terça-feira, 26 de abril de 2011

Fala-se demasiado alto e pensa-se demasiado baixo.
É a estranha dualidade entre a racionalidade e a emotividade.
São como duas grandes potências metafísicas que se guerreiam sem dó ou piedade por um domínio espectral.
Querem hastear uma bandeira num local árido que vagueia em partículas, pequenos fragmentos do que outrora foram esboços de pensamentos.
Munições alegóricas estão prontas a disparar.
Certeza de baixas só uma: eu.
Pareço uma espécie de terra prometida onde tiranias querem governar.
Será que existe uma quantidade certa de cada uma para se ter?
Ou será que é suposto haver apenas pessoas racionais ou emotivas?
Se é que isso existe, eu sou o meio termo.
Metade de mim sente e a outra pensa, com vantagens aleatórias para uma delas dependendo da situação.
Este conflito é violento.
Em cada batalha o vencedor parece ser sempre o errado.
Preferiria sempre o derrotado na posição de vencedor.

Ás vezes faço planos a médio prazo, e quando chega a altura de os põr em prática, eclodo uma detonação com toneladas de explosivos que fazem ruir até os alicerces. É como se ali nada tivesse alguma vez existido.
O bombista foge em debandada.
Não precisa de atacar ás escondidas. O seu rosto é bem conhecido.
Apesar de tudo, reina depois dos atentados, uma paz anárquica ou uma espécie de paz armada com uma volatilidade intensa.
A mínima faísca pode provocar uma hecatombe nuclear em que todos os meus átomos gritam em dores psíquicas.
Será possível pensar um sentimento, ou sentir um pensamento?
Eu sou viciado em pensar e em sentir.
Peço conselhos aos dois lados da barricada.
São sempre conselhos antónimos.
Tomo decisões inflamadas por uma espécie de combustível que mais parece napalm.
Destruo tudo e depois reconstruo ás vezes para edificar tudo como estava anteriormente. Mera perda de tempo aparente.
é o constante andar em círculos.
Uma rotação semelhante à da terra, mas não é o sol que se situa neste epicentro. sou eu. Tudo gira à minha volta-
Com todos os detritos de explosões anteriores a atingirem-me.
Mas a batalha continua...
vencedor jamais será apurado.
Porque insistem tanto em batalhar então?

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