segunda-feira, 11 de abril de 2011

Crónica sobre coisas.

Eu apego-me demasiado ás coisas.
Seja a coisa mais estapafúrdia, mais sem sentido/ utilidade, eu apego-me facilmente.
Por exemplo: Quando acaba o tubo da pasta dos dentes, ele fica ao lado do novo ainda algum tempo. Os frascos de shampoo e gel de banho vazios, jazem moribundos uns dias ao lado dos seus substitutos antes de irem para o lixo. Faço colecção de maços de tabaco vazios( Ainda não foi desta que consegui deixar de fumar. CARALHO!!!!).
Pode parecer, e é, estúpido, mas eu tenho mesmo problemas em deixar as coisas seguirem o seu rumo normal. Não gosto de substituir coisas, mesmo que seja por outras exactamente iguais. Só o são aparentemente. Consigo notar sempre alguma diferença. Para mim, só tem igual o código de barras.
No mesmo pacote de rolos de papel higiénico há uns mais macios do que outros. É melhor parar por aqui senão a conversa vai parar onde sempre para.

Se eu tenho este problema com coisas sem valor aparente, imaginem o problema que eu tenho em separar-me das coisas chamadas "pessoas".
Quando uma pessoa "acaba" não a consigo deitar ao lixo nunca. Tenho uma arrecadação bem dentro da minha cabeça onde guardo as pessoas que me "acabaram".
Essas coisas pessoas, não têm prazo de validade ou código de barras. Existirá um supermercado onde posso ir lá buscar uma pessoa exactamente igual à que me acabou?
Não certamente. Todas as pessoas que me "acabaram" levaram consigo um pouco do que considero ser eu próprio.
Talvez eu é que tenha um prazo de validade. Não vem escrito em alguma parte do meu corpo e parece ser mesmo muito curto. Em pouco tempo estou no lixo.
Será que me põe para reciclar pelo menos? Poderia assim surgir sob outra forma e, quiçá, com uma maior utilidade.

1 comentário:

Sofia disse...

Recicla lá mas é esse mau espiríto rapaz.