quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Sou um cleptomaníaco e como todos os cleptomaníacos tenho a tendência a roubar algo que não tenho necessidade.
Por isso é que eu quero roubar-te.
Resgatar-te da realidade irreal que construíste com oníricas paredes frágeis e janelas que o não são. São meros espelhos...

Não preciso de ti, mas quero-te mais do que a própria vida.
Não sei se só mesmo pelo prazer dúbio de roubar-te,
Ou se pelo puro masoquismo que é ter-te.
Ou então quero roubar-te apenas para guardar-te e esperar que no futuro voltes a ter um bocadinho do valor que já tiveste para mim.
Já foste tesouro milenar,
Santo Graal da existência que se auto-imolou.

Chama-me sonhador, o que quiseres, é-me indiferente.
Sempre terás algum valor para mim.
Agora, meramente simbólico, uma recordação ténue, agridoce, igual a um mero objecto.
Talvez seja assim para sempre, mas só roubando-te e guardando-te bem escondida de tudo e todos é que poderei ter a certeza.

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