terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chove lá fora e cá por dentro também.
Chove copiosamente não lá fora, apenas cá por dentro.
Chovem folhas em cores outonais diferentes das demais.
Chovem cores amareladas pela passagem do tempo e pelo fumo dos cigarros fumados a olhar para as paredes de não-movimentos perpétuos.
Chovem escorrências das incoerências de pensar em não pensar.
Chove aqui.
A chuva entra por uma abertura na percepção e baptiza-me com anti-divinas exclamações apelativas de deserções.

... e a vontade junta-se à nomada chuva que vagueia por sítios incertos procurando um em particular ou um qualquer aleatóreamente.
Talvez eu hoje seja a chuva e vou banhar-te com tempestades de desejos.
E tu irás bebe-los e deixá-los correr por todo o teu corpo e deixá-los-ás moldar-te como se fosses de barro.

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