quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Para o Patrick Bateman que habita em mim.

Estou vivo.
Poder-se-á dizer tal coisa?

 Tenho em mim todas as características inerentes a um ser.
 Um corpo e todas as suas funções em pleno funcionamento.
 Um rosto, um olhar...
Consigo falar, ouvir e pensar.
Podem até apertar as minhas mãos ou beijar o meu rosto como cumprimentam os demais,
Podem até sentir a minha carne, a minha pele, os meus lábios,
Mas nunca me conseguem sentir verdadeiramente.

Eu não estou ali.
Eu não estou aqui.
Onde estarei eu   senão nesta forma que é suposto eu ter e que me representa?
Em todo o lado sob todas as formas e sob nenhuma.

Existe uma ideia sobre mim, sobre o que sou,
Mas está totalmente errada.
A minha existência é abstracta,
Impossível de capturar.
 Tenho a chave de todas as jaulas onde me tentam confinar.
 A minha existência há muito pediu a insolvência.

Sou um sociopata com toda a sociedade dentro de mim.
Um desertor à menor ameaça de amor.

Não me considerem como um de vós.
Sou mais do que isso,
Ou menos,
Menos que zero ou todos os zeros à direita.
Isso não interessa...

Nada interessa...
Muito menos eu...

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