terça-feira, 12 de julho de 2011

O que acontece quando eu te prendo as mão e tapo a boca?
As tuas palavras nuas tapadas por um fino robe de seda, caminham pelas ruas incendiando os meus pensamentos.
As palavras que jamais foram minhas...
Eu largo-te agora as mãos e tapo-te a boca com os meus lábios tentando absorve-las...
Bebo das tuas palavras, elixir da imortalidade, e solto finalmente os teus lábios.
Saciado, deixo os teus lábios partirem com o resto do teu espírito...
Voa, espírito livre, voa até à montanha mais alta e olha depois para baixo...
Fica aí, inacessível, para mim...
Voa mais um pouco e mistura-te com as estrelas.
Reconhecerei o teu brilho todas as noites...
Iluminarás as ruas mais soturnas onde passeio em desventuras nocturnas...
Onde eu vejo a linha ténue que separa o que é errado do que é visionário.
Estou com um pé em cada lado da linha enquanto penso no que sentia quando te prendia as mãos e te tapava a boca com a minha...