terça-feira, 30 de junho de 2009


Será que existe uma censura nos sonhos? Existirá alguém que visualiza o que eu sonho e o apaga? Tenho tido uns sonhos deveras agradaveis. Já não sou atormentado por todo o mal que me rodeou e rodeia de umas noites para cá. Não tenho aqueles sonhos super eróticos, mas estes são, ainda assim, extasiantes. Sonho com pequenas coisas que poderão ser banais, que quase não se dá valor, mas que me fazem feliz. Estou numa fase em que a mais pequena coisa, o mais pequeno gesto, a mais singela palavra me deixam felicíssimo. Anteriormente tinha medo, porque a seguir a alegrias injustificadas vinha um mergulho directo à mais profunda melancolia. Mas este sentimento tem perdurado. E eu gosto dele. Tem estado ausente aquela dor de acordar sozinho e mesmo quando a outra dor, sim porque eu tenho vários tipos de dor, apresenta-se com um beijo suave na cara eu até a beijo nos lábios! Sei que caminha a meu lado sempre e envolve-me com abraços ternurentos como eu antes envolvi alguém e eu aceito e retribuo. Consigo travar dialogos intelectuais com essa dor. Pergunto-lhe que música quer ouvir, qual o livro que quer ler e consigo sempre convence-la a ouvir e a ler o que eu quero. Já não a culpo de nada. Simplesmente está ali, faz-me companhia e temos noites de amor tórridas. Pode não ser exactamente o que desejo mas sei que existe pelo menos algo\alguém que me ama e não me deixa. Convivo com ela como numa relação normal. Aceito o seu amor incondícional... Deve ser muito bom ter isto de uma pessoa e não com uma personificação. E quando já estou cansado vou dormir, ela fica a meu lado até eu entrar no mundo dos sonhos. Depois deve ceder o seu lugar àquela pessoa que me retira os sonhos maus. Deve ser engraçado de se ver isso. Será que liga o meu cerebro a um ecrâ daqueles plasma hd e senta-se numa poltrona com umas cervejinhas fresquinhas e um maço de tabaco? Depois começam a aparecer os sonhos maus e carrega no botão delete por entre 2 goles de cerveja?
Às vezes só quero mesmo ouvir palavras. Só palavras... Vê-las a fluir como uma corrente.
São sómente palavras
Palavras despidas
Que expulsam mágoas
E vagueiam perdidas

Não as leva o vento
Nem traz a resposta
Removem o tormento
Quando escritas na costa

O mar observa mudo
Suas ondas iradas
O semblante sizudo

Almas malfadadas
Vizualizam o mundo
Nas àguas salgadas

.....

Homens vitoriosos
Em batalhas idas
Sonhos tenebrosos
Das almas vencidas

Impérios crescentes
Vidas derramadas
Vitoriosas gentes
Pátrias usurpadas

Expulsam o medo
Possuem as terras
Instalam novo credo

Nestas sagradas guerras
Morrem a teu lado
Por algo que não veneras...

segunda-feira, 29 de junho de 2009



Hoje acordei com uma vontade imensa de conquistar o mundo. Correr pelos cantos deste planeta quase redondo e proclamar posse de todos os territórios e oceanos. Olhar para o mar e dizer que me pertence. Ver locais lindos como a Ribeira e dizer "isto é meu." Assim de repente aparece a vontade de viver tudo depressa e celebrar quando não existe razões para o fazer.
Quero viajar pelo ar e dizer que tudo o que se estende perante os meus olhos me pertence. O que faria com as pessoas? Deixaria toda a gente habitar tranquilamente nas minhas propriedades como sempre o fizeram. Dominaria o mundo mas nunca as pessoas. Só a vontade de ter o mundo todo para mim... Mas aqui deparo-me com um grave problema: Teria o mundo só para mim e ninguém para o partilhar. Maior sensação de solidão não existirá certamente. Não sei se trocaria. Neste momento não tenho nada nem ninguém para compartilhar desse nada. Se alguém quiser um pouco de nada é só dizer. Não me importo de partilhar o vazio. Mas aquele vazio silencioso onde nada se ouve nem diz. Aquele vazio que pode ser inundado de palavras num ápice. Palavras que neste momento estão reclusas dentro de alguma prisão dentro de mim. Por um momento gostaria de ser o dono do mundo para poder dizer tudo o que penso e não ser censurado por isso, já que ao dono do mundo tudo será permitido.

domingo, 28 de junho de 2009

Entrevista de emprego.


Recentemente fui a uma entrevista de emprego para uma livraria. Foi das conversas mais surreais que mantive com alguém.
Entrevistador-:" Neste questionário que lhe colocamos refere aqui nos seus livros favoritos autores tão diferentes como Brett Easton Ellis, José Saramago, Kafka ou Marquês de Sade. É a primeira vez que alguém refere numa entrevista que "120 dias de Sodoma" e "Psicopata Americano" são dos seus livros favoritos. Voçê é uma pessoa violenta?

Eu: Pessoa violenta? De violento não tenho nada e simplesmente fui honesto nas respostas.

Entrevistador: "Esses livros que referiu são dos mais violentos alguma vez escritos. São livros de culto dentro do circulo do sado-masoquismo. Não querendo entrar na sua vida privada mas este tipo de livros não são lidos por pessoas normais."

Eu: Agora também gostaria que definisse a normalidade. Dentro do cinema, da literatura e da musica gosto de conhecer os extremos. Nesses 2 livros que referiu a violência a que se refere está muito bem descrita textualmente e para mim bons livros são aqueles que conseguem fazer-nos visualizar exactamente o que o autor quer transmitir. Gosto de conhecer até que ponto uma mente humana consegue expandir o limite da violência. Mas isso são apenas livros o que não quer dizer que eu defenda ou pratique o que lá vem descrito. Se vamos entrar por aí também lhe posso dizer que li "Mein Kampf" de Adolf Hitler e não sou nazi nem de extrema direita ou qualquer tipo de conotação que o nome de Hitler tem.

Entrevistador:" Já reparei que é uma pessoa com alguma cultura, mas esse tipo de livros não são livros que as pessoas admitam ter lido."

Eu: Vim aqui para uma entrevista de emprego para uma livraria. Se eu sou uma pessoa que gosta de ler e conheço um pouco de todos os estilos literários e possuo também já alguma experiência de atendimento ao publico, não vejo razão para que esteja a ser prejudicado ,primeiro, por ser honesto e em segundo pelo tipo de literatura que possa consumir.

Entrevistador: "Nós aqui vendemos muitos livros a pessoas que não sabem o que querem...

Eu: Sim, imagino. Prendas de aniversário e por aí adiante. O senhor tem medo que eu recomende livros menos próprios? Por favor... O senhor não me conhece profissionalmente e está a tirar ilações erradas só com base em 2 titulos que gostei de ler.

Entrevistador: "Qual seria o livro que recomendaria a alguém que quer oferecer um livro a um jovem de 18 anos com boas notas na escola que segurirá a carreira universitária?"

Eu: Claro que teria que fazer umas perguntas à pessoa em questão sobre o tipo de literatura pretendida. Mas assim à primeira vista tendo em conta ser uma pessoa aparentemente com algum conhecimento talvez recomendasse "1984" de George Orwell.

Entrevistador: "Ok. Um livro contestatário em relação aos governos. Acho que já retirei as ilações que precisava sobre si. Depois entramos em contacto consigo. Muito obrigado."

WHAT THE FUCK???!!!!!
Os meus olhos que suspiram
Ansiosos por possuir o nada
Os lamentos que terminam
Na noite sempre amada

Em mim eterno o desejo
Voando como um condor
De provar o teu beijo
Nestes lábios sem amor

Almas perdidas e nómadas
Nestes floridos recantos
Curam as minhas feridas
Levam consigo meus prantos

Mas talvez certamente
Almas repletas de vida
Possuem num repente
A existência perdida

Caminho com esses seres
Com secreta esperança
Com parcos haveres
Partilho da sua dança.
Eu não sou só soturnidade e desolação. De vez em quando tenho os meus bons momentos e oiço até musicas com mensagens positivas que acabam por me contagiar. Um pequeno tributo ao Senhor Joey Ramone com esta maravilhosa versão.

"A moonlight era, oblivion's twilight kiss
Wishes in lament
Happiness is a broken vision"

And sometimes I wonder...

I held mesmerized against my own dreams.

Dreams of beauty and of purity,

Dreams of eternal life and devouted love.

I used to believe in everyone...

And as the Night gasps me into it´s depth... deeper... deeper...

Beneath the pale moon that greets every single dream

They flow in the darkened sky hailing for redemption...

All I need is for my broken dreams to be redempted and replaced...

But I still wonder if are my dreams that need redemption or it´s just me...


I carve every word in the stones

For they shall stand there for eternity

Just like my feelings and devotion...

I hope that no one breaks your heart like you broke mine.

I wonder if this pain will ever fade away...

I think not, because next to the pain is the same love and it will never be gone...



sábado, 27 de junho de 2009

E lá voltei eu a escorregar.

Após algum tempo sem tocar numa gota de alcool, voltei a arruinar ontem à noite o bom trabalho que vinha a desenvolver. É o problema de haver concertos e ter amigos punks. O clima de festa propaga-se com a velocidade de um incêndio num dia de verão. Quando dou por mim já são 8 da manhã e eu estou completamente afogado em álcool. Ando a lutar para quê? Eu continuo a ser o meu pior inimigo. O que provoca mais baixas nesta guerra pela sobriedade. Entenda-se que não sou nenhum alcoólico nem algo que se assemelhe, simplesmente após conseguir libertar-me de anti-depressivos e ansioliticos que ainda baralhavam mais o meu cerebro inebriado, acabei por me apoiar um pouco no alcool naqueles momentos horríveis da depressão só para conseguir sentir-me um pouco melhor. O problema é que esses momentos horriveis e o sentimento de vazio aumentaram cada vez mais devido à falta de medicação e como consequencia recorria invariavelmente ao alcool. Custou tanto conseguir deixar os antidepressivos que não quero agora ir a correr para uma nova droga. Tenho que ser forte... e saber que consigo passar por isto sozinho...

sexta-feira, 26 de junho de 2009


Perco-me na noite com estas insónias terríveis. O mundo dos sonhos está novamente a escapulir-se de mim. A minha alma e os meus sonhos são os unicos sítios onde me sinto bem. Esta vontade de confessar tudo e mais alguma coisa não passa de isso mesmo... vontade. Não consigo. Há um qualquer tipo de barreira que me impede de comunicar com as pessoas. Sinceramente, isso não me preocupa. Sei que ninguém alguma vez compreenderá o que vai dentro de mim, esta angustia, este desespero, este tormento. Consigo passar horas sem fim rodeado de pessoas que sempre conheci e simplesmente não dizer nada. Penso que não perdi a faculdade da fala. Oiço as gravações que fiz com a minha banda e lá diz que a voz é a minha. Se alguém o diz...

Às vezes desapareço por tempo incerto e indeterminado, para libertar as minhas lágrimas. Ninguém as pode e quer ver. "Um metaleiro não chora..." já me disseram isso quando me descobriram à porta do 77 no Porto. Mas isto torna-se tão díficil de suportar que simplesmente quero chorar... Chorar e ver as minhas lágrimas irem junto com as ondas. Pode ser que um náufrago algures no oceano as apanhe. Lágrimas de um naufrago na terra firme para um naufrago no oceano.

segunda-feira, 22 de junho de 2009


Sozinho... Permaneço sozinho, no meio deste emaranhado de mentiras e confusões humanas, aqui estou eu.

Fugazes visualizações de realidades utópicas em que o mundo perfeito está aí ao virar da esquina... Já houve quem tentasse tornar o mundo perfeito, pelo menos, na sua visão narcisista. Foi considerado um genocida...

Eu tento melhorar o meu mundo e só deparo com valores humanos degradados. Tento... tento e tento... Não me podem acusar de não tentar, mas simplesmente não consigo enquadrar-me neste quadro perfeito que é viver.

O homem é a pior criatura que habita este planeta, com a sua vontade de dominio total e absoluto. Se consideraram Hitler um genocida, porque não consideram também os presidentes das multinacionais que despedem milhares todos os dias?

Penso que talvez seja íngenuo, ou talvez apenas sensível em demasia. Sinto todos os golpes como facadas. Deixei de acreditar nas pessoas. estou demasiado frágil para acreditar em que quer que seja.

Quero estar só com a minha dor de ser humano, com esta forma ignobil... Esta dor de querer acreditar e simplesmente não conseguir.

Dizem que existe um ente superior. Acredito que não acredito. Disse em tempos que acreditava no Demo; mais uma invenção de mentes superiores que não hesitaram em subjugar os mais fracos.

Não existe nada. Nada faz sentido

E assim permaneço... sozinho... Aqui estou eu!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Hoje não te vi...
Estava tão habituado a ver-te e a ver a minha alma sorrir assim que entravas pela porta.
Esquecia todos os meus acordares auto-destrutivos e a vontade de desaparecer.
Acho que ainda suportava acordar todos os dias porque te via...
Não sei o que me fizeste, mas foi sem duvida algo bom. Não sei o que mais posso pedir de ti... Já me deste tanto...
Ordeno o caos e tento a reconstrução das ruínas em que me encontrava e a ti devo muito por todo o apoio... Quando me sentia a cair novamente neste abismo criado por mim, os teus olhos lançaram-me sempre uma corda para me salvar.
Nem eram necessárias palavras, bastava saber que lá estavas e que podia olhar para ti e acreditar que ainda vale a pena lutar por mais perdida que possa parecer a batalha...
Não sei se sou capaz de te agradecer convenientemente, mas gostava de tentar e de, talvez, confessar o que tenho dentro de mim, mas que tenho medo de te fazer mal...

segunda-feira, 8 de junho de 2009


Há uma frase de Nietzche que sempre me fascinou: "If you stare into the abyss, the abyss will stare back into you."

Agora ela está a fazer todo o sentido...

quinta-feira, 4 de junho de 2009


Já me perguntava onde estarias. Pensei que já te tinha perdido o rasto... Mas eu sabia que irias voltar para mim. Foi bom enquanto durou a tua ausência, mas no fundo, mesmo bem no fundo, sentia a tua falta. Sinto-me só... pelo menos tu fazes-me companhia.

terça-feira, 2 de junho de 2009


Hoje é o dia do teu aniversário e eu não te posso ver.

Só queria mesmo dar-te aquele abraço cheio de carinho que sempre te dei...

Ver o teu rosto a abrir as prendas que te dei. Sempre gostaste delas...

Não te posso ver nem abraçar, mas estarás sempre dentro de mim...

Sinto-me triste por não te ter a meu lado, mas sei que estás num sítio melhor...

Tenho saudades tuas... Gostava de ter uma palavra tua, mas isso é impossível.

Tenho um coração demasiado grande e nunca deixo sair quem gosto.

Apenas queria dar-te os parabéns neste dia e desejar que sejas feliz onde quer que estejas...

Fazes-me tanta falta...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Finalmente tenho uma banda como sempre quis ter...

www.myspace.com/esguichobiliar

Vejam lá isso. É lindo!!!