quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sou uma espécie de vampiro que voa em redor dos corpos pulsantes de vida para deles extrair alimento para a alma. Ou talvez seja apenas uma espécie de abutre que faz um festim nos despojos humanos.
Os corpos femininos exangues e mutilados amontoam-se num armário metafórico do qual eu perdi a chave.
O porquê desta minha insaciabilidade é um mistério cuja resolução aparenta estar soterrada junto com os restantes escombros do que resta da minha humanidade.

A capacidade de questionar está com vivacidade extrema, ao passo que a capacidade de responder jaz moribunda fazendo ténue companhia aos corpos eviscerados da sua essência.

A morbidez do meu toque está envolta com volátil capacidade enfeitiçadora e ecoam nos negros céus esses bizarros véus que anseiam por cobrir os corpos que se manifestam á minha passagem como que. de repente, eu, que rejeito a humanidade, me tivesse transformado no príncipe encantado, o messias encarnado, o príncipe das trevas, o ser supremo de Patrick Suskind.

A perfeição é demasiado humana.
A decepção vem no pacote incluida.

Este descendente do cio animalesco com repercussões sobre a minha humana forma, dá origem a hedonistas premissas.
Estranha esta corrente filosófica, antígona do todo e nenhum sentido.

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