sexta-feira, 1 de julho de 2011

Fobias.

Eu padeço das mais estranhas fobias que possam imaginar. Só um exemplo: tenho medo de galinhas. Os olhos do animal fazem-me pelar de medo. São demoníacos! Vivendo nos verdes campos elas andam sempre por perto e é como se me perseguissem e me quisessem matar à bicada.
A razão para tal hedionda fobia retenho-a da minha infância. Muito rapazinho ainda ao brincar com as crias minúsculas de uma galinha, acabei por mata-las todas apenas porque queria que voassem. Portanto atirei-os de uma altura considerável para que voassem. pelo menos um deles haveria de o conseguir! Resultado; um massacre total de pintaínhos. Consequência; fui picado violentamente pela mãe zelosa e infuriada por tão horrendo espectáculo. A partir desse momento senti que estava marcado por todas as galinhas do universo e que um dia terão a sua vingança. Já em pequenino orquestrava grandes teorias da conspiração...

Actualmente a minha fobia mais pungente é a minha claustrofobia. Não a física, que essa já está dominada, mas sim a mental. O universo tornou-se um quarto muito exíguo e demasiado confinado para me conter dentro de si. Não há janelas nem porta por onde possa sair e vaguear livremente por entre as galáxias de pensamentos que se formam em mim a cada segundo. O medo das paredes exteriores e das que eu próprio ergo para me ostracizar ainda mais reveste-se de pânico neste momento. A procura pela porta de emergência é a minha batalha humana que tenho que travar. Mas o que emerge é, somente, o medo de não conseguir um dia sair aliado ao horror de um dia conseguir sair e não gostar do que me espera lá fora.

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