Os dias estão luminosos, mas à minha volta circulam nuvens enormes que pincelam de cinzento o meu rosto que parece esculpido em pose de um eterno porquê.
A razão? A razão jaz no seu caixão debaixo de muitos metros de terra. Foi assassinada pela compreensão. Mas eu, qual vigilante anónimo, vinguei a razão.
Ando foragido à justiça poética pela morte da compreensão.
Mas agora sinto-me órfão. Só consigo questionar e nunca compreender.
Sirvo pena perpétua de ignorância.
Tudo acontece a meu lado a velocidades escaldantes e eu não compreendo o mecanismo, as engrenagens que fazem as coisas acontecer. Parece ser tudo muito simples, mas torna-se demasiado complicado.
Contra-censo como o partir para ficar. Mas talvez seja mesmo necessário eu partir para o outro eu , aquele que compreende, aquele que aparentemente desertou fique. Pode ser que através de telepatia me consiga fazer um desenho daqueles muito simples de tudo o que não compreendo. Espero que consiga.
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