem que tudo criou, tudo destruirá.
Terá nova oportunidade de emendar as atrocidades infligidas que nomeou somente como erros??
Acreditar-me-ias se eu te proclamasse a rainha das terras áridas que é o meu coração?
A supremacia da tirania desejada seria inquestionável.
Aclamações de profundas e sentidas ovações.
Instaura uma ditadura em mim.
O poder supremo de subjugar todas as emoções e pensamentos ser-te-á atribuido.
Olha bem para o teu reino.
Não vês a tua bandeira hasteada a alturas imemoráveis bem na minha alma?
Forma exercitos pacifícos cuja unica arma de guerra seja a poesia.
Entoa discursos de perfeita soberania alicerçada em desejos reprimidos e por ti concebidos.

Paz forçada e armada estende-se pelos 4 cantos do meu corpo.
A tua conquista do ímperio decorreu tranquilamente e sem vítimas a lamentar.
Os velhos inimigos que estavam no trono antes de ti aceitaram a rendição incondicional e imediata perante a visão dos teus olhos.
São agora teus presos políticos.
Por favor, condena-os à morte!!!!

domingo, 17 de janeiro de 2010

A inspiração é algo tão supérfluo e efémero.
Certos dias e noites tempestuosos sinto-me capaz de redigir novos tratados mundiais ao mesmo tempo que escreveria uma obra poética maior em termos de dimensão que "Os Miseráveis". Hoje sinto que o vazio tomou posse da minha mente e a mais simples palavra parece impossível de ser articulada e escrita.
Desejos de eterna capacidade literária formulam-se perante a noite violenta e sibilante. Talvez seja pela ausência de musas que aparecem e desaparecem com a mesma facilidade. Talvez... Ou apenas umas pequenas férias merecidas do meu cérebro constantemente em laboração.
Acefalosofia parece estar instalada e ter tomado as rédeas do meu ser constantemente à deriva..

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Um ano de Palavras de um solitário.

O calendário, mais uma das invenções do cristianismo, grita que hoje faz um ano desde a criação deste blogue. Obrigado a uma fiel leitora por me ter lembrado!
435 posts depois, este blog cresceu um pouco. Neste caso, digámos que acompanhou o meu próprio crescimento. Desde a sua criação até hoje muito eu amadureci.
Um agradecimento a todas as pessoas que por aqui passaram e passam e que tem paciência para a leitura dos meus devaneios literários. Muito obrigado!!!!!!
E um agradecimento muito especial à minha amiga Sandra Francisco, a pessoa que me convenceu a criar este espaço de palavras siderais. Obrigado pela força e por seres a primeira pessoa que reconheceu algum valor no que eu escrevo.
Claustrofobia em pleno espaço aberto rodeado da beleza imponente da natureza.
Eu suspiro o meu nome para conseguir deste claustro que é o meu corpo.
Enclausurado entre paredes de carne humana permaneço.
A liberdade pela qual a minha alma desespera está mesmo à minha frente, mas eu apenas sinto esta contraditória claustrofobia.
A rebelião das marés ainda não me contagiou....

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tributo a Al Berto.

Na minha mão cabe tudo, basta estendê-la e abri-a e lá entra à medida a ausência.
Sobra espaço ainda para a decadência.
Cabe a vulnerabilidade de não me sentir vulnerável.
O movimento de contracção dos dedos esmaga a solidão. É apenas ilusão de óptica. Os dedos acariciam a solidão.
Eles desenham a moldura onde outros colocam imagens da mais perfeita desolação. Entram em convulsões aterrorizadas perante a visão de outros dedos tentando tocar-lhes.
O contacto humano é apenas uma memória soterrada por entre paredes de desilusões arquitectadas por mãos mais hábeis.

Na palma da minha mão já esteve a tua. Agora está tatuado o olho da sabedoria ou da ignorância, tu decides.
Mão que derrotou a morte e a vontade de lhe pertencer.
Dedos que foram levados pela enxurrada de lágrimas conseguiram agarrar as ilusões que só eu as considero como reais.
A minha mão deseja escrever todas as folhas de papel que existam no mundo. Quando elas acabarem vou continuar a escrever em todos os milimetros do teu corpo.
Sobre quê?- Perguntas tu.
Sobre tudo ou apenas sobre mim, assim serás testemunha viva desta incontrolável vontade de escrever. O teu corpo será pertença das minhas palavras. Não pertencerá a mim pois as palavras quando jorram de mim ganham vida própria e negam a minha autoria.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Uma pequena lufada de ar fresco neste destilar de palavras funestas...



Isto é uma pequena brincadeira que fica para a posteridade como o primeiro video da minha banda.
Nestes devaneios musicais dou largas à minha faceta mais javarda e tresloucada.
Sou o autor das letras, mas estas nada tem a ver com toda a seriedade que deixo patente neste blog.

Consultem o nosso myspace e algures por lá encontrarão as letras musicais mais ridiculas e corrosivas e ao mesmo tempo mais bem dispostas que terão memória.
Pelo menos vão lá nem que seja só para aumentar o nosso numero de visitas.

http://www.myspace.com/esguichobiliar

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A brisa gelada sopra suspiros de mudança.
Fôlegos de novas inspirações transfiguradas de velhas aspirações.
Factos congelados clamando o calor de alternativas teorias.
A beleza encontra-se com as mãos atadas ansisosa por ser cortada por pensamentos mais afiados que a guilhotina reservada para si.
Clamam pela morte para sentirem a liberdade, as lágrimas que desenham sulcos onde todos os outros veêm o que não existe.
Beijos envenenados com discórdia pavoneiam-se perante a fragilidade de fés anti-naturais passíveis de ruirem a qualquer verdade aleatória decretada por forjadas autoridades.
Novas serenidades artificiais construidas em laboratórios, estão privadas de negação.
Olhares formatados e eclipsados não conseguem ver a brisa.
Algures deixaram a sua capacidade e possuem apenas as cicatrizes como prova de que antes viram...

domingo, 10 de janeiro de 2010

As constantes masturbações mentais que é o vício de escrever ainda não resultou no maior orgasmo cósmico que será o mais belo poema alguma vez escrito. Às vezes consigo ter orgasmos multiplos, mesmo isso estando vedado aos homens. O derradeiro e supremo orgasmo psicológico esconde-se bem dentro de mim. Continuo a desbravar os terrenos do extase mental na esperança de atingir o perfeito zen. As segregações em forma de palavras que vão jorrando de mim não são ainda suficientes para me sentir saciado. Será que um dia conhecerei o que é o limite e a perfeição de sentimentos fisicos que transporto para a mente? Não sei, mas vou tentando.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ouvir Zeca Afonso resulta nisto.

Fracassos pré-destinados
Vivências pré-concebidas
Destinos tão odiados
Premissas sempre estabelecidas

Psicológicas violências
Autorizadas pela repressão
Monotorizadas sapiências
Onde não existe a razão.

Vazios familiares
Jamais saciada a sede
Pensamentos tão vulgares
Na parca resistência que cede.

Tudo por outros foi construido
O caminho da virtude falsa
Para ti foi estabelecido
E para todos os que não veêm a farsa.

Mais um amanhecer sangrento
Apenas outro igual aos demais
Encaras tudo sonulento
E aceitas todos os momentos irreais.

Tudo caminha de ti tão perto
Éticas e deontologias
Ou o que outros julgam certo
Pode ser para ti apenas analogias.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


Recordações que estavam encaixotadas e armazenadas, repletas de pó no sótão da infininidade do meu pensamento, ganham novo alento e saem caminhando da morgue onde estiveram confinados.
"Quando não há mais espaço no inferno os mortos caminharão na Terra."- Premonição presente em "Dawn of the dead" de George Romero.
Caminham as recordações ainda com as chagas das queimaduras do inferno bem vísiveis.
Desfiguradas por intervenções não-divinas, deambulam por entre paraísos artificiais construidos com muito esforço pelas minhas próprias mãos.
Tudo parece ter vida eterna e renasce vezes sem conta. O inferno não é suficientemente grande para conter em si o que nele eu quero ver condenado.
Mas em mim jaz o assassino do que insiste em não morrer. E perante o meu sorriso vou ver essas fétidas recordações voltarem a ser o pó ao qual foram reduzidas anteriormente.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Perguntas rétoricas.

Reconhecerás todos os teus medos que eu removi?

Reconhecerás cada uma das tuas lágrimas, todas diferentes como os flocos de neve, que eu bebi?

Reconhecerás o que foste e jamais o tornarás a ser?

Tudo que esvaneceu e renasceu invocando novos monstros desejados acenando de paisagens subconscientes.

Esvaiem-se os esgares de dor... Ela está dormente.

Tudo isto apenas porque eu toquei-te um dia...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sei que já aqui coloquei vários videos de Anathema, mas eu amo esta banda!!!!!!



"started a search to no avail
a light that shines behind the veil trying to find it
and all around us everywhere
is all that we could ever share if only we could see it
believe there's true thoughts beyond me
life ever changing weaving destiny

and it feels like i'm flying above you
dream that i'm dying to find the truth
seems that you'r trying to bring me down
back down to earth back down to earth

layers of dust and yesterdays
shadows fading in the haze of what i couldn't say
and though i said my hands were tied
times have changed and now i find i'm free for the first time
feel so close to everything now
strange how life makes sense in time now

and it feels like i'm flying above you
dream that i'm dying to find the truth
seems like your trying to bring me down
back down to earth back down to earth
back down to earth back down to earth..."
As palavras mais difíceis de pronunciar não são aquelas cujo numero de sílabas é colossal.
Não são as palavras sinónimas de qualquer complexidade que soam a fenómenos estranhos ou doenças.
Não são as que a a métrica é traiçoeira.
Não são as que trazem incógnitas agregadas ao seu significado.
Não são verbos impossíveis de conjugar.

NÃO....

As palavras mais difíeis de pronunciar são as mais simples.
São as primeiras que aprendemos quando somos crianças.
São aquelas que conhecemos em toda a plenitude o seu significado mas que parecemos não o compreender.

A palavra "Desculpa!" é tão fácil de dizer.
Mas ela não se forma nos lábios.
Se ela fosse expelida verdadeiramente, aí saber-se-ia o seu significado e a resposta ou simples rétorica é algo igualmente simples.
"Perdoo-te!"

domingo, 3 de janeiro de 2010

Para todos os artistas, todos os que ousam pensar.

Criatividade é o melhor sinónimo. e quiçá o único, para a palavra liberdade.
Dentro das prisões em que entregamo-nos voluntáriamente ou somos condenados pelos demais sem a mais ínfima hipotese de recurso, a nossa criatividade permite-nos ser livres.
Por mais paredes construidas apenas com o intuito de nos confinar a mente e o corpo elas ruem à passagem devastadora de pensamentos criativos.
Talvez a liberdade seja apenas uma alucinação que nos espera nos sítios onde vamos quando sonhamos. Se assim o for, estou sempre a sonhar acordado. Eu e todos os artistas que vagueiam algures por aí.
O termo anti-social e inadequado socialmente é algo que foi apagado do meu algo, felizmente, vasto léxico. Só uso termos que conheço o significado.
Asssisto à queda da integridade humana. Impávido e sereno observo tamanha ruina.
A falsidade e mesquinhez que veste hoje as pessoas não me causa repulsa. Apenas indiferença. A mesma com que olham para mim e para todos os que ousam ser livres.
Um bem haja para todas as almas que ousam pensar.
As ditaduras disfarçadas de democracias ainda não conseguiram criar uma polícia para os pensamentos. Provávelmente esteja já em laboratório ultimando os mais pequenos pormenores.
Não sou reconhecido por nada do que faço ou que fiz em todos os meus devaneios artísticos. Não busco reconhecimento porém. Busco apenas continuar com esta imensa capacidade de criar. Esta a unica arma, embora invísivel, que permite que eu seja livre confinado à minha mente.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Se a chuva deixar de cair
Esgota-se a matéria da primavera.
Para todo o futuro que há-de vir
Haverá sempre uma voz que vocifera.

As tempestades são necessárias
Para o corpo ficar doente
E a mente em todas as áreas
Lutará assim para não ser descrente.

As nuvens negras e o frio
Envoltas em laços como oferendas
Significam um não ao vazio
No qual afogar-te tu tentas.

Encaradas como punições
Traduzo-as como benésse
Para encontrar razões
Para a beleza que anoitece.

A palavra enfim
Não significa a sua ultima silaba
Não apenas para mim
Mas para toda a existência que desaba.
As manifestações de energia manufacturadas pelos corpos em movimento talvez seja capaz de produzir electricidade suficiente para iluminar uma cidade.
Talvez, mas a escuridão inerente às almas, essa é impenetrável.
Uma parca luz de vela é a única claridade visível nos confins dos corpos humanos que se amontoam por entre sussurros de falsa luz que os rostos parecem conter em si.
Nas cavernosas profudezas do ser o sentimento de solidão é devastador. Todos os que são belos, ricos, poderosos e auto-confiantes em demasia albergam em si a mais dura e salgada tristeza.
Máscaras... Apenas isso.
A insegurança pessoal é atroz. A mente contorce-se em enganos. O que interessa é como os outros nos veêm, não o que cada um acha de si.
Quantas serão as pessoas que param uns minutos nas suas vidas para pensar no que são e no que conseguiram?
As palavras dos outros são alimento para o ego. Mas apenas uma espécie de pequeno almoço impossivel de conter em si as calorias necessárias para aguentar os corpos cada vez mais famintos.
Os caminhos trilhados são sempre os que foram construidos e recomendados por outrém. Nunca os aventurados, mesmo que não tenham saída ou que conduzam apenas e exclusivamente para um abismo.
A integridade humana é algo muito discutível. A luz necessária para iluminar as almas está ao alcance de cada um. Seja com fósforos, isqueiros, complexas manobras hidrográficas ou apenas a maneira pré- histórica de roçar dois bocados de madeira.
Cada um escolhe a sua claridade. Mas poucos são os que a põe em prática.
É tão fácil viver na escuridão e esperar que outros nos tragam a luz.
Alguns conseguem isso. Bafejados pela sorte talvez, mas saberá bem essa claridade artificial? Ou será bem mais saborosa aquela que um índividuo constroí com muito custo e solitáriamente?
Não sei responder, para variar. Apenas conheço a segunda. Opino apenas com conhecimento de causa. E conhecimento, é o que não falta aí para ser descoberto. É preciso apenas e só..... VONTADE!!!!!!!!!!