Quero estar sozinho com o meu deus...
Aquele deus em quem posso tocar, que sangra quando cortado...
Aquele deus que só é mau para si próprio,
Aquele deus que levita entre viagens do irreal ao ideal.
Aquele deus que não fala com ninguém, que não acredita em algum além.
Que tem a minha carne e o meu sangue e vê o que eu vejo.
Que toca no que eu toco e que acredita no mesmo que eu: em nada.
Eu sei que ele está lá porque tem as mesmas emoções que eu,
Tem os mesmos sonhos, as mesmas miragens, as mesmas vertigens,
A mesma ausência, o mesmo modo de comunicar no silêncio.
O mesmo enfado, a mesma modorra...
Quando o vejo reflectido num espelho é quando menos acredito nele...
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