A tua boca tem o sabor acre do cianeto.
Aquele doce sabor a morte do que nunca foi.
Nos teus lábios, tudo morre e tudo renasce.
Das cinzas das ruínas do que eles tocaram, emergem fragmentos de existências.
Apenas breves imagens desfocadas de impérios que caíram com o encostar dos teus lábios.
Embriaga-me com esse cianeto e observa os meus olhos a fecharem-se e a sorrirem.
Tudo porque serás a ultima imagem que captarão.
Inunda-me de morte.
Mas só do que eu quero que morra...
Mata a minha carne, ela é apenas uma peça de vestuário e deixa-me vaguear nu pelas nuvens das minhas criações.
Talvez sejam todas irreais , inexistentes, repelentes, mas são minhas...
São o pouco ou muito que é meu.
-Como se fosse possível quantificar o que não tem forma.
Beija-me onde quiseres, mas nunca beijes os meus sonhos...
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