Olho fixamente para o crepitar do fogo na lareira espectral.
Ele dança em formas errantes como se me quisesse dizer algo.
As suas chamas alaranjadas com um toque de vermelho sangue formam uns braços que procuram puxar pela ponta do meu véu de desejos subliminares para os consumir e aumentar a sua própria combustão.
Talvez, as chamas do gelo, aquelas do eterno flagelo que me atormenta, aquele de questionar o absoluto e duvidar do inolvidável, talvez essas chamas geladas percam a força sendo sufocadas pelos orgasmos soluçados de ter penetrado profundamente a razão.
Fogos gelados ou ardentes, atiçados por meros repentes cessam da mesma maneira que iniciam e eu apenas preciso de mim para me imolar.
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