5 da manhã e dou comigo sentado no local mais sombrio do Armazém do chã. Numa mão uma cerveja e na outra um cigarro. Se me erguessem uma estátua, esses dois elementos teriam que estar incluidos obrigatóriamente. Não me lembro o como, o porquê e o para quê de eu estar aqui. Lembro-me vagamente de dizer que hoje não iria sair à noite...
Mas é tudo muito confuso como se eu estivesse envolto numa neblina muito densa que não consigo ver nem para a frente nem para trás.
O álcool acentua exacerbadamente toda a solidão que carrego dentro de mim. Reconheço algumas pessoas que cruzam o meu campo de visão e algumas cumprimentam-me efusivamente, mas eu sinto-me cada vez mais sózinho. Refugio-me mais uma vez em pelavras escritas. Sinto-me só, mas também não tenho vontade de falar com alguém.
A música, rock n roll dos anos 70, já me começa a irritar. Passei para outra sala onde só se ouve musica electrónica e, obviamente, tem mais gente. Encontro sempre um cantinho para me sentar e continuar a minha escrita e divagações mentais enquanto as batidas estridentes produzem na minha cabeça o mesmo efeito que um martelo pneumático faria.
O que ando aqui a fazer? Pergunto-me sempre isso mas no sentido mais vasto da questão. Agora queria mesmo saber como vim aqui parar a este local em concreto.
Gosto de observar as pessoas quando saio à noite. Um estranho voyeurismo este! Analiso os sorrisos das pessoas. Se eles são honestos ou se são apenas um acessório que combina com a roupa nova e demasiadamente cara que vestem.
Alguém crava-me um cigarro e lança duas ou três palavras para o ar mas eu deixo-as esvanecerem-se. Fiquei absorto em relidades alternativas enquanto alguém falava comigo.
Já não consigo estar mais aqui. Tenho que sair... Urgentemente!!!! A claustrofobia apodera-se de mim a uma velocidade galopante e assustadora.
Rua!!!! Ar puro ainda que extremamente frio! Fico aqui sentado um pouco enquanto assisto a dialogos de alcoolizados como eu apenas com a diferença de que conseguem falar. Tento ordenar as ideias nesta desorganização que é a minha mente. Já sei como vim aqui parar e com quem. Congratulo-me de não ter vindo a conduzir!!! A multa de 500 euros em 2008 serviu de lição!!! Tenho que ir para casa mas não sei das pessoas com quem vim. Perderam-se algures na sua ânsia de conhecer o maior numero de pessoas possiveis numa noite. Como se estivessem a concorrer para o Guiness!
Estação de S.Bento! Felizmente já há comboios a esta hora. Posso ir embora e logo vejo como vou buscar o carro.
As pessoas que me trouxeram lembram-se da minha existência! Querem ir embora. Ok vou ter com eles. A meio do caminho lembraram-se que querem beber um ultimo copo. 9 euros de entrada????!!!! Fuck off! Para desempregados andam a puxar bem de dinheiro estes tipos! Fico na rua à espera que eles se decidam.
Entretanto, um índividuo é espancado selváticamente à minha frente por um dos seguranças do bar sem razão aparente. Ficou em estado muito mau mesmo! A polícia chega 5 minutos depois. O indíviduo pergunta-me se posso contar à policia o que vi. Claro que o faço com todo o gosto. Odeio esta forma de repressão através da violência!
Depois da policia e ambulancia irem-se embora sou ladeado por 4 brutamontes que sairam do bar que me perguntam o que disse à policia. Se eu nem aos meus pais digo o que faço ou deixo de fazer quanto mais a estes gorilas cujos musculos cerebrais passaram para os peitorais e biceps!
Sou ameaçado que nunca mais poderei entrar no bar. Óptimo! Nunca o fiz nem o farei. Dá para poupar uns trocos. E chega a minha boleia... Para casa dormir! Sózinho, como sempre... Não, hoje vou dormir com a minha dor de alma.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Semper fidelis?
O que é a fidelidade?
Algo inócuo e desaparecido
Que caiu na fealdade.
É algo aparentemente temido
Sempre ausente de verdade
Um acto para sempre perdido.
É uma palavra sem sentido
Que pelas pessoas foi retirado
É o deixar o amor vaguear perdido
Sem esperanças de ser encontrado
É o deixar o corpo ser vencido
Na luta entre o certo e o errado.
A sua ausência
Abre feridas infinitas
Jamais curadas pela ciência
Entre emoções malditas
Perde-se toda a essência
De todas as odes já escritas
Doí mais do que qualquer golpear
Abre sulcos abismais
Não jorra sangue mas sim o amar
Que ameaça voltar jamais
Com a mesma vontade de dar
Perecem os sentimentos chamados imortais
O que é ser fiel?
É um acto demasiado altruísta
São palavras que não se escrevem num papel
Irrelevantes para o ser egoista
Determinado a viver em fel
Ausente de qualquer sentido moralista
Fidelidade rima com ingenuidade
Palavras siamesas
Rápidamente tornam-se adversidade
Estão agregadas como rezas
Repletas de verdade
E das mais duras tragédias.
Algo inócuo e desaparecido
Que caiu na fealdade.
É algo aparentemente temido
Sempre ausente de verdade
Um acto para sempre perdido.
É uma palavra sem sentido
Que pelas pessoas foi retirado
É o deixar o amor vaguear perdido
Sem esperanças de ser encontrado
É o deixar o corpo ser vencido
Na luta entre o certo e o errado.
A sua ausência
Abre feridas infinitas
Jamais curadas pela ciência
Entre emoções malditas
Perde-se toda a essência
De todas as odes já escritas
Doí mais do que qualquer golpear
Abre sulcos abismais
Não jorra sangue mas sim o amar
Que ameaça voltar jamais
Com a mesma vontade de dar
Perecem os sentimentos chamados imortais
O que é ser fiel?
É um acto demasiado altruísta
São palavras que não se escrevem num papel
Irrelevantes para o ser egoista
Determinado a viver em fel
Ausente de qualquer sentido moralista
Fidelidade rima com ingenuidade
Palavras siamesas
Rápidamente tornam-se adversidade
Estão agregadas como rezas
Repletas de verdade
E das mais duras tragédias.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Estará alguém lá fora
No seio da tempestade
Para dizer que chegou a hora
Da rendição da verdade?
Estarão ao vento caóticas almas
Hasteando da paz as bandeiras
Perdidas nas águas calmas
Mas forjadas como verdadeiras?
Estarão nas sombras os vultos
Que brindam em meu nome
Por entre todos os insultos
Que não lhes mata a fome?
Serão eles trovadores
De feitos imemoriais
Ou apenas de desamores
Perdidos nos canaviais?
Está sempre alguém à espreita
Com forma ou disforme
Fazendo vigilância estreita
Sem saber o meu nome
Quem me espera nos elementos
Não é nunca quem desejo
Talvez sejam os preconceitos
Que nunca provarão um beijo
Tudo parece uma conspiração
Construida por sombrios rumores
De ausência ou excesso de paixão
Presente em todos os clamores.
No seio da tempestade
Para dizer que chegou a hora
Da rendição da verdade?
Estarão ao vento caóticas almas
Hasteando da paz as bandeiras
Perdidas nas águas calmas
Mas forjadas como verdadeiras?
Estarão nas sombras os vultos
Que brindam em meu nome
Por entre todos os insultos
Que não lhes mata a fome?
Serão eles trovadores
De feitos imemoriais
Ou apenas de desamores
Perdidos nos canaviais?
Está sempre alguém à espreita
Com forma ou disforme
Fazendo vigilância estreita
Sem saber o meu nome
Quem me espera nos elementos
Não é nunca quem desejo
Talvez sejam os preconceitos
Que nunca provarão um beijo
Tudo parece uma conspiração
Construida por sombrios rumores
De ausência ou excesso de paixão
Presente em todos os clamores.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Ouvi dizer...
Parábolas do que não posso crer
Ouvi dizer...
Lendas da falta de querer
Ouvi dizer...
O que foi não volta a ser
Ouvi dizer...
As palavras que não gosto de dizer
Ouvi dizer...
O significado do ser
Ouvi dizer...
Quão belo é o sofrer
Ouvi dizer...
Por entre os destroços ocorre o renascer
Ouvi dizer...
Que a vida termina com o morrer
Ouvi dizer...
Ouvi dizer...
Todas as letras que nunca irei escrever
Oiço dizer tanta coisa cujo significado permanece no vasto campo da ambiguidade. O sentido foi destítuido.
Para os que percebem todo o complexo sentido das palavras, a busca do conhecimento, reveste-se de cada vez mais importância para contradizer tudo o que é deixado no ar como dogmas universais.
Benaventurados sejam eles!!!!
A luta é desigual e a vitória jamais será reconhecida, mas ela, não o sendo é ainda mais gloriosa...
Parábolas do que não posso crer
Ouvi dizer...
Lendas da falta de querer
Ouvi dizer...
O que foi não volta a ser
Ouvi dizer...
As palavras que não gosto de dizer
Ouvi dizer...
O significado do ser
Ouvi dizer...
Quão belo é o sofrer
Ouvi dizer...
Por entre os destroços ocorre o renascer
Ouvi dizer...
Que a vida termina com o morrer
Ouvi dizer...
Ouvi dizer...
Todas as letras que nunca irei escrever
Oiço dizer tanta coisa cujo significado permanece no vasto campo da ambiguidade. O sentido foi destítuido.
Para os que percebem todo o complexo sentido das palavras, a busca do conhecimento, reveste-se de cada vez mais importância para contradizer tudo o que é deixado no ar como dogmas universais.
Benaventurados sejam eles!!!!
A luta é desigual e a vitória jamais será reconhecida, mas ela, não o sendo é ainda mais gloriosa...
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Para quê chorar?
As lágrimas não lavam a raiva.
Lenta e suavemente, a tristeza cumprimenta e senta-se a teu lado na sala vazia deste teatro onde interpretas todas as personagens que és, foste e serás.
Não existe guião nesta peça tão surreal que parece mesmo fictícia.
Não está ninguém no ponto para te recordar as falas que nínguem escreveu.
Os dialogos fluem arbitráriamente entre todas as personagens com características fincadas de monólogos. As perguntas, envoltas em sentimento no seu estado ainda por delapidar, ecoam nesta sala vazia e voltam a ti sem resposta e amplificadas vezes sem conta. Personagens olham-se mutuamente em desdém reconhecendo-se nas diferenças.
Medos encarnados debitam recitais de impropérios e são aplaudidos por ti em ovação desmedida e desnecessária.
Ao teu lado, a tristeza, rejubila por todas as personagens multiplicadas que fazem não vênias, mas gestos ofensivos para ti enquanto aplaudes tão miseráveis e grotescos desempenhos.
Amas e odeias cada uma dessas personagens com fervor similar.
Ver o que és como mero espectador é doloroso. Dor pungente que dilacera as artérias onde o sangue gelou pela acção gelada das lágrimas.
Findou a peça que és tu. O silêncio toma conta do palco que é o teu corpo...
As lágrimas não lavam a raiva.
Lenta e suavemente, a tristeza cumprimenta e senta-se a teu lado na sala vazia deste teatro onde interpretas todas as personagens que és, foste e serás.
Não existe guião nesta peça tão surreal que parece mesmo fictícia.
Não está ninguém no ponto para te recordar as falas que nínguem escreveu.
Os dialogos fluem arbitráriamente entre todas as personagens com características fincadas de monólogos. As perguntas, envoltas em sentimento no seu estado ainda por delapidar, ecoam nesta sala vazia e voltam a ti sem resposta e amplificadas vezes sem conta. Personagens olham-se mutuamente em desdém reconhecendo-se nas diferenças.
Medos encarnados debitam recitais de impropérios e são aplaudidos por ti em ovação desmedida e desnecessária.
Ao teu lado, a tristeza, rejubila por todas as personagens multiplicadas que fazem não vênias, mas gestos ofensivos para ti enquanto aplaudes tão miseráveis e grotescos desempenhos.
Amas e odeias cada uma dessas personagens com fervor similar.
Ver o que és como mero espectador é doloroso. Dor pungente que dilacera as artérias onde o sangue gelou pela acção gelada das lágrimas.
Findou a peça que és tu. O silêncio toma conta do palco que é o teu corpo...
domingo, 21 de fevereiro de 2010
"Ali vai um Homem lutador"- sussurram entre si os corvos em debandada. Flectem as suas asas em sinal de respeito á passagem do mais resistente heroi ignorado pela sua espécie. A imortalidade aguarda-o mesmo ao lado da morte. É heroi mesmo sem ter tirado vidas alheias, contráriamente a todoso sque assim foram condecorados. Jamais visou titulos ou condecorações. Na sua humildade, encontra-se a força para derrotar inimigos que apenas ele consegue ver.
Viverão apenas na sua mente?
Não certamente.
É lider de revoluções silenciosas e devastadoras que em nada afectam o teu quotidiano. É a mais normal das pessoas escudado pelo seu anonimato.
Mortais cantam sobre a sua chama.
Mortais?- Apenas os que ele condena à morte. Espectros sem forma que deambulam, perdidos, por entre tudo o que nos rodeia.
Serei eu, ou mesmo tu este heroí?
O heroi é quem um dia alcançou o que sempre desejou. Se o conseguiste, mereces o meu respeito. Far-te-ei vénias e oferecer-te-ei a minha inveja...
Viverão apenas na sua mente?
Não certamente.
É lider de revoluções silenciosas e devastadoras que em nada afectam o teu quotidiano. É a mais normal das pessoas escudado pelo seu anonimato.
Mortais cantam sobre a sua chama.
Mortais?- Apenas os que ele condena à morte. Espectros sem forma que deambulam, perdidos, por entre tudo o que nos rodeia.
Serei eu, ou mesmo tu este heroí?
O heroi é quem um dia alcançou o que sempre desejou. Se o conseguiste, mereces o meu respeito. Far-te-ei vénias e oferecer-te-ei a minha inveja...
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Da Irlanda com amor, ou nem por isso!!!!
Herdeiros da rica cultura celta, Primordial são detentores de um som muito próprio, não se fazendo rogado do uso de toda a mística presente no seu país de origem.
As suas letras são baseadas na mitologia celta, sendo o seu primeiro álbum, quase na totalidade, cantado em gaélico.
Discursos e apresentações àparte o que me fascina de uma maneira sobrenatural, é a voz inhumana de Allan Averill. Uma força e uma melodia que nunca tinha conhecido e dificilmente o irei fazer. Se há alguém que canta com a alma esse é, sem dúvida, Allan.
Oiçam...
As suas letras são baseadas na mitologia celta, sendo o seu primeiro álbum, quase na totalidade, cantado em gaélico.
Discursos e apresentações àparte o que me fascina de uma maneira sobrenatural, é a voz inhumana de Allan Averill. Uma força e uma melodia que nunca tinha conhecido e dificilmente o irei fazer. Se há alguém que canta com a alma esse é, sem dúvida, Allan.
Oiçam...
É chegado o tempo dos mártires sem causa. A fé já não move montanhas, a vontade de acreditar foi golpeada selváticamente. Todos parecemos ter nascido da mesma ferida carregada de pus e infeccionada, expulsos a pontapé para existências longe da perfeição.
Talvez existam deuses que mereçam devoção, não imposta e obrigatória mas sim desejada.
Cortado está o cordão umbilical da pureza. As células estaminais do que sonharam para nós estão cancerígenas.
Só os fortes sobrevivem, a lei que escreveram para os animais parece ter caído em desuso não para eles coitados, mas para os unícos irracionais da mesma espécie que é o Homem.
Constroem-se e brandem-se armas que são, sómente, o prolongamento de toda a covardia e insignificância.
Somos todos mártires das nossas causas e das de outros. Declarámos guerras santas ao desconhecido convictos que ele nos irá ouvir e pedir a nossa clemência inexistente.
Dá a outra face para nela cuspirem.
Deseja-me não pela minha carne mas pela minha essência, ela é paradoxalmente sedutora. A minha carne é aquilo que se vê. Apenas a forma possível concebida por deuses para me albergarem. Estou preso a ela e condenado perpétuamente.
A minha guerra santa é contra esses deuses. As suas punições serão colossais!
Retirar-lhes-ei a eternidade e condená-los-ei a viverem sob a forma humana.
Terei forma celestial e todos rezarão por mim. Ouvirei todas as preces e torná-las-ei realidades...
EU SEREI JUSTO!!!!!!
Talvez existam deuses que mereçam devoção, não imposta e obrigatória mas sim desejada.
Cortado está o cordão umbilical da pureza. As células estaminais do que sonharam para nós estão cancerígenas.
Só os fortes sobrevivem, a lei que escreveram para os animais parece ter caído em desuso não para eles coitados, mas para os unícos irracionais da mesma espécie que é o Homem.
Constroem-se e brandem-se armas que são, sómente, o prolongamento de toda a covardia e insignificância.
Somos todos mártires das nossas causas e das de outros. Declarámos guerras santas ao desconhecido convictos que ele nos irá ouvir e pedir a nossa clemência inexistente.
Dá a outra face para nela cuspirem.
Deseja-me não pela minha carne mas pela minha essência, ela é paradoxalmente sedutora. A minha carne é aquilo que se vê. Apenas a forma possível concebida por deuses para me albergarem. Estou preso a ela e condenado perpétuamente.
A minha guerra santa é contra esses deuses. As suas punições serão colossais!
Retirar-lhes-ei a eternidade e condená-los-ei a viverem sob a forma humana.
Terei forma celestial e todos rezarão por mim. Ouvirei todas as preces e torná-las-ei realidades...
EU SEREI JUSTO!!!!!!
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Em meu nome eles sangram
Resplandecentes no seu sacrifício
Por outros que não eu chamam
Esperando salvação por qualquer artifício
Caí o sangue lentamente
Entoa desconhecidos cânticos
Que se alojam bem na tua mente
Se bem que sem efeitos práticos
O sangue forma um rio
Com corrente melancólica
Corre para o imenso vazio
A minha voz é a mais forte força eólica
Este rio não tem nome
Sei que nasce em mim
E que tem uma chama que me consome
E que a nascente não tem fim
Afogando-se no sangue
Sem lutar pela vida
Os lamentos. Constante
Da vitalidade perdida
Deste rio és a foz
Grandiosa na tua forma
Os lamentos privados de voz
São para ti sempre por norma
És o extenso mar
Onde o rio se perde
No seu ondular
Saceias a tua sede.
Resplandecentes no seu sacrifício
Por outros que não eu chamam
Esperando salvação por qualquer artifício
Caí o sangue lentamente
Entoa desconhecidos cânticos
Que se alojam bem na tua mente
Se bem que sem efeitos práticos
O sangue forma um rio
Com corrente melancólica
Corre para o imenso vazio
A minha voz é a mais forte força eólica
Este rio não tem nome
Sei que nasce em mim
E que tem uma chama que me consome
E que a nascente não tem fim
Afogando-se no sangue
Sem lutar pela vida
Os lamentos. Constante
Da vitalidade perdida
Deste rio és a foz
Grandiosa na tua forma
Os lamentos privados de voz
São para ti sempre por norma
És o extenso mar
Onde o rio se perde
No seu ondular
Saceias a tua sede.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Longe vão os tempos da apatia e modorra. Tento viver uma existência em cada dia que passa. Profetas sussurram-me apocalipses e cada dia é encarado como se de o ultimo se tratasse. É cansativa e devastadora esta hiper-actividade. Talvez tenha chegado o momento de deixar a harmonia fluir lentamente como as correntes dos rios mais calmos.
Acalmar um pouco...
Respirar uma lufada de ar fresco...
Observar o que foi conquistado e o muito que ainda há por conquistar.
É possivel sentir paz em pleno centro de actividades extremas e desafiadoras.
Os desafios acumulam-se e tiram vez desordenadamente. Cadastram-se e preenchem todos os pré-requisitos exigidos para serem admitidos.
Por um momento, enfrento todos nos olhos. Não. Não me lanço agora em ataques quiça suicidas contra tudo o que me rodeia.
Se morreria por alguém, alguém dispara para o ar essa interrogativa. A minha vida tem o seu quê de valioso. Diamante ainda por delapidar ou apenas petróleo em estado bruto. Toda e qualquer pessoa é supérflua. Nem por mim morreria quanto mais por outra alma.
Carrego no travão a fundo neste veículo de dissertações. Não é necessário conduzi-lo sempre em excesso de velocidade. Agora arranco lentamente e prossigo com marcha domingueira comtemplando as imagens abstractas que lentamente me acenam como o pôr do-sol o faz quando me vê.
É chegada a altura de fechar os olhos e sentir-me a deslizar suavemente na poesia que transborda em mim. Ao leme da minha barcaça vai quem eu quero que vá... Todos e ninguém. Quero estar assim à deriva um pouco... sabe bem...
Acalmar um pouco...
Respirar uma lufada de ar fresco...
Observar o que foi conquistado e o muito que ainda há por conquistar.
É possivel sentir paz em pleno centro de actividades extremas e desafiadoras.
Os desafios acumulam-se e tiram vez desordenadamente. Cadastram-se e preenchem todos os pré-requisitos exigidos para serem admitidos.
Por um momento, enfrento todos nos olhos. Não. Não me lanço agora em ataques quiça suicidas contra tudo o que me rodeia.
Se morreria por alguém, alguém dispara para o ar essa interrogativa. A minha vida tem o seu quê de valioso. Diamante ainda por delapidar ou apenas petróleo em estado bruto. Toda e qualquer pessoa é supérflua. Nem por mim morreria quanto mais por outra alma.
Carrego no travão a fundo neste veículo de dissertações. Não é necessário conduzi-lo sempre em excesso de velocidade. Agora arranco lentamente e prossigo com marcha domingueira comtemplando as imagens abstractas que lentamente me acenam como o pôr do-sol o faz quando me vê.
É chegada a altura de fechar os olhos e sentir-me a deslizar suavemente na poesia que transborda em mim. Ao leme da minha barcaça vai quem eu quero que vá... Todos e ninguém. Quero estar assim à deriva um pouco... sabe bem...
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Acho divinal o facto de o dia dos namorados, vulgo dia de S. Valentim, e o carnaval serem comemorados na mesma altura. Realmente tinha que ser, visto serem ambos uma autêntica palhaçada.
"O Natal é quando o Homem quer" então porque não aplicar o mesmo conceito ao dia dos namorados?
Não estou contra este dia, muito pelo contrário, visto que isto impulsiona a economia em crise. É o delirio para as floristas, lojas de peluches e lojas de bonbons ( Meu deus, tanta falta de originalidade)e os restaurantes verificam lotações esgotadas.
Corações apaixonados, que se manifestam apenas neste dia, fazem tão bem em dar novo fôlego a pequenos negócios condenados à extinção!!!
Ouvi dizer que se o Benfica for campeão este ano a crise desvanecerá também!!!
Espero bem que sim...
"O Natal é quando o Homem quer" então porque não aplicar o mesmo conceito ao dia dos namorados?
Não estou contra este dia, muito pelo contrário, visto que isto impulsiona a economia em crise. É o delirio para as floristas, lojas de peluches e lojas de bonbons ( Meu deus, tanta falta de originalidade)e os restaurantes verificam lotações esgotadas.
Corações apaixonados, que se manifestam apenas neste dia, fazem tão bem em dar novo fôlego a pequenos negócios condenados à extinção!!!
Ouvi dizer que se o Benfica for campeão este ano a crise desvanecerá também!!!
Espero bem que sim...
Há amor se o quiseres reclamar.
Não soará nunca como sonetos.
Não sei se sequer terá som, imagem ou sequer forma.
Ele existe, da mesma forma que eu.
Alimento-me dele e ele sorve toda a graciosidade de mim.
Ele passa por ti apenas para te comprimentar ou apenas para te ver.
Permanece não-reclamado alojado nas sombras que se estendem para tu não o veres.
As dores que conheces e todas as outras ainda por descobrir, a todas elas ele foi sujeitado.
É conhecedor profundo de toda a anatomia de sofrimentos.
Os seus olhos fixam-se no céu e deles uma lágrima corre.
Lado a lado caminhámos, trilhando os caminhos tortuosos que nos levarão a ti.
Não te quer causar dor, este ser estranho a mim. Quer sómente que reclames o que teu é de direito. Perderá então todo o anonimato e poderá caminhar ao teu lado substituido-me por ti.
Não soará nunca como sonetos.
Não sei se sequer terá som, imagem ou sequer forma.
Ele existe, da mesma forma que eu.
Alimento-me dele e ele sorve toda a graciosidade de mim.
Ele passa por ti apenas para te comprimentar ou apenas para te ver.
Permanece não-reclamado alojado nas sombras que se estendem para tu não o veres.
As dores que conheces e todas as outras ainda por descobrir, a todas elas ele foi sujeitado.
É conhecedor profundo de toda a anatomia de sofrimentos.
Os seus olhos fixam-se no céu e deles uma lágrima corre.
Lado a lado caminhámos, trilhando os caminhos tortuosos que nos levarão a ti.
Não te quer causar dor, este ser estranho a mim. Quer sómente que reclames o que teu é de direito. Perderá então todo o anonimato e poderá caminhar ao teu lado substituido-me por ti.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Caminho de mão dada com o anonimato em pleno epicentro de multidões desejosas de desejos. Os meus passos são silenciosos ao contrário dos demais que soam a mil marchas militares.
Para onde conduzem os passos sempre em contradição com a mente?
Em direção ao futuro, dirão os mais optimistas e sonhadores.
A velocidade que debitam faz com que o futuro seja ultrapassado sem a mais remota possibilidade de um simples aceno.
Caminharei eu constantemente em círculos?
Bússolas e astrolábios deixaram de funcionar e deixaram-me à mercê do meu vago sentido de orientação.
Não existem sinais semelhantes aos de trânsito para identificar os perigos. eles vagueiam e vigiam-me em cada esquina das ruas com nomes de recordações passadas que eu vou cruzando. Perdi a capacidade de olhar para a rectaguarda. O meu olhar fixa-se somente num ponto mínusculo algures no horizonte.
será o ponto de chegada ou, apenas, novamente, o ponto de partida????
Para onde conduzem os passos sempre em contradição com a mente?
Em direção ao futuro, dirão os mais optimistas e sonhadores.
A velocidade que debitam faz com que o futuro seja ultrapassado sem a mais remota possibilidade de um simples aceno.
Caminharei eu constantemente em círculos?
Bússolas e astrolábios deixaram de funcionar e deixaram-me à mercê do meu vago sentido de orientação.
Não existem sinais semelhantes aos de trânsito para identificar os perigos. eles vagueiam e vigiam-me em cada esquina das ruas com nomes de recordações passadas que eu vou cruzando. Perdi a capacidade de olhar para a rectaguarda. O meu olhar fixa-se somente num ponto mínusculo algures no horizonte.
será o ponto de chegada ou, apenas, novamente, o ponto de partida????
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Reside na reconciliação com as tragédias o pôr do sol, imagem ídilica de beleza antes intestemunhada.
Sem sentido toda a frieza de certeza de perda.
Tudo parece regenerar-se, velhas feridas fecharam-se para cederem lugar a novas que irão desabrochar.
A aceitação não rima com acomodação. Deixa fluir por um momento toda a sabedoria adquirida com tanto trabalho árduo.
Egoísmo versus individualismo: Palavras tão semelhantes e tão distintas.
A fragilidade de ser forte, a vontade de ter medo. Portas nunca estarão fechadas mesmo não existindo chave. Podem ser arrombadas com o querer.
Nada é proíbido. Sentir é obrigatório.
Não existe fim, a morte não separa, apenas a falta de amor.
Brilham estrelas cintilantes em pleno dia. Nada faz sentido ou ainda não chegamos ao estado de percepção suprema para ver que, afinal, tudo tem uma razão de ser.
Naquele instante em que pestanejamos, uma eternidade decorre. Jamais voltaremos a vê-la. É imperioso manter os olhos abertos, com todas as conotações que a frase acarreta.
Sem sentido toda a frieza de certeza de perda.
Tudo parece regenerar-se, velhas feridas fecharam-se para cederem lugar a novas que irão desabrochar.
A aceitação não rima com acomodação. Deixa fluir por um momento toda a sabedoria adquirida com tanto trabalho árduo.
Egoísmo versus individualismo: Palavras tão semelhantes e tão distintas.
A fragilidade de ser forte, a vontade de ter medo. Portas nunca estarão fechadas mesmo não existindo chave. Podem ser arrombadas com o querer.
Nada é proíbido. Sentir é obrigatório.
Não existe fim, a morte não separa, apenas a falta de amor.
Brilham estrelas cintilantes em pleno dia. Nada faz sentido ou ainda não chegamos ao estado de percepção suprema para ver que, afinal, tudo tem uma razão de ser.
Naquele instante em que pestanejamos, uma eternidade decorre. Jamais voltaremos a vê-la. É imperioso manter os olhos abertos, com todas as conotações que a frase acarreta.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
"Love is always over with ejaculation"
Esta é a frase que coloquei no meu messenger há uns dias para cá. Fui questionado pela razão de o ter feito porque, pelos vistos, não seria algo que eu normalmente diria.
Ora bem: A frase em questão é o nome de uma música de Nargaroth, banda que já mencionei aqui como sendo uma das minhas favoritas. Simplesmente achei piada a esse título e realmente eu em estado normal nunca diria tal frase. Faço um mea culpa, mas a frase até dá asas a uma boa discussão, porque eu observando o que me rodeia, sim eu considero-me um bom observador, é o que acontece mas ninguém admite.
Cada vez mais as pessoas perdem a sua humanidade e vão regredindo apenas aos impulsos animalescos querendo suprir o mais rápidamente possível uma necessidade que explode por todo o corpo. Tantos artíficios são usados na obtenção desse fim. O amor é o principal. Isto é: uma falsa visão e promessa de amor para saciar os impulsos carnais. Esse mesmo amor torna-se inexistente quando está atingido o objectivo.
Agora pergunto eu: Não é bastante mais êxtasiante uma ejaculação no final da qual o amor permanece? Conheço bem os dois lados da questão, mas prontos (LOLOL)talvez seja eu que seja apenas maluco e sinta as coisas em demasia...
Ora bem: A frase em questão é o nome de uma música de Nargaroth, banda que já mencionei aqui como sendo uma das minhas favoritas. Simplesmente achei piada a esse título e realmente eu em estado normal nunca diria tal frase. Faço um mea culpa, mas a frase até dá asas a uma boa discussão, porque eu observando o que me rodeia, sim eu considero-me um bom observador, é o que acontece mas ninguém admite.
Cada vez mais as pessoas perdem a sua humanidade e vão regredindo apenas aos impulsos animalescos querendo suprir o mais rápidamente possível uma necessidade que explode por todo o corpo. Tantos artíficios são usados na obtenção desse fim. O amor é o principal. Isto é: uma falsa visão e promessa de amor para saciar os impulsos carnais. Esse mesmo amor torna-se inexistente quando está atingido o objectivo.
Agora pergunto eu: Não é bastante mais êxtasiante uma ejaculação no final da qual o amor permanece? Conheço bem os dois lados da questão, mas prontos (LOLOL)talvez seja eu que seja apenas maluco e sinta as coisas em demasia...
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
No sangue corre esta incontrolável vontade de amar tudo o que existe.
As ondas de paixão obedecem apenas à minha voz. São ondas devastadoras de êxtase que envolvem expelem tudo à sua pasagem.
Poderei eu amar uma árvore como se deuma pessoa se tratasse? Talvez o consiga e com fervor redobrado. Ou a um rio... Quiçá mesmo uma gota de orvalho.
Pequenos grandes encantos que me seduzem e habitam no esquecimento dos demais.
Estranha esta capacidade extrema de amar!!!!
Riqueza escondida, ou bem à vista dentro de mim à espera de ser reclamada.
Não existe mapa para chegar a este tesouro. As indicações estão explícitas no meu olhar.
Apaixono-me por tudo o que existe, incluindo pessoas que nunca deram provas de existência.
Nas minhas entranhas, há uma passagem nada secreta para o mundo das ilusões que podem ser tornadas reais.
A tristeza está na guarida avaliando quem se aproxima.
Deixar-te-á ela entrar???
As ondas de paixão obedecem apenas à minha voz. São ondas devastadoras de êxtase que envolvem expelem tudo à sua pasagem.
Poderei eu amar uma árvore como se deuma pessoa se tratasse? Talvez o consiga e com fervor redobrado. Ou a um rio... Quiçá mesmo uma gota de orvalho.
Pequenos grandes encantos que me seduzem e habitam no esquecimento dos demais.
Estranha esta capacidade extrema de amar!!!!
Riqueza escondida, ou bem à vista dentro de mim à espera de ser reclamada.
Não existe mapa para chegar a este tesouro. As indicações estão explícitas no meu olhar.
Apaixono-me por tudo o que existe, incluindo pessoas que nunca deram provas de existência.
Nas minhas entranhas, há uma passagem nada secreta para o mundo das ilusões que podem ser tornadas reais.
A tristeza está na guarida avaliando quem se aproxima.
Deixar-te-á ela entrar???
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Crónica sobre o panorama musical e não só...
Desde que me conheço- ora aqui está uma frase deveras estranha- sempre fui completamente viciado em música. A partir dos meus 18 anos, com o meu primeiro carro, comecei a percorrer o país de uma ponta à outra sempre que um concerto me despertasse a atenção.
Maluqueiras de fazer 600 quilómetros numa noite de semana com o trabalho à espera no dia a seguir, encabeçam a lista de estupidezes que fiz em prol de um concerto que - às vezes, até me defraudava as espectativas.
Volvidos quase 11 anos continuo com o mesmo espírito, ou será que já o sinto a esmorecer? Dessa passada década, todas as pessoas que me acompanhavam acabaram por desertar. Surge agora uma nova geração de amantes de música com o mesmo espírito de devoção total à musica. É com todo o orgulho que aceito todos os convites que me são endereçados por estes jovens que tanta música conheceram através de mim. É um imenso sinal de respeito, mas que me faz sentir velho. Falam da banda x e da banda y com uma devoção tremenda e eu digo sempre que já os vi no ano tal e lembro-me como se fosse ontem.
Entro nos recintos dos concertos e reconheço e sou reconhecido imediatamente pelos já poucos sobreviventes da minha faixa etária que como eu continuam a ir a todos os concertos possíveis. Por mais que uma pessoa mude de visual ou só tenha trocado meia duzia de palavras durante todos estes anos, a sensação de família está inerente. É como ter uma sede impossível de saciar e esta sede, é a sede de música.
Mas chega uma altura em que observámos que os valores que nos pertencem e que reconhecia-mos num estilo de música, neste caso em concreto, o metal, estão já muito díminuidos e ameaçam desfalecer a qualquer momento.
Sempre me regi pelos meus valores, quer achem certos ou errados e encontrei no metal esse mesmo espirito.
Actualmente o tão chamado underground do metal português é o meio mais elitista que poderá existir. O que sempre foi uma grande familia em que todos os parentes viviam em harmonia, tornou-se agora numa espécie de familia em que todos brigam por causa da herança. O elitismo e a divisão entre metaleiros de segunda e de primeira divisão foi algo que nunca pensei ver neste meio tão reduzido que ameaça suicidar-se.
Sempre renunciei todo o tipo de estereótipos e rótulos e já removi o rótulo que ainda por cima é a minha alcunha de sempre: Metaleiro.
Gosto de metal, mas actualmente não me considero um metaleiro, não por já não ter cabelo comprido ou vestir exclusivamente de preto, porque isso é um sub-estereotipo, mas apenas porque tudo o que me atraía, como por magia, desapareceu.
Escrevo este texto ao som duma das minhas bandas favoritas, Nargaroth. O primeiro sinal que tive que teria que separar as águas foi dado por esta banda. Grande música, mas como pessoas simplesmente abomináveis.
As obras de arte podem estar assim tão distantes dos seus criadores? Aparentemente sim...
Será que as pessoas que leêm o que escrevo e que reconhecem nos meus textos valor e capacidade artística pensarão o mesmo de mim?
Maluqueiras de fazer 600 quilómetros numa noite de semana com o trabalho à espera no dia a seguir, encabeçam a lista de estupidezes que fiz em prol de um concerto que - às vezes, até me defraudava as espectativas.
Volvidos quase 11 anos continuo com o mesmo espírito, ou será que já o sinto a esmorecer? Dessa passada década, todas as pessoas que me acompanhavam acabaram por desertar. Surge agora uma nova geração de amantes de música com o mesmo espírito de devoção total à musica. É com todo o orgulho que aceito todos os convites que me são endereçados por estes jovens que tanta música conheceram através de mim. É um imenso sinal de respeito, mas que me faz sentir velho. Falam da banda x e da banda y com uma devoção tremenda e eu digo sempre que já os vi no ano tal e lembro-me como se fosse ontem.
Entro nos recintos dos concertos e reconheço e sou reconhecido imediatamente pelos já poucos sobreviventes da minha faixa etária que como eu continuam a ir a todos os concertos possíveis. Por mais que uma pessoa mude de visual ou só tenha trocado meia duzia de palavras durante todos estes anos, a sensação de família está inerente. É como ter uma sede impossível de saciar e esta sede, é a sede de música.
Mas chega uma altura em que observámos que os valores que nos pertencem e que reconhecia-mos num estilo de música, neste caso em concreto, o metal, estão já muito díminuidos e ameaçam desfalecer a qualquer momento.
Sempre me regi pelos meus valores, quer achem certos ou errados e encontrei no metal esse mesmo espirito.
Actualmente o tão chamado underground do metal português é o meio mais elitista que poderá existir. O que sempre foi uma grande familia em que todos os parentes viviam em harmonia, tornou-se agora numa espécie de familia em que todos brigam por causa da herança. O elitismo e a divisão entre metaleiros de segunda e de primeira divisão foi algo que nunca pensei ver neste meio tão reduzido que ameaça suicidar-se.
Sempre renunciei todo o tipo de estereótipos e rótulos e já removi o rótulo que ainda por cima é a minha alcunha de sempre: Metaleiro.
Gosto de metal, mas actualmente não me considero um metaleiro, não por já não ter cabelo comprido ou vestir exclusivamente de preto, porque isso é um sub-estereotipo, mas apenas porque tudo o que me atraía, como por magia, desapareceu.
Escrevo este texto ao som duma das minhas bandas favoritas, Nargaroth. O primeiro sinal que tive que teria que separar as águas foi dado por esta banda. Grande música, mas como pessoas simplesmente abomináveis.
As obras de arte podem estar assim tão distantes dos seus criadores? Aparentemente sim...
Será que as pessoas que leêm o que escrevo e que reconhecem nos meus textos valor e capacidade artística pensarão o mesmo de mim?
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Inspirado em "Smile" dos Pearl Jam
Vou fazer-te sorrir...
Mesmo sem a presença do sol
Vou fazer-te sorrir...
Enfrentando toda a negatividade
Vou fazer-te sorrir...
Arancar-te à melancolia que se tornou tua amante insaciável.
Vou fazer-te sorrir...
Mesmo quando já estiveres a dormir
Vou fazer-te sorrir...
Simplemente porque sim
Vou fazer-te sorrir...
Iluminar esse rosto
Vou fazer-te sorrir...
Por quando o fizeres, eu poderei sorrir também.
Vou fazer-te sorrir...
Exangue, ergue-se a manifestação de vidas refugiadas na vã democracia da ausência de pensamentos.
Pensar torna-se tarefa idolatrada e inacessível, vedada aos comuns mortais. O refúgio nas quimeras utópicas é fácilmente violável. A volutalidade dos receios assentes em premissas auto-redigidas é imensa.
Inflamável a vontade de fugir a situações inócuas e adulteradas como calamidades.
Dos bravos reza a História. Mas as estórias de metáforas e eufemismos distorcidas serão.
Estranha sina esta de engrandecer o que é microscópico!
Na adversidade descobre-se a verdade, ou apenas descobre-se a maior arma de combate: o pensamento.
Fazem-se grandes banquetes com a ignorância.
O pecado capital da gula atríbuido aos seres vagueadores das sombras não é suficiente para deglutir toda a ignorãncia servida em bandejas prateadas de compreensão.
Todos perecerão perante a amotinização da ingestão de sabedoria ausente.
Os céus negros recebem os vómitos repugnantes dos excessos da insuficiência.
Pensar torna-se tarefa idolatrada e inacessível, vedada aos comuns mortais. O refúgio nas quimeras utópicas é fácilmente violável. A volutalidade dos receios assentes em premissas auto-redigidas é imensa.
Inflamável a vontade de fugir a situações inócuas e adulteradas como calamidades.
Dos bravos reza a História. Mas as estórias de metáforas e eufemismos distorcidas serão.
Estranha sina esta de engrandecer o que é microscópico!
Na adversidade descobre-se a verdade, ou apenas descobre-se a maior arma de combate: o pensamento.
Fazem-se grandes banquetes com a ignorância.
O pecado capital da gula atríbuido aos seres vagueadores das sombras não é suficiente para deglutir toda a ignorãncia servida em bandejas prateadas de compreensão.
Todos perecerão perante a amotinização da ingestão de sabedoria ausente.
Os céus negros recebem os vómitos repugnantes dos excessos da insuficiência.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Avizinha-se um fim de semana de punk rock!!!!
Um pouco de barulho bem tocado e eu estou lá. O meio da música mais alternativa é tão restrito que vale bem a pena apoiar as bandas que ainda lutam para tocar ao vivo. Mais umas centenas de quilómetros que farei para juntar aos já milhares que levo nas pernas. Tudo por uma boa causa.
Dia 5 em Famalicão
Fora de Serviço!
Quebra Cabeças!
Vila Real dia 6.
O regresso da mais hilariante, pornográfica e brejeira banda que Portugal alguma vez albergou.
Fuckness!
Dia 5 em Famalicão
Fora de Serviço!
Quebra Cabeças!
Vila Real dia 6.
O regresso da mais hilariante, pornográfica e brejeira banda que Portugal alguma vez albergou.
Fuckness!
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Moro no cemitério das emoções de outrem.
Necrófaga a necessidade de amar o que perdeu a vida e descansa agora não em paz.
Sou vil criatura que vagueia nos meandros de sepulturas espirituais. Saceio a minha sede nas lágrimas que flutuam livremente dançando com o vento. Sonho com os olhos que as derramaram e interrogo-me se os meus perderam essa capacidade.
Sem piedade, estudo a anatomia desses cadáveres que despejaram na minha moradia. Cientista tresloucado tentando compreender o que é indecifrável.
Porque é que as mais belas emoções são tão efémeras?
Procuro a cura para todas essas catástrofes.
Para todo o sempre acompanharei os funerais das paixões. Os sonhos carregam os caixões, sempre foram os seus fíeis companheiros. Agora, choram no meu jardim cinzento.
Alguns reinventam-se e ganham nova identidade, mas outros perdem-se para sempre e são sepultados lado a lado com as paixões.
Tudo jaz inerte, incapaz de reacção ao meu golpear. Disseco tudo lentamente tentando visualizar estas existências irreais. a beleza permanece intacta, a uníca não-efemeridade. Mórbida satisfação de ver perante mim tão belos cadáveres.
Apaixono-me por eles e perante os seus sonhos, sonho eu em devolver-lhes a vida.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Tributo a Milton e Dante.
Arcanjos supremos de novos reichs ainda por proclamar e futuramente aclamar, vigiam o local de próximas detonações atómicas.
A sua bélica presença imponente assenta em acusações de devassidão e a ausência de respeito pela condição humana que foi atribuida às formas desconexas e ambiguas que vagueiam as antigas terras denominadas por paraíso.
Pobres criaturas desconhecedoras do seu mui trágico destino...
crucificadas serão por quem criou o mito da autopunição.
O masoquismo e o desejo de represálias extremas são os pilares onde foi erguida a humanidade, mas esses pilares ruiram...
Agora as mílicias de arcanjos estão a caminho impondo o sacrificio e a penitência ou então a condenação eterna.
Arcanjos ou apenas anjos da Morte?
Criaturas divinais movidas por ódios tão paradoxais ao que os seus embaixadores na terra proclamam.
no Inferno e Paraíso que todos criamos haverá espaço para tão dantescas criaturas?
existirão hierarquias atribuidas pelo general supremo que habita em nós?
Os anjos são assexuados, jamais poderão então envergar carnes humanas. Inerente a ela está o monstruoso desejo carnal.
E os querubins, soldados recruta da mais santa das guerras, continuam a sua marcha...
A sua bélica presença imponente assenta em acusações de devassidão e a ausência de respeito pela condição humana que foi atribuida às formas desconexas e ambiguas que vagueiam as antigas terras denominadas por paraíso.
Pobres criaturas desconhecedoras do seu mui trágico destino...
crucificadas serão por quem criou o mito da autopunição.
O masoquismo e o desejo de represálias extremas são os pilares onde foi erguida a humanidade, mas esses pilares ruiram...
Agora as mílicias de arcanjos estão a caminho impondo o sacrificio e a penitência ou então a condenação eterna.
Arcanjos ou apenas anjos da Morte?
Criaturas divinais movidas por ódios tão paradoxais ao que os seus embaixadores na terra proclamam.
no Inferno e Paraíso que todos criamos haverá espaço para tão dantescas criaturas?
existirão hierarquias atribuidas pelo general supremo que habita em nós?
Os anjos são assexuados, jamais poderão então envergar carnes humanas. Inerente a ela está o monstruoso desejo carnal.
E os querubins, soldados recruta da mais santa das guerras, continuam a sua marcha...
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