sábado, 30 de abril de 2011

Aluga-se tempo livre. Leilão público neste blog. Façam as vossas ofertas,. E vai uma, duas, três. Vendido para o zombie em troca de um gin tónico.

Pois é. E tal e coisa... Será certamente motivo de inveja para muita gente, mas eu tenho demasiado tempo livre. Pensei em prostituir o meu tempo livre. Sempre estamos em crise não é?

Tenho tanto tempo livre que nem sei o que fazer com ele. Irrito-me solenemente por vezes. Gosto muito de ler e essa é uma óptima maneira de matar tempo, mas agora encontro sempre defeitos em todos os livros que toco. Trouxe da biblioteca um livro de crónicas do Miguel Esteves Cardoso. Ele é extremamente tresloucado a escrever, coisa que adoro, mas quem lê duas ou 3 crónicas dele acaba por perder a paciência. Tenho 2 livros de Lobo Antunes para ler, mas ainda não acabou o "tempo" que impus na nossa relação depois da leitura do " Ontem não te vi em Babilónia.".
Os dois volumes de "vermelho e negro" de Stehdhal agonizam tentando despertar a minha atenção, mas a vontade de ler clássicos parece ter sido ferida de morte. Agora só me apetece ler livros contemporâneos e quanto mais parecidos de sair do manicómio melhor. Portanto, não vai ser a ler que vou "matar" tempo.
Vou então tomar café.
Isto de estar sempre imerso num universo paralelo, permite-me elaborar planos que até fariam corar o próprio Maquiavel.
Reparo que o único jornal em que as pessoas pegam para ler é o jornal desportivo. Toda a imprensa é uma boa maneira de manipular opiniões, mas parece que os poderes do dark side of the force ainda não se aperceberam do poder dos jornais desportivos.
Inventam-se notícias a toda a hora e os únicos cronistas que conseguem que as suas crónicas sejam lidas e comentadas são os que "escrevem" nos jornais desportivos. Os filósofos da bola como eu lhes chamo.
É curioso ouvir as pessoas empregarem termos que não fazem a menor ideia do que significam, só porque o leram n`A Bola ou no record. Um exemplo máximo: "In extremis." O que significa isso? Apetece-me perguntar ás pessoas sobre o seu vasto conhecimento de latim. Será que sabem que significa "em ultimo recurso."?
Portanto, poderes aspirantes a dominadores, porque não meterem assim disfarçadas pelo meio de uma notícia tipo "Jorge Jesus espirrou no ultimo treino. Será que vai aproveitar a constipação para assinar pelo Atlético de Madrid?", as vossas ideias de dominação mundial com mensagens subliminares? Essas pequenas e estapafurdias "notícias" são devoradas vorazmente pelos leitores. Boa maneira de ir moldando opiniões não seria?
Outra boa ideia seria colocar alguns dos bons escritores portugueses a escrever umas crónicas nesses jornais. Pelo menos seriam mais conhecidos do que o próprio papa.
Já estou mesmo a ver, Gonçalo M. tavares a romancear a análise de um jogo qualquer. "O jogador x tem uma má relação com a bola, porque esta faz-lhe lembrar dos maus tratos que tinha no recreio da escola. Quis ser jogador para provar aos que lhe batiam que seria melhor do que eles. A psicologia humana é tão fodida." ou " André Villas-boas mantém sempre a barba por fazer porque isto é o protesto da geração à rasca. Quando nos dão cargos importantes conseguimos destronar os "graudos" de cabelo branco totalmente retro e que mascam chiclas de boca aberta."
Porque não apostam as editoras dos novos e mesmo dos consagrados escritores portugueses nisto? Duvido que fizesse as pessoas comprar mais livros, mas pelo menos assim que vissem um livro no Pingo Doce quando lá vão ao domingo, lembrar-se-iam do nome e pegariam nos livros.
"Eh pá! Este não foi o gajo que escreveu que o Alan foi agredido por uma força invísivel que saiu do corpo do Javi Garcia no último Braga-Benfica. Ninguém viu nada, mas da maneira como o homem se contorcia agarrado ao pescoço estava quase a ser assassinado."?

Portanto já viram o que o tempo livre em excesso me faz. Se não o tivesse, este texto jamais veria a luz do dia. E que perda para a humanidade que seria...

"Eu vos digo: é necessário ter um caos em si para poder dar à luz uma estrela bailarina."
Nietzsche- Assim falava Zaratrusta.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A melhor versão de todos os tempos e com a letra mais mais profunda. Tão profunda que ninguém a encontra. É como se não existisse...

Fala-se demasiado alto e pensa-se demasiado baixo.
É a estranha dualidade entre a racionalidade e a emotividade.
São como duas grandes potências metafísicas que se guerreiam sem dó ou piedade por um domínio espectral.
Querem hastear uma bandeira num local árido que vagueia em partículas, pequenos fragmentos do que outrora foram esboços de pensamentos.
Munições alegóricas estão prontas a disparar.
Certeza de baixas só uma: eu.
Pareço uma espécie de terra prometida onde tiranias querem governar.
Será que existe uma quantidade certa de cada uma para se ter?
Ou será que é suposto haver apenas pessoas racionais ou emotivas?
Se é que isso existe, eu sou o meio termo.
Metade de mim sente e a outra pensa, com vantagens aleatórias para uma delas dependendo da situação.
Este conflito é violento.
Em cada batalha o vencedor parece ser sempre o errado.
Preferiria sempre o derrotado na posição de vencedor.

Ás vezes faço planos a médio prazo, e quando chega a altura de os põr em prática, eclodo uma detonação com toneladas de explosivos que fazem ruir até os alicerces. É como se ali nada tivesse alguma vez existido.
O bombista foge em debandada.
Não precisa de atacar ás escondidas. O seu rosto é bem conhecido.
Apesar de tudo, reina depois dos atentados, uma paz anárquica ou uma espécie de paz armada com uma volatilidade intensa.
A mínima faísca pode provocar uma hecatombe nuclear em que todos os meus átomos gritam em dores psíquicas.
Será possível pensar um sentimento, ou sentir um pensamento?
Eu sou viciado em pensar e em sentir.
Peço conselhos aos dois lados da barricada.
São sempre conselhos antónimos.
Tomo decisões inflamadas por uma espécie de combustível que mais parece napalm.
Destruo tudo e depois reconstruo ás vezes para edificar tudo como estava anteriormente. Mera perda de tempo aparente.
é o constante andar em círculos.
Uma rotação semelhante à da terra, mas não é o sol que se situa neste epicentro. sou eu. Tudo gira à minha volta-
Com todos os detritos de explosões anteriores a atingirem-me.
Mas a batalha continua...
vencedor jamais será apurado.
Porque insistem tanto em batalhar então?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mini crónica alcoólica versão aniversário.

Pois é, ontem tornei-me trintão! Para não variar voltei a embebedar-me no meu aniversário.
Estou muito admirado comigo por estar aqui tão fresco a umas 10 da manha após a mistura apocalíptica de um jantar num restaurante chinês seguido de imensos gins, o meu novo vício.
Mas isto é uma mini-crónica portanto vamos ao que interessa: Já com o andar bastante arrastado e com uma dificuldade tremenda em focar objectos à minha frente, vou à casa de banho do bar onde me encontrava. Estava eu a usar o urinol, fazendo o que se faz num urinol, quando entra um indivíduo ainda em pior estado que eu e fica a olhar fixamente para mim. Não há nada melhor do que isso. De repente, diz-me isto:
-Eh pá! Que coisa tão pequenina! É mesmo insignificante!
-O quê? Como assim?-Atalho eu no meio da estupefacção e da operação delicada que é verter águas.
-Estava a falar da casa de banho. Pensavas que estava a falar do quê? Responde-me bruscamente o tipo.
-De nada! Esquece! digo eu enquanto aperto as calças e penso:" Tou mesmo a precisar de outro gin."

quarta-feira, 20 de abril de 2011

"It's easy to cry for love. Far harder to try"

Esta é a minha biografia versão música.



Caminho em silêncio
Distraído por um pensar
Que me turba o andar
Penso que penso
E fico a ouvir-me a pensar
Que penso que penso
Este pensamento
Torna-se um tormento
Penso que penso
Que penso que penso
Sempre o mesmo a dobrar
Como vozes a segredar
Penso que penso
Que penso que penso
Que ainda vou flipar
Flipar

ESTOU FARTO DE MIM ESTOU FARTO DE MIM
ESTOU FARTO DE MIM ESTOU FARTO DE MIM

Já não posso mais andar
Com tanta voz a murmurar
Levado pelo vento
Penso que penso
Que penso que penso
Que penso que penso
E se penso em parar
É mais um pensamento
Que me fica a ecoar
Outra voz a segredar
Outra voz a murmurar
Murmurar...

Murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar
murmurar
Murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar
murmurar

ESTOU FARTO DE MIM ESTOU FARTO DE MIM
ESTOU FARTO DE MIM ESTOU FARTO DE MIM

terça-feira, 19 de abril de 2011

A certeza da mentira onduleia por entre as folhas que travam lutas inglórias contra o vento.
Eu... Eu lavo o rosto na dor. Ele lateja de descrença.
Descrença em pseudo-crenças.
Ele deixa entrar um raio muito tímido de luminosidade, que pode ser facilmente confundido com um mero desejo mecânico.

O que é certo está sempre em local incerto. Mas o que está errado encontra-se em todo o lado, como um qualquer deus.

Vamos rezar à mentira. Novo deus empossado.
Ela está em todo o lado, movida pelo vento e sempre a seu lado está a desilusão. Outrora tirana, agora profana.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Engraxanço e o Culambismo Português

Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores,os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas.Ninguém gostava de um engraxador.

Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.

(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
Tenho saudades...
Tenho saudades das conversas envoltas em silêncio, daquele silêncio que fala muito e correctamente. Daquele silêncio que não se cala e que diz sempre tudo.

Tenho saudades do teu olhar que me fazia esquecer a dor, esta imensa dor de viver.
Dor de viver e de querer para sempre viver.

Tenho saudades do teu corpo despido ao lado do meu enquanto dormias e que procurava, por vezes o meu ombro para nele desfalecer.

Tenho saudades de te ver dormir, embora soubesse que não gostavas. De arrebatar com um beijo o primeiro esboço de claridade que tomava controlo dos teus olhos.

Tenho saudades do que não cheguei a ter de ti e de tudo o que não cheguei a dar-te.

As saudade são um sentimento tão egoísta.
Porquê? Porque ao ter saudades tuas, elas são um mero reflexo das saudades que tenho de mim quando não tinha saudades.

Não gosto de ter saudades...

Este texto não faz qualquer sentido aparente, porque, afinal, o que eu tenho é mesmo saudades minhas...

Desculpa o egocentrismo...

domingo, 17 de abril de 2011

Camara Clara para sempre.

É a pior seca que pode haver, mas apresenta coisas pungentes e demolidoras como Rentes de Carvalho. A seguir ao "Ensaio sobre a lucidez" de Saramago em que toda a gente vota em branco numas eleições, a "coisa" mais punk que Portugal tem. Pseudo-punks sabem o que é ler?

http://tempocontado.blogspot.com/

"A mim fascina-me a estupidez humana..."

Eu sempre disso isto, mas eu sou um pedaço de merda. Foi Umberto Eco que disso isto para todos os efeitos.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Este homem é um senhor, carago!!!!

Um poema não é uma coisa que se coloca sobre o teu dia como um condimento sobre o teu almoço. A vida de uma pessoa não tem material semelhante a nada que conheças. Existir é feito de peças impossíveis de copiar. E a poesia não entra nesse material único - a vida de uma pessoa - como o avião no ar ou o acidente do avião na terra dura. Um poema não é manso nem meigo, não é mau nem ilegal.
Os homens não se medem pelos poemas que leram, mas talvez fosse melhor. O que é a fita métrica comparada com algo intenso? Há poemas que explicam trinta graus de uma vida e poemas que são um ofício de demolição completa: o edifício é trocado por outro, como se um edifício fosse uma camisa. Muda de vida ou, claro, muda de poema.

Gonçalo M. Tavares, in 'A Perna Esquerda de Paris'

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os dias estão luminosos, mas à minha volta circulam nuvens enormes que pincelam de cinzento o meu rosto que parece esculpido em pose de um eterno porquê.
A razão? A razão jaz no seu caixão debaixo de muitos metros de terra. Foi assassinada pela compreensão. Mas eu, qual vigilante anónimo, vinguei a razão.
Ando foragido à justiça poética pela morte da compreensão.
Mas agora sinto-me órfão. Só consigo questionar e nunca compreender.
Sirvo pena perpétua de ignorância.
Tudo acontece a meu lado a velocidades escaldantes e eu não compreendo o mecanismo, as engrenagens que fazem as coisas acontecer. Parece ser tudo muito simples, mas torna-se demasiado complicado.
Contra-censo como o partir para ficar. Mas talvez seja mesmo necessário eu partir para o outro eu , aquele que compreende, aquele que aparentemente desertou fique. Pode ser que através de telepatia me consiga fazer um desenho daqueles muito simples de tudo o que não compreendo. Espero que consiga.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Coisa linda numa entrevista de Adolfo Morais Macedo. Ou melhor: Adolfo Luxúria (da parte da mãe) Canibal ( da parte do pai).

Jornalista-"Portugal ainda é o país daquela Mirandela, em que um polícia parou de o pontapear quando soube que afinal também é doutor?"

A.L.C- "É efectivamente o país em que toda a gente gosta de ter títulos para mandar para a frente."

Novo hobbie...

Vou dedicar-me a elaborar teorias da conspiração. Quem sabe se daqui a uns anos uma delas será tão famosa como aquela que defende que o Salazar era o grande ponta de lança do Benfica.


Ah ah conspiração!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Crónica sobre coisas.

Eu apego-me demasiado ás coisas.
Seja a coisa mais estapafúrdia, mais sem sentido/ utilidade, eu apego-me facilmente.
Por exemplo: Quando acaba o tubo da pasta dos dentes, ele fica ao lado do novo ainda algum tempo. Os frascos de shampoo e gel de banho vazios, jazem moribundos uns dias ao lado dos seus substitutos antes de irem para o lixo. Faço colecção de maços de tabaco vazios( Ainda não foi desta que consegui deixar de fumar. CARALHO!!!!).
Pode parecer, e é, estúpido, mas eu tenho mesmo problemas em deixar as coisas seguirem o seu rumo normal. Não gosto de substituir coisas, mesmo que seja por outras exactamente iguais. Só o são aparentemente. Consigo notar sempre alguma diferença. Para mim, só tem igual o código de barras.
No mesmo pacote de rolos de papel higiénico há uns mais macios do que outros. É melhor parar por aqui senão a conversa vai parar onde sempre para.

Se eu tenho este problema com coisas sem valor aparente, imaginem o problema que eu tenho em separar-me das coisas chamadas "pessoas".
Quando uma pessoa "acaba" não a consigo deitar ao lixo nunca. Tenho uma arrecadação bem dentro da minha cabeça onde guardo as pessoas que me "acabaram".
Essas coisas pessoas, não têm prazo de validade ou código de barras. Existirá um supermercado onde posso ir lá buscar uma pessoa exactamente igual à que me acabou?
Não certamente. Todas as pessoas que me "acabaram" levaram consigo um pouco do que considero ser eu próprio.
Talvez eu é que tenha um prazo de validade. Não vem escrito em alguma parte do meu corpo e parece ser mesmo muito curto. Em pouco tempo estou no lixo.
Será que me põe para reciclar pelo menos? Poderia assim surgir sob outra forma e, quiçá, com uma maior utilidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Confusão é o nome que inventámos para uma ordem que não compreendemos. "
Henry Miller

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Segura bem esse olhar que carregas.
Não fujas do pensamento em que eu te prego ao chão para não conseguires voar.
Hoje tens forma de cama onde descansam as linhas que escreveste como o futuro.
Amanhã acordarão.
E tu queres voar mas eu seguro-te.
O meu braço, que te segura, assim de repente parece apenas um traço.
Um traço num esboço do desenho que fizeste enquanto tinhas os olhos fechados.
Agora eles estão abertos e eu apago o traço.
O meu braço por magia desaparece.
Mas, talvez ele nunca lá tenha estado...
Talvez... Quiçá Efeito placebo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Para onde desertou a simplicidade?
As pessoas despidas, vestem-se agora com complicações de várias cores e feitios.
Ficam com um guarda fatos repleto para usar pela vida fora.

Bateu à minha porta para se despedir.
seguiu-me com o reflexo do sol nos olhos.
E partiu para sempre...

Superior versão de um estilo que, dizem eles, os outros, aqueles, nada têm em comum.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não existe democracia onde jazem estes pensamentos.
É uma espécie de anarquia que me causa espécie.
Não existe ordem...
Desafio os utópicos a ordenar o caos.
Pode ser por ordem alfabética ou sem aparente ordem.
Que arquivem em pastas metafóricas, em papeis brancos repletos de nada, os pensamentos.
Sei que tenho um pensamento para tudo. Não uma resposta. Isso já é pedir demais.
Apenas pensamentos.
E os pensamentos não se manifestam verbalmente. Não os meus.
Era tão fácil encontra-los todos direitinhos assim à mão.
Não à mão que escreve. Essa já tem muito que se ocupar.
Apenas tê-los ali e usa-los sempre sem os usar, sem os gastar e devolvê-los ao armário ou caixota onde se encontra dentro de mim.
Deveria ser necessário um armazém enorme para os guardar. Este arquivo morto que palpita de vida...

sábado, 2 de abril de 2011

O verdadeiro hino para os gógós, morcegos, black metallers, ou para mim mesmo há uns anitos...




Prefiro esta versão de uns R.E.M novinhos.

Deve ser por isso que eu gosto tanto de beber...

"O álcool não consola, não preenche os vazios psicológicos, mas supre a ausência de Deus. Não compensa o homem. Pelo contrário, anima a sua loucura, transporta-o a regiões supremas onde é mestre do seu próprio destino." Marguerite Duras