Longe vão os tempos da apatia e modorra. Tento viver uma existência em cada dia que passa. Profetas sussurram-me apocalipses e cada dia é encarado como se de o ultimo se tratasse. É cansativa e devastadora esta hiper-actividade. Talvez tenha chegado o momento de deixar a harmonia fluir lentamente como as correntes dos rios mais calmos.
Acalmar um pouco...
Respirar uma lufada de ar fresco...
Observar o que foi conquistado e o muito que ainda há por conquistar.
É possivel sentir paz em pleno centro de actividades extremas e desafiadoras.
Os desafios acumulam-se e tiram vez desordenadamente. Cadastram-se e preenchem todos os pré-requisitos exigidos para serem admitidos.
Por um momento, enfrento todos nos olhos. Não. Não me lanço agora em ataques quiça suicidas contra tudo o que me rodeia.
Se morreria por alguém, alguém dispara para o ar essa interrogativa. A minha vida tem o seu quê de valioso. Diamante ainda por delapidar ou apenas petróleo em estado bruto. Toda e qualquer pessoa é supérflua. Nem por mim morreria quanto mais por outra alma.
Carrego no travão a fundo neste veículo de dissertações. Não é necessário conduzi-lo sempre em excesso de velocidade. Agora arranco lentamente e prossigo com marcha domingueira comtemplando as imagens abstractas que lentamente me acenam como o pôr do-sol o faz quando me vê.
É chegada a altura de fechar os olhos e sentir-me a deslizar suavemente na poesia que transborda em mim. Ao leme da minha barcaça vai quem eu quero que vá... Todos e ninguém. Quero estar assim à deriva um pouco... sabe bem...
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