domingo, 10 de julho de 2011

Optimus Alive 2011; ultimo dia: Pó, cerveja cara e rock n roll.

Terceira incursão desta alma pelo optimus alive no magnifico parque de estacionamento que é o recinto deste tão afamado festival.
Só conhecia 3 ou 4 bandas do cartaz, mas todas elas merecedoras de serem agraciadas com a minha tão ilustre presença.
Houve espaço para surpresas, muitas surpresas, umas melhores do que outras. Primeira e logo a pior: cerveja a dois euros! Vão roubar lá fora! Parece que os organizadores ainda não sabem que a economia portuguesa foi colocada no lixo recentemente por uns gajos americanos quaisquer.
Surpresa boa:Lululemon. Banda portuguesa que abriu o palco principal. Totalmente desconhecidos mas com uma sonoridade de que sou grande fâ. São uma espécie de Dead Combo mas com bateria. O que me fez imaginar como seria se Dead Combo tivesse bateria em todos os temas em vez de apenas terem um no disco de estreia. A procurar e ouvir com atenção brevemente.

Linda Martini. Quem acompanha este blog, já se apercebeu que eu adoro esta banda. Surpresa negativa terem sido a colocados a tocar no palco secundário que estava a abarrotar para verem o concerto destes lisboetas. Mais um ponto negativo para a organização. Acho que a banda já provou há muito que merece um palco principal em qualquer festival de verão português.
Surpreendente também a diversidade de fans que Linda tem. De recem entrados na puberdade a quarentões. O som estava execrável, como já é hábito para as bandas portuguesas. Mais uma teoria da conspiração da minha parte talvez.
A banda, munida com um sorriso de orelha a orelha e olhos húmidos por ver tanta gente à sua espera, deu um grande concerto lutando imenso contra o péssimo som e os feedbacks fulminantes que ocorriam de quando em vez.Já vi muitas bandas que abandonaram o palco nem com metade dos problemas de som que Linda teve. Um grande aplauso pela dedicação do quarteto. O concerto terminou com o tema "Cem metros sereia" e foi delicioso ver tantos corpos novinhos a entoarem a letra " Foder é perto de te amar se eu não ficar perto." Tentava adivinhar quantos virgens é que o estavam a fazer no mar de rostos cheios de borbulhas que me rodeava. Que mauzinho que eu sou!!!

Uma espécie de tempestade de areia desértica abatia-se sobre o recinto o que me obrigava a imitar Jonhy Depp no filme "Delírio em Las Vegas" a tentar proteger a cerveja das enormes vagas de pó. O meu resultado foi um pouco melhor do que o de Depp...

White Lies, The Foals e Tv on the radio são bandas que me passam completamente ao lado, mas lá me dei ao trabalho de ouvir alguns temas para poder críticar com conhecimento de causa como deveria ser sempre.

Está então na hora de Kaiser Chiefs. Tinha curiosidade em vê-los pois os concertos deles tem a reputação de serem frenéticos e os rumores tinham todo o fundamento. O vocalista é o verdadeiro animal de palco. Corre para todo o lado, para pânico dos seguranças, invade a barraca da cerveja que está ao lado do palco para ir lá tirar um fino. Enfim, um espectáculo dentro do espectáculo. Alguém do público oferece-lhe uma espécie de cantil que supostamente continha "Lisbon juice". O sumo devia ser bravo pois o homem engasgou-se e ficou com os olhos lacrimantes. Os bifes não estão habituados ao álcool português. Bom concerto. Valerá certamente a pena ver estes doidos num coliseu ou espaço semelhante. Deve ser a pura da loucura.

Durante duas horas não se passa nada de jeito. Enquanto se espera por Janes Adiction dou uma vista de olhos a Paramore no palco principal. O publico juvenil está ao rubro com esta banda que teve um daqueles casos raros de sucesso meteórico. Dou valor a esta banda, apesar de não gostar minimamente do som, pela humildade que tiveram em palco e estarem constantemente a agradecer aos fans pois sem eles nada daquilo seria possível. Tiraram pessoas do público para cantarem o último tema e uma rapariga teve o privilégio de tocar guitarra com a banda. Boa onda.
Com o fim do concerto dá-se o êxodo da juventude em direção à barraca da Lipton Ice tea enquanto eram substítuidos na frente do palco pelos trintões abastecidos de cerveja. Curioso de se ver este contraste.

É chegada a hora de Janes Adiction. Primeiro concerto em terras lusas destes ícones do início dos anos 90 que conta nas suas fileiras com um dos homens que mais respeito no mundo; Dave Navarro. Não pela sua excelente qualidade como guitarrrista, mas sim por ter dado um grande contributo à humanidade com o grande aumento da auto-estima de todos os homens feios quando se casou com Carmen Elektra. Se Dave conseguiu uma playmate, todos os homens que não foram brindados com a beleza ganharam esperança. Yes we can........
Em relação ao concerto, só posso dizer que não ter expectativas nenhumas tornou este concerto em algo único. Uma componente cénica extraordinária com mulheres suspensas pela própria pele deu o mote para o que foi um grande concerto. Enorme destaque para o vocalista, Perry Farrel, que me fez lembrar Freddy Mercury. Não por uma qualquer semelhança física ou orientação sexual, mas sim pela presença em palco. Estes dois nasceram para serem vocalistas e o seu habitat é\foi o palco. Muito bom mesmo. Destaco o facto do homem ter despachado duas garrafas de vinho tinto durante o concerto. Vinho português, obviamente. Um exemplo de que o rock não morreu, muito pelo contrário e que grandes frontmans ainda existem.

Este texto sendo relativo a um concerto está estranhamente sóbrio. Bem queria fazer dele mais uma crónica alcoólica, mas cerveja a dois euros tornaram-no impossível. O meu fígado agradece...

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