terça-feira, 27 de novembro de 2012

Há uma linha que separa a arte do artista. Essa linha chama-se humanidade.

Jef Whitehead é um conceituado tatuador norte-americano mais conhecido no meio da intitulada música extrema pelo seu nome de guerra "Wrest". Para mim, o melhor músico de sempre. Sozinho gravou nada mais nada menos que 35 registos desde 1998 até aos dias de hoje (demos, ep´s, álbuns) com uma duração média de 1 hora . Poder-se-á afirmar que o homem "caga música". Impressionante até aqui, não?
Agora vem a parte má (humana): No ano passado Jef foi preso por violar e torturar a sua namorada com uma máquina de tatuar. Nem Brett Easton Ellis ou Dario Argento lembrar-se-iam de tal coisa para usar nos seus livros/filmes.
Usei o exemplo prático de Jef porque eu sempre defendi que a arte e o artista tem que estar separados. Quando coloco aqui, e faço-o muitas vezes, músicas, citações, etc... estou a prestar homenagem à arte criada e nunca à pessoa. Isto porque, por muita arte que consuma, jamais quero conhecer verdadeiramente o seu autor. Porque, obviamente, o autor é uma pessoa e todas as pessoas são merda....
Veja-se o caso de Jef: depois de saber disto já não consigo olhar para a sua música da mesma maneira.
É que não quero mesmo saber nada sobre os artistas a nível pessoal, porque isso vai influenciar e denegrir a minha opinião sobre a sua arte.
Já estive com muitos artistas à minha frente dos quais possuo e consumo muita coisa, mas jamais lhes dirigi a palavra. Não os quero conhecer. Prefiro ficar apenas com o seu mito. Com o seu trabalho que tanto valorizo. A partir do momento em que se transformam em pessoas com todos os (muitos) defeitos inerentes ao ser humano esse mito desfaz-se...
E como Nietzsche dizia : "Temos a arte para não morrer da verdade." 

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