segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A glória da guerra ainda se faz ouvir por entre os breves sopros de pacíficos lamentos sobre putrefactos intentos.
Ela parece dormente, soterrada por ruínas de monumentos bélicos erguidos em nome de deuses ausentes.
O seu rugir, som dantesco, cujos decibéis eram audíveis nas mais extremas frequências, parece agora um suave bramir de rebanhos que aguardam o seu pastor perdido por entre vegetações de alucinações.
Ecoou em vales agora desertos outrora pulsantes de vida.
O projéctil de um determinado momento ficou alojado no cérebro bloqueando a entrada de novas declarações bélicas.
Tudo parece apenas uma miragem agora que ele olha para o que escreveram e proclamaram que fez.
Não vislumbra qualquer reconhecimento em tais faustosas acções cujo crédito aparentemente é só seu.
Este velho general, quiçá monarca de reinos desconhecidos e ainda não proclamados, estende o seu olhar por todas as ilusões onde ergueu paióis vazios de munições e pensa no sentido para o uso de metafóricas armas brandidas e recolhe aos seus aposentos situados algures fora de si onde analisa os mapas do que foi conquistado.
A que custo? pergunta-se.
A guerra edificou o meu império, mas ao mesmo tempo fui a sua única vítima.
Guerra não desejada e não proclamada levou-me e substituiu-me por esta alma sem alma.
penso, que talvez, a opressão seja necessária para nos sentirmos vivos...

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