sábado, 31 de janeiro de 2009

Kreator 30/01/2009


Pagar 23 euros para ver uma banda que já vi 2 vezes parecia-me exagerado. Ainda mais tendo em conta que fui sozinho ver o concerto. A minha sina de ser desiludido pelas pessoas continua...

Bandas de abertura merdosas. Não podia beber uma simples cerveja... Uma conjugação de factores que já me fazia amaldiçoar a ideia de ter saido de casa.

Mas, às 22h30m em ponto o Senhor Mille Petrozza aparece em palco munido da sua Jackson Randy Rhoads como se de uma metralhadora se tratasse. Seguiu-se uma hora e meia de pura devastação sónica que me fez viajar vários anos na minha mente. Voltei à adolescência, à primeira vez que ouvi Kreator e por ali fiquei 14 anos depois. Foi uma viagem muito interessante.

Numa altura da minha vida em que ponho muita coisa em causa, Kreator mostrou-me que há certas coisas que nunca irei abandonar.

Senti tanto a falta do meu cabelo!!!

23 euros por uma viagem por mim proprio e ajudar-me na reconstrução do meu ser errante pareceu-me até demasiado barato.

Obrigado Mille!! I will continue to raise the flag of hate.




O que significam as palavras que escrevo? São parte integrante de uma terapia contra a minha mente contaminada com algo, por vezes, demasiado forte para conseguir aguentar.

Tento exorcisar males passados que insistem em não me abandonar. A mente humana é algo demasiado frágil. Pelo menos a minha é. Travo guerras sangrentas contra inimigos invisiveis nas quais a unica baixa sou sempre eu. A rotina de me tentar levantar do chão e curar as minhas feridas já tomou conta de mim.

Sentimentos tão contraditórios como destruidores. Vou aguentando já com pouco restante de mim... Não sei onde, mas vejo algo que me diz que irei conseguir vencer-me. Espera agonizante esta a que me sujeito, mas já me sujeitei a tanta merda na vida, esta é só mais uma... A mais dolorosa de sempre...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Para a Xana.

Humildes palavras debito numa folha em branco simplesmente porque sim.
Letras solitárias que podem tomar forma em qualquer sentido,
Vogais e consoantes em forma de agradecimento e homenagem,
Nunca serão suficientes para expressar o que me vai na alma.
Agradeço por tudo o que tens feito por este ser malfadado e sem rumo.
Sinto a tua força a segurar e a impedir-me de cair.
Quando sucumbo perante a dor auto-inflingida
Recebo palavras de afecto que me deixam respirar.
Se consigo resistir à minha tristeza,
A ti o devo em grande parte.
A tua luta diária inspira-me.
Aceita esta pequena missiva como uma pequena gratidão
Por tudo o que fizeste por mim.

Endless pain.


Kreator de volta aos palcos nortenhos. Espero que seja tão bom como a ultima vez. Tou a precisar de andar à porrada.

Sonhos...



Sou tão instável. Nunca tinha tido uma depressão na vida. A agonia e a angústia tornam-se por vezes tão dificeis de suportar. Sempre procurei refúgio no sono e no mundo dos sonhos, mas até esse mundo agora me magoa. Num momento estou bem e quando acordo estou num estado de desolação imenso.
Nos sonhos há algo que não me permite estar tranquilo. Há algo que me volta a lembrar que sou uma alma torturada. Não consigo esconder-me desta maldita doença que ja me quase ceifou a vida por várias vezes.
Quando estou mal durante o dia, o sono parece transportar-me para um estado de aparente normalidade. Mas agora tudo se inverte... Há alturas em que temo por mim! Tento ocupar o tempo, mas tudo é vazio de conteudo... assim como eu.
Tento traçar objectivos que me parecem simples. Um dia de cada vez. Há dias em que até consigo esboçar um sorriso mas é sempre passageiro. Só peço um pouco de estabilidade! O que penso num dia no seguinte já penso exactamente o oposto...
Choro num minuto e no seguinte pergunto-me o porquê do desperdício de lágrimas.
Quero sonhar! Mas sonhos belos. Aqueles sonhos dos quais não queremos sair. Mas até isso agora se tornou aparentemente inalcansável.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O sofrimento tem o seu quê de belo. Permite evoluções no ser que se perdeu.
Penso sobre o curso da eternidade,
Pensamentos fugazes sobre o nada.
Imagens Perfeitas estilhaçadas
Desejos já apagados
Mistérios que o já não são
E jamais o voltarão a ser

Morre em mim o mais belo
Que alguma vez possuí
E jaz perante os meus olhos.
Tento reanimá-lo nas palavras dos outros
Enquanto permaneço mudo e vendado
Recusando ver o meu ser

O sol nasce para todos
Mas a lua é só para alguns
A ela reconfortado
Peço-me de volta.
Homem sem fé ou confiança
Permaneço assim isolado
Do que antes fui.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Inglória

"Inglória é a vida, e inglório o conhecê-la
Quantos, se pensam, não se reconhecem
os que se conheceram!

A cada hora se muda não só a hora
Mas o que se crê nela, e a vida passa
Entre viver e ser."

Ricardo Reis

À mais bela cidade.

O som dos meus passos ecoa nestas ruas desertas que sorriem para mim com desdem. Caminho rumo a algo que não sei se estará à minha espera. O que poderá estar à minha espera? Apenas eu próprio...
Gosto do som desta cidade cinzenta em que as ruas parecem um labirinto tortuoso que não parece levar a lado algum. Sózinho delicio-me com o que não parece ter sabor.
Palavras escritas nas paredes de amores perdidos enchem estas paredes que já observaram tantas vidas e que acolheram muitos lamentos. Não me sinto perdido. Apesar de não ter lugar algum para ir, os meus passos seguem decididos levando-me a algum sítio.
Mais ruas... Mais ecos de solitários pedidos de auxílio para almas torturadas.
Não consigo ignorar a frieza e ao mesmo tempo o calor desta cidade que mesmo deserta pulsa de vida.
Erguem-se monumentos centenários que na sua altivez cumprimentam os que os observam.
Já viram de tudo estas pedras cheias de vida. Observam-me a mim com incredulidade e com profundo respeito. Os pombos que povoam esta avenida voam em debandada ao ouvir o aproximar dos meus passos.
Cidade triste que me acolhe e abraça. O nevoeiro envolve-me com palavras carinhosas. Por maiores tristezas que esta cidade acolha, a minha é demasiado grande para ela me confortar. Deixarei palavras perdidas nas pedras e espero que a calçada as conduza até ao mar. Deixo este abraço soturno desta cidade soturna que parece adormecida mas que nunca o está, pois esta é a cidade que nunca capitulou e quem estiver sob sua proteção jamais será vencido por maiores tristezas e flagelos que o atormentem.
Caminho escoltado por séculos de história e de bravura que me deixam à porta da minha vida e que me garantem asílio quando o meu inimigo, eu próprio, me estiver a atacar.

Algo que me fez sorrir. Akercocke de volta a Barroselas!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Norte

Andei dormente demasiado tempo. Não conseguia ver a beleza que esta linda região possuirá eternamente. Lentamente as florestas de cimento começam a desfalecer da minha mente e são substituidas por florestas verdadeiras. O verde com umas madeixas de castanho é a cor que se estende perante a minha visão. A chuva e o frio conseguem embelezar ainda mais a paisagem.
Pessoas com grandes problemas em todos os aspectos ainda têm força para formar um sorriso e desejar "bom dia" a perfeitos desconhecidos. Tinha saudades disto...
Sentir que se estiveres sozinho alguém, por mais desconhecido que seja, pergunta se estás bem e se precisas de alguma coisa.
Aqui nasci e nunca dei o devido valor a esta terra. Quantas pessoas podem dizer que enquanto trabalham ouvem os pássaros em vez de o barulho ensurdecedor do transito?
Não há confusão. Já me esqueci do som das sirenes que ouvia constantemente.
Estou de volta a este cantinho abençoado com chuva e frio mas que não consegue abalar o espírito destas pessoas fortes. Preciso deste ar puro... Preciso de respirar bem e tentar que o vento leve os meus maus pensamentos enquanto me sussurra "Benvindo novamente".
Voltei a sonhar contigo. Doces sonhos que me embalam num sono tranquilo. Este sonho, assim como em todos os outros, era real. Conseguia tocar-te e ouvir a tua doce voz. Parecia que nada tinha mudado. Eu estava tão feliz!! Até à hora em que o despertador tocou e soou como mil cornetas tocando desafinadas dentro do meu cerebro.
É mais um acordar violento para a realidade letárgica que se tornaram os meus dias.
Ainda te procurei ao meu lado, com a esperança que lá estivesses...
Mas não. Tu não estavas e pequenas lágrimas desabrocharam novamente nos meus olhos.
Sempre disseste que adoravas os meus olhos porque eram olhos tristes. Devias ver agora o quanto tristes eles estão...
Levanto-me e já sei a rotina que me espera. Um antidepressivo para tornar a mente mais dormente, para não fervilhar com mil e um pensamentos que me enlouquecem.
Resulta até certo ponto. Já não me lembro de quase nada do sonho. Mas se há algo que drogas não conseguem apagar é o quanto feliz eu me sinto nos sonhos. Pena que não consigam transpôr os sonhos para a realidade. Ter um pouco de paz e ser feliz por um segundo que fosse. Acho que não é pedir muito...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Vejo a porta que sempre esteve fechada para mim entreaberta e no preciso momento em que a vou agarrar ela fecha-se com estrondo. O que esconde naquela divisão? Curiosidade mórbida que me enlouquece. Não consigo aceitar que existem certas coisas que eu jamais descobrirei. Olho para as outras portas que me recebem de braços abertos como uma mãe recebe um filho mas por elas não desejo passar. Prefiro ficar à espera no corredor que aquela porta em particular se abra novamente. A espera poderá ser eterna, mas eu não me importo. Sei que o não deveria fazer e explorar novas divisões mas aquela porta e o que alberga não me saem do pensamento. Já tive a chave mas perdi-a, agora espero que me deixem entrar...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sufoco com a sede de ressaca, vomito o vil sentimento encarcerado em ninguém.
Magoa ser fracassado. Magoa ser rejeitado. Magoa ser merda diletante. Tenho um abutre em frente de mim e adormece ao meu lado. Acendo um sonho verde. Jaz em mim algo que invoca a dor eloquente de um corte. Nada a fazer... poder ceder... poder morrer.Bebo a sobria penúria. Ironizo o sofrimento dentro de mim e acordo com a dor que me torna mortal. Necrofago fascista que me enoja. Demente que julgo poder julgar. Foge o semita para a cova e implora pela doce injúria. Palavras sem nexo que agonizam no meu cerebro. Assim vai o meu pensamento...

Hoje...

Parece que já consigo sorrir...
Ilusão????

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sem palavras...

Às vezes acho-me demasiado complicado. Não percebo o porquê de não conseguir ver a beleza quando ela se derrama perante os meus olhos. Não percebo o porquê de estar sempre triste. Se calhar estou tão habituado à tristeza que não a consigo largar.
A vida decorre e eu afundo-me numa profunda modorra. Estou cansado...
Nunca disse tantas vezes isto. O mar rebenta à minha frente com as suas ondas perfeitas abençoadas com chuva. Isto antes dava-me prazer... Agora fico indiferente... A música, grande amante da minha vida, perdeu toda a a sua sedução.
Estou cansado...
Preciso de levar uma estalada bem sonora na cara.
Estou triste...
Já estou habituado...
Estou farto de mim... Não me consigo aturar...

Beatrice

Que poderei eu acrescentar a palavras de génios como Baudelaire ou Antero de Quental?
Resposta fácil; nada... O meu desejo não será de completar obras imortais mas sim de lhes fazer um tributo com a mesma musa inspiradora.

Beatrice é a personificação de tudo o que se pode ambicionar num ser humano.
Seu corpo transborda sensualidade e incendeia a minha alma inflamável.
Os seus cabelos longos serão a mortalha que me envolverá.
A sua fragância é transportada pelo vento e abraça-me com força desumana.
Pela sua mão serei guiado até ao mais belo éden.
Irmâ da noite e filha da lua,
Sua voz mergulha no abismo da existência e arrasta com ela os sonhos.
Os sonhos de etereas danças no baile da vida.
Voa comigo Beatrice... Voa e permite-me beijar-te.
Só nos teus lábios ganharei vida, só neles poderei existir.
Vives no meu pensamento e nunca o irás abandonar,
Pois imaginária ou não a ti pertenço e jamais deixarei de te amar.

Chuva

"Such a perfect day. I want to spend it with you"
Sinceramente, não sei quem é o autor desta musica, mas fez-me companhia durante este fim de semana entranhado nas profundezas do meu cerebro. Daquelas melodias que por mais que não se goste não a conseguimos ignorar.
Faz algum sentido. Os dias perfeitos para mim são sempre dias de chuva e de frio.
Ceus cinzentos e ventos frios são sempre a melhor companhia para mim. Se pudesse escolher uma paisagem para fazer o meu auto-retrato seria certamente esta a escolhida.
A chuva que acompanha os meus passos com uma coordenação perfeita, lembra-me as lágrimas que escorrem habitualmente dos meus olhos. O cinzento das nuvens e o vento sibilante que as acompanha são clones da minha alma. Tenho a minha alma vazia...
Ecoam palavras desconexas dentro de mim. Mas eu não me importo porque hoje está um dia perfeito...

sábado, 17 de janeiro de 2009

Tributo a Bocage

Noite horrenda e bela
Que guias os espíritos
Leva-me até Ela
Por entre os malditos

Meu corpo viaja numa caravela
Anjos velam-me restritos
Conduzem-me à cidadela
Onde serei coberto de detritos

Lua pálida e gelída
Eclipsa para sempre o sol
Aceita esta vida abalada

Por alguém reduzida a nada
Definharei como um caracol
Pelo não amor da minha amada.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Solidão

Sinto-me sempre sozinho. Estou rodeado de pessoas que me querem feliz, mas eu nunca estou aqui. Estou sempre a viajar no mundo dos sonhos, nesse mundo perfeito, onde é tudo como eu desejo. Onde é sempre noite, esse mundo em que eu me sinto realizado, onde sei quem sou e para onde vou.
É doloroso acordar para a realidade. Ver que os meus sonhos foram estilhaçados e que nunca os voltarei a ter concretizados.
Sinto falta do calor de quem me ame e de palavras de carinho que me abracem a alma. Tenho tanto para dar, mas ninguém para o usufruir. É triste ser-se eu...
Sempre fui um solitário, primeiro por opção propria, sempre com o meu mundo à minha espera. Agora estou sozinho e nem o meu mundo perfeito me atrai.
Dos meus lábios saem palavras desconexas e caem no manto de neve que jaz a meus pés. Não vale a pena apanha-las e guardar porque já não tenho a quem as dar.
Assim vai a minha vida. Se alguém quiser trocar é só dizer...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ode à Noite

Tenho inveja da Noite... Vejo-a tão tranquila e silênciosa. Desejo ser assim também. Estender o meu manto negro sobre todas as almas e permanecer assim, calmo, belo, pacifico. Nunca tive tamanha devoção a esta deusa como agora. Ela acaba por me contagiar um pouco com a sua beleza e eu faço uma pausa na tormenta que é viver a minha existência.
Quando tudo o resto me falha e desilude sei que a vou ter à minha espera recolhendo-me no seu seio e protegendo-me de mim próprio.

Um pequeno tributo aos irmãos Cavanaugh

"How I needed you
How I grieve now you're gone
In my dreams I see you
I awake so alone
I know you didn't want to leave
Your heart yearned to stay
But the strength I always loved in you
Finally gave way
Somehow I knew you would leave me this way
Somehow I knew you could never, never stay
And in the early morning light
After a silent peaceful night
You took my heart away
And my being
In my dreams I can see you
I can tell you how I feel
In my dreams I can hold you
And it feels so real
I still feel the pain
I still feel your love
I still feel the pain
I still feel your love
And somehow I knew you could never, never stay
And somehow I knew you would leave me
And in the early morning light
After a silent peaceful night
You took my heart away
Oh I wish, I wish you could have stayed"

"One last goodbye" Anathema. Uma das minhas musicas favoritas de sempre.

Procuro por entre as nuvens que me envolvem carregadas com as minhas lágrimas por mim. Perdi-me do meu eu algures neste labirinto que se tornou a existência. Olho para o passado com esperança de me ver. Apenas vislumbro vultos que me são familiares mas ao mesmo tempo não os reconheço. Será que sou eu que estou ali envolto pelas sombras? Não. Não estou entre aqueles seres sombrios. Apesar de sombrios eu sei que sou ainda mais negro que eles.Tento virar as costas ao passado mas há uma voz que insiste em chamar-me.Não acredito em fantasmas, mas esta voz pertence a quem não me pertence. Não a consigo ignorar por mais que fuja. Chamam-me tão alto que julgo ensurdecer. Não quero mais vozes do passado nos meus ouvidos! Vou continuar a sofrer até que a voz se cale. Ao mesmo tempo espero que no momento em que a voz se dissipar consiga encontrar-me.Já sinto a minha falta... O que será feito daquela alma sorridente que encantava as pessoas? Espero que não esteja mesmo perdida no passado pois não quero lá voltar mais. Olho para o futuro ainda cabisbaixo e tenho medo de me encontrar, pois não sei se ao encontrar-me irei gostar do que vou ver...