domingo, 14 de fevereiro de 2010

Há amor se o quiseres reclamar.
Não soará nunca como sonetos.
Não sei se sequer terá som, imagem ou sequer forma.
Ele existe, da mesma forma que eu.
Alimento-me dele e ele sorve toda a graciosidade de mim.
Ele passa por ti apenas para te comprimentar ou apenas para te ver.
Permanece não-reclamado alojado nas sombras que se estendem para tu não o veres.
As dores que conheces e todas as outras ainda por descobrir, a todas elas ele foi sujeitado.
É conhecedor profundo de toda a anatomia de sofrimentos.
Os seus olhos fixam-se no céu e deles uma lágrima corre.
Lado a lado caminhámos, trilhando os caminhos tortuosos que nos levarão a ti.
Não te quer causar dor, este ser estranho a mim. Quer sómente que reclames o que teu é de direito. Perderá então todo o anonimato e poderá caminhar ao teu lado substituido-me por ti.