Não vou mentir; comprei este livro devido à capa e ao título. Não há como uma boa blasfémia para receber logo a minha atenção.
Excelente manobra de marketing para fazer realçar imediatamente mais uma obra-prima da nossa literatura.
É impossível fugir à comparação da escrita de Afonso Cruz com a de Valter Hugo Mãe. Não que isso seja algo negativo, muito pelo contrário. Obviamente são diferentes, assemelham-se pela simplicidade, falta de pretensão, humildade com que pautam as personagens e pela velocidade e facilidade com que devoramos as páginas.
O livro lesse num ápice apesar das suas duzentas e muitas páginas. É mais uma daquelas poucas obras que nos assaltam com os desejos contraditórios mas complementares de querer chegar rapidamente ao final e, ao mesmo tempo, de nunca mais lá chegar porque não queremos que acabe.
A estória relata fielmente o que é a vida no campo, a simplicidade, humildade e a caricatez de cada pessoa que habite numa pequena aldeia no interior cada vez mais desertificado do país.
É uma viagem de situações surreais pautadas pela irracionalidade do amor e pela luta das suas personagens pelos seus sonhos por mais impossíveis que pareçam.
Desde Rosa- a personagem principal- que embriaga todos os homens com a sua juventude e simplicidade, ao pároco que gostava de ser chicoteado no rabo por uma stripper, ao professor ateu e apaixonado pela ciência, ao hindu e ao nigeriano contratados pela inglesa rica para as suas tertúlias religiosas na sua luxuosa casa, todas as personagens criam um estranho equilíbrio num relato impar sobre a condição humana e o sentido da vida. Sim, existe muita filosofia aqui pelo meio onde se mostra que a felicidade jamais poderá ser standardizada. Cada pessoa é como é; independentemente de não saber o que é o seu eu.
A cerveja é considerada o pilar do desenvolvimento da humanidade, a razão de termos que trabalhar e a razão pela qual temos tudo que nos rodeia. Curiosos? Leiam o livro. Ler Afonso Cruz produz o mesmo êxtase que a primeira SuperBock gelada que emborcamos nestes dias de verão...
O livro perfeito para alguém como eu, que adore cerveja e uma boa leitura. Então fazer as duas coisas ao mesmo tempo? Orgásmico...
3 comentários:
liar!:) compraste afonso cruz porque te disse para comprares:)
Nada disso. Disseste que não tinhas lido nada dele.Estou a dizer que comprei este livro, em particular, por causa do título e da capa. Podia ter trazido qualquer outro dele...
Mas seria dele, vai dar só um bocadinho ao mesmo:)
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