As nuvens que passam a correr no céu azul são reflexos de momentos que passaram com a mesma velocidade pelos olhos.
Agarram os teus sentidos um por um e olham com escárnio para eles.
Um breve piscar dos olhos e o teu momento passou.
Ainda o sentes a escorregar pelas tuas mãos.
Breve rastro do que nunca foi.
Os olhos sempre abertos fixos na fogueira ateada onde as más recordações servem de combustível.
O seu cheiro é pungente. Irrespirável. Tóxico.
A vontade de saltar para a fogueira consome o corpo que contorce-se com o sarar de velhas cicatrizes quando o fogo as imola.
Essas cicatrizes são, paradoxalmente, marcas de dor e de sorrisos.
Fazem parte de ti. São o que foste, és e serás...
... mas o fogo continua a arder... e tu não consegues tirar de lá os olhos... mesmo quando as explosões de momentos ainda por abrir obrigam-te a fechá-los.
E nesse fechar de olhos, outro momento só teu passa e não consegues ver o seu aceno...
Devia ser proibido fazer musica tão boa.
1 comentário:
Rendo-me:)
E o texto é excelente!
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