domingo, 5 de agosto de 2012

Crónica alcoólica, o regresso. Versão ramboia em Barcelos.

Fazer 160 quilómetros para ver uma banda portuguesa parece descabido. Eu prefiro chamar-lhe paixão.
Um festival de hardcore e punk esperava-me em Barcelos, a capital do rock português, onde a festa nunca acaba. Concertos a cada esquina e bandas a nascerem como se de ervas daninhas se tratassem. O culto está vivo e de boa saúde, apenas tenho que me deslocar para orar aos deuses da guitarra distorcida...

Motornoise; banda de punk rock com membros de extintas instituições do rock português era o que ia ver. Já os tinha vista uma vez na Covilhã, mas estava demasiado alcoolizado para me lembrar do que quer que seja.
O concerto foi o verdadeiro espírito do rock n roll: o palco estava constantemente a ser invadido pelos frenéticos apoiantes da banda tornando quase impossível aos musícos porem em prática as suas composições. Acabei, mais uma vez, por não conseguir formar uma opinião sobre o que é esta banda ao vivo pois as interrupções eram constantes, mas tudo numa boa onda contagiante.

O fest terminou ás 23 para dar lugar a uma espécie de discoteca ao ar livre. Enfim, nem sequer vou comentar esta atrocidade.
Seguiu-se uma espécie de continuação da festa no tão afamado "Xispes". A reputação de ter os maiores panados do mundo confirma-se. Eu que adoro comer, vi-me e desejei-me para comer um. Aquilo é bem maior do que um prato!!!! É um exagero sob a forma de comida...
A pós-festa (After-party é um conceito algo esranho para mim. Sim, eu odeio tudo o que tenha a ver com música eletrónica), consistia em actuações de duas bandas que já haviam pisado o palco do Ramboia Fest do outro lado do rio e com pessoas a passarem música, vulgo, dj´s.

Só sei que durou até ás 7 da manhã a "party". Lembro-me de algumas coisas no mínimo caricatas:
- Uma chuva de feijão frade que se abateu sobre algumas pessoas.
- Punks a atirarem garrafas de cerveja e a chamarem capitalistas a 4 condutores de Porsches que cruzaram a rua todos seguidinhos. É o que se chama estar no sítio errado à hora errada...
- Uma rapariga que, vá-se lá saber porquê, engraçou comigo e resolveu apalpar-me todo enquanto eu estava a curtir imenso a música "Holy Wars" dos Megadeth que brotava das colunas. Para não variar, eu saio destas situações sempre de maneiras muito altivas. "Entre ti e o Dave Mustaine, prefiro a ele", saiu dos meus lábios para me desembaraçar de tal situação. Isso aliado ao facto de ter dado um beijo na testa do rapaz que teve a grande ideia de passar essa grande música deve ter emanado assim uma aura de confusão em relação à minha heterossexualidade para a rapariga. Mas eu não quero saber... Quero é rock n rollar e ficar

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