Não há vinho tão saboroso como o sangue que não jorra em cada dentada que eu desenho no teu corpo. Ténues rascunhos de magenta que se anunciam vagarosamente propagados pela pálida brisa em voos circunféricos de ângulos rectos. Ele jorra, da cor de sangue exangue…
Sementes de doutrinas dementes, ou meras absolvições dos que em mim são crentes. Tudo é lançado sob seios frutuosos e erectos com desejos irreais de signos escritos em sinais esculpidos pelas estrelas cadentes.
Gritem e injuriem-me meros mortais que não ansiais pela imortalidade não de um corpo mas de um pensamento. Insultem-me com vossas lamúrias transvestidas de sóbrias penúrias. Desejem-me como se de um deus de guerras santas eu fosse. Chamem-me Ares, porque despoleto apocalipses e chagas nos corpos irreligiosos mas sempre sequiosos….
Mas eu continuo a observar e tentar capturar o sangue que não corre, como se de um lago negro de claridade se tratasse.
Abro os lábios auto-flagelados de ausências e desejo eu também verter sangue. O sangue que ainda tenho neles é teu. E que doce nectar...
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