domingo, 19 de setembro de 2010

A floresta olhava-nos com desconfiança. Olhava-nos como se ali não devêssemos estar. Como se estivéssemos a profanar o ultimo santuário existente...
Eu olhava para a floresta de volta, não retribuindo o olhar desconfiado, mas oferecendo-lhe um olhar em busca de protecção e silêncio.
A floresta acolhe-nos e guarda no seu seio o segredo que te confessei perante o testemunho das folhas que caem em voos espirais com a sua graciosidade no expoente máximo, pena que o atinjam segundos antes de atingirem o solo. Elas parecem dançar ao som das palavras sussurradas.
Um pálido luar ilumina o que não necessita de ser iluminado, o teu rosto. Ele já contém toda a luz necessária para cegar a humanidade nos teus olhos.
Eu deixo-te esse segredo e parto com a certeza de que o tratarás bem. Que no veludo do teu sorriso ele viverá e deixará de ser o segredo que já não é e nem nunca foi.

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